anónimo séc.xxi: A paciência é revolucionária!

02-10-2009
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Um(a) jornalista, ao entrevistar um secretário-geral de um partido por que poderá não ter qualquer simpatia, nas vésperas de umas eleições, teria lido o programa ou os objectivos afirmados na candidatura, procuraria "pontos fracos", eventuais incongruências com o programa do Partido, confrontraria esses objectivos com o de outros partidos a essas eleições, quereria saber de critérios, tensões e dificuldades para a formação das listas, avaliaria do realismo ou exequibilidade de propostas, cotejaria a actividade na vertente representativa com a vertentente participativa, tentaria descortinar possíveis fricções e contradições. Em resumo, faria trabalho de jornalista.Uma "senhora", ao entrevistar (?) o secretário-geral do PCP, nas vésperas de umas eleições legislativas, começou por promover o BE, elegendo a questão do 3º ou 4º lugar no ranking partidário como questão primeira, a partir de um único resultado, desconheceria a extrema e insuperável delicadeza e paciência com que foi sendo dito que essa não era uma questão importante, ignoraria as respostas, calmas e ponderadas, esclarecendo o sem sentido da perspectiva do recuo para "acções de rua" a que, segundo ela - e definitivamente -, se teria remetido o PCP, esquecendo tudo o que nunca soube nem quer saber sobre "luta de massas", passou sobre brasas pel aquestão das alianças e das alternativas apenas interessada na governabilidade, palavrão encomendado por campanhas de outros, perverteu, apesar de todos os esforços de esclarecimento, a evolução das alianças por Lisboa, e terminou, como "grand final", com o "caso Saramago" numa descarada confissão de que aquilo não era uma entrevista de uma jornalista a um secretário-geral mas uma sucessão de catalinárias e de questões empoladas e/ou distorcidas para atacar o PCP, na figura do seu secretário-geral, por uma intérprete privilegiada - por dispôr de um palco televisivo de serviço público - da burguesia dominante que (ainda) se não conseguiu ver livre deste partido, e que teme a sua força. E da entrevista (?) ficou, além de uma postura e respostas que mostraram que, em entrevista conduzida por um(a) jornalista, teria sido possível esclarecer muita coisa que interessaria ao povo português, uma frase que diria que fica para a história, para esta história que se faz nos écrans: a paciência é revolucionária! E um revolucionário não deixa que se abuse da sua paciência sem mostrar que se estão a passar os limites.


Um(a) jornalista, ao entrevistar um secretário-geral de um partido por que poderá não ter qualquer simpatia, nas vésperas de umas eleições, teria lido o programa ou os objectivos afirmados na candidatura, procuraria "pontos fracos", eventuais incongruências com o programa do Partido, confrontraria esses objectivos com o de outros partidos a essas eleições, quereria saber de critérios, tensões e dificuldades para a formação das listas, avaliaria do realismo ou exequibilidade de propostas, cotejaria a actividade na vertente representativa com a vertentente participativa, tentaria descortinar possíveis fricções e contradições. Em resumo, faria trabalho de jornalista.Uma "senhora", ao entrevistar (?) o secretário-geral do PCP, nas vésperas de umas eleições legislativas, começou por promover o BE, elegendo a questão do 3º ou 4º lugar no ranking partidário como questão primeira, a partir de um único resultado, desconheceria a extrema e insuperável delicadeza e paciência com que foi sendo dito que essa não era uma questão importante, ignoraria as respostas, calmas e ponderadas, esclarecendo o sem sentido da perspectiva do recuo para "acções de rua" a que, segundo ela - e definitivamente -, se teria remetido o PCP, esquecendo tudo o que nunca soube nem quer saber sobre "luta de massas", passou sobre brasas pel aquestão das alianças e das alternativas apenas interessada na governabilidade, palavrão encomendado por campanhas de outros, perverteu, apesar de todos os esforços de esclarecimento, a evolução das alianças por Lisboa, e terminou, como "grand final", com o "caso Saramago" numa descarada confissão de que aquilo não era uma entrevista de uma jornalista a um secretário-geral mas uma sucessão de catalinárias e de questões empoladas e/ou distorcidas para atacar o PCP, na figura do seu secretário-geral, por uma intérprete privilegiada - por dispôr de um palco televisivo de serviço público - da burguesia dominante que (ainda) se não conseguiu ver livre deste partido, e que teme a sua força. E da entrevista (?) ficou, além de uma postura e respostas que mostraram que, em entrevista conduzida por um(a) jornalista, teria sido possível esclarecer muita coisa que interessaria ao povo português, uma frase que diria que fica para a história, para esta história que se faz nos écrans: a paciência é revolucionária! E um revolucionário não deixa que se abuse da sua paciência sem mostrar que se estão a passar os limites.

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