O valor das ideias: A Europa pode viver um Verão Quente em 2009

29-09-2009
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[O titulo acima é uma adptação deste título do Wall Street Journal]Na sequência deste texto do Rudolfo Pimenta, subscrevo em grande medida o enfado com que ele enumera a sequência de banalidades que a este respeito se podem produzir: o atraso estrutural, as reformas da justiça e da saúde, a competitividade, etc. E tendo a pensar, desculpem a presunção, que quem diz essas coisas: a) em geral, não sabe do que fala; b) está bem na vida.Saber do que ser fala, é saber reconhecer que há diferentes tipos de crise e que o ideário político de um partido pode não dar para todas. Vem-me inevitavelmente à cabeça o Dr. Paulo Portas, para quem tudo se combate aliviando fiscalmente as empresas. Não estou a dizer que isso não possa ser o ideal em certas crises, como um choque petrolífero. São as chamadas crises de oferta. E exigem medidas supply-side. No jargão económico. Em geral são medidas de pendor neoliberal inspiradas na Reaganomics.Contudo, esta crise não tem nada a ver com esses problemas. É uma típica armadilha de liquidez com riscos de espiral deflacionária. As reformas estruturais e a competitividade não são para aqui chamadas. Uma crise destas surge do lado da procura, como mostra esta análise dos números que a Comissão Europeia revelou ontem. Uma crise de stagdeflation combate-se com investimento público e apoios sociais às famílias. Não com privatizações e cortes de despesa. Por isso, uma economista como Manuela F. Leite devia reconhecer que a estratéia do governo está correcta.Quanto ao estar bem na vida, presumo que todos os que assumem pose grandiloquente para falar no défice público e no défice externo não percebem a chaga social do desemprego. Que tem de ser a prioridade sob o risco de este ser um verdadeiro verão quente na Europa, como prognostivaca o Wall Street Journal há dias. Pleno de conflituosidade social. [Também Publicado na Câmara dos Comuns]


[O titulo acima é uma adptação deste título do Wall Street Journal]Na sequência deste texto do Rudolfo Pimenta, subscrevo em grande medida o enfado com que ele enumera a sequência de banalidades que a este respeito se podem produzir: o atraso estrutural, as reformas da justiça e da saúde, a competitividade, etc. E tendo a pensar, desculpem a presunção, que quem diz essas coisas: a) em geral, não sabe do que fala; b) está bem na vida.Saber do que ser fala, é saber reconhecer que há diferentes tipos de crise e que o ideário político de um partido pode não dar para todas. Vem-me inevitavelmente à cabeça o Dr. Paulo Portas, para quem tudo se combate aliviando fiscalmente as empresas. Não estou a dizer que isso não possa ser o ideal em certas crises, como um choque petrolífero. São as chamadas crises de oferta. E exigem medidas supply-side. No jargão económico. Em geral são medidas de pendor neoliberal inspiradas na Reaganomics.Contudo, esta crise não tem nada a ver com esses problemas. É uma típica armadilha de liquidez com riscos de espiral deflacionária. As reformas estruturais e a competitividade não são para aqui chamadas. Uma crise destas surge do lado da procura, como mostra esta análise dos números que a Comissão Europeia revelou ontem. Uma crise de stagdeflation combate-se com investimento público e apoios sociais às famílias. Não com privatizações e cortes de despesa. Por isso, uma economista como Manuela F. Leite devia reconhecer que a estratéia do governo está correcta.Quanto ao estar bem na vida, presumo que todos os que assumem pose grandiloquente para falar no défice público e no défice externo não percebem a chaga social do desemprego. Que tem de ser a prioridade sob o risco de este ser um verdadeiro verão quente na Europa, como prognostivaca o Wall Street Journal há dias. Pleno de conflituosidade social. [Também Publicado na Câmara dos Comuns]

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