O valor das ideias: La Pasionaria do PSD: rasgar e romper com tudo o que tenha sido feito?

29-09-2009
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Num jantar de final legislatura com o seu grupo parlamentar, Manuela Ferreira Leite prometeu que um eventual governo do PSD irá "rasgar e romper com todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de política económica e social." Honestamente, penso que ela não entende o alcance da afirmação. É cansativo repetir, mas cá vai: o mundo atravessa maior crise das nossas vidas. De um ponto vista económico e social. Para lidar com essa crise, a estabilidade de expectativas dos agentes é necessária. A última coisa que os mercados precisam é de uma senhora que se venha propôr varrer o país economicamente sem saber muito bem ao que vai. Esta linguagem, falha politica e economicamente. Para os agentes económicos é a total incapacidade de previsão. Politicamente, o que Manuela Ferreira Leite sugere é uma revolução?Quando se olha para a fragilidade ou para a robustez de uma democracia, parte dos indicadores positivos passam pela capacidade de, se e quando se produz alternância, quem entre não dar a sensação de que instala um processo revolucionário. A transição de governo em democracia não implica arrasar com o que se fez anteriormente nem julgar no pelourinho os responsáveis políticos, assumindo que estes tenham agido de acordo com a legitimidade popular.A linguagem de Manuela Ferreira Leite assume uma natureza mais que caudilhista, uma natureza verdadeiramente subversiva! Como se o país tivesse sido tomado por uma tropa de assalto e tivesse um governo ilegítimo que ela se propõe depor para libertar o povo do seu jugo. Desfazer a política económica? Mas o que pretenda ela fazer? Privatizar um banco falido? Nacionalizar o BPP? Invertir a descida do IVA? Ou inverter a subida inicial? Inverter a política social é exactamente o quê? Deixar os desempregados ao seu destino sem apoio? Acabar com a comparticipação total de genéricos para idosos? Acabar com os genéricos, simplesmente? Romper com a inserção de Portugal no Protocolo de Bolonha?E porquê? Apenas porque sim? Este tipo de discurso político é mais que pobre. É paupérrimo. Não se ameaça desta forma destroçar o que se construiu com um governo democraticamente eleito. Se Manuela ou o PR tivessem um mínimo de cultura democrática percebiam que o governo tem legitimidade para fazer o que quer que tenha feito. O seu discurso não concretiza nenhuma iniciativa em si mesma. Antes enuncia uma intenção de cortar a direito. Desfazer por desfazer. Porque tudo o que outros possam ter feito estaria mal feito. Pessoalmente, assusta-me esta falta de concepção democrática. A tal suspensão da democracia por 6 meses não era, afinal, uma figura de estilo. Manuela vem aí, de metrelhadora a tira cola e boina à Che Guevara. Escondam-se. Porque ninguém sabe bem para onde estará virada quando começar a disparar.Eu diria antes: segurem-na!


Num jantar de final legislatura com o seu grupo parlamentar, Manuela Ferreira Leite prometeu que um eventual governo do PSD irá "rasgar e romper com todas as soluções que têm estado a ser adoptadas em termos de política económica e social." Honestamente, penso que ela não entende o alcance da afirmação. É cansativo repetir, mas cá vai: o mundo atravessa maior crise das nossas vidas. De um ponto vista económico e social. Para lidar com essa crise, a estabilidade de expectativas dos agentes é necessária. A última coisa que os mercados precisam é de uma senhora que se venha propôr varrer o país economicamente sem saber muito bem ao que vai. Esta linguagem, falha politica e economicamente. Para os agentes económicos é a total incapacidade de previsão. Politicamente, o que Manuela Ferreira Leite sugere é uma revolução?Quando se olha para a fragilidade ou para a robustez de uma democracia, parte dos indicadores positivos passam pela capacidade de, se e quando se produz alternância, quem entre não dar a sensação de que instala um processo revolucionário. A transição de governo em democracia não implica arrasar com o que se fez anteriormente nem julgar no pelourinho os responsáveis políticos, assumindo que estes tenham agido de acordo com a legitimidade popular.A linguagem de Manuela Ferreira Leite assume uma natureza mais que caudilhista, uma natureza verdadeiramente subversiva! Como se o país tivesse sido tomado por uma tropa de assalto e tivesse um governo ilegítimo que ela se propõe depor para libertar o povo do seu jugo. Desfazer a política económica? Mas o que pretenda ela fazer? Privatizar um banco falido? Nacionalizar o BPP? Invertir a descida do IVA? Ou inverter a subida inicial? Inverter a política social é exactamente o quê? Deixar os desempregados ao seu destino sem apoio? Acabar com a comparticipação total de genéricos para idosos? Acabar com os genéricos, simplesmente? Romper com a inserção de Portugal no Protocolo de Bolonha?E porquê? Apenas porque sim? Este tipo de discurso político é mais que pobre. É paupérrimo. Não se ameaça desta forma destroçar o que se construiu com um governo democraticamente eleito. Se Manuela ou o PR tivessem um mínimo de cultura democrática percebiam que o governo tem legitimidade para fazer o que quer que tenha feito. O seu discurso não concretiza nenhuma iniciativa em si mesma. Antes enuncia uma intenção de cortar a direito. Desfazer por desfazer. Porque tudo o que outros possam ter feito estaria mal feito. Pessoalmente, assusta-me esta falta de concepção democrática. A tal suspensão da democracia por 6 meses não era, afinal, uma figura de estilo. Manuela vem aí, de metrelhadora a tira cola e boina à Che Guevara. Escondam-se. Porque ninguém sabe bem para onde estará virada quando começar a disparar.Eu diria antes: segurem-na!

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