Antagonices: 25 de Abril

10-10-2009
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Quando eu era pequenina….Ahahahaahahahha se calhar pensavam que eu ia agora fazer um discurso do tamanho de um comboio para comparar épocas.Se quiserem discursos tivesssem ouvido o da Ana Drago, há coisa de cinco minutos, na RTP 1, directamente da Assembleia da República. Eu, eu estou demasiado ocupada a tentar salvar a minha casa e o meu local de trabalho. Demasiado preocupada com a precariedade dos empregos e a exploração a que os meus filhos estão a ser sujeitos, nesta , já não tão nova assim, era da Democracia.Estou demasiado zangada pelo facto de os saber, aos meus filhos, inseguros a todos os níveis. Tão inseguros que dificilmente poderão fazer planos para o futuro, já que não sabem até quando terão trabalho; já que não sabem quando é que poderão vir a contar com os catorze meses de salário a que os pais sempre tiveram direito; já que não sabem o que lhes poderá acontecer se, um dia, tiverem, e um deles teve há pouco tempo, um acidente grave, porque não ganham o suficiente para se segurarem e as entidades patronais rodeiam aquilo que, na lei, é obrigatório, que é o pagamento de um seguro de acidentes de trabalho que lhes cubra os prejuízos.Estou demasiado triste por viver num país onde já não se pode gritar, outra vez. E não se pode gritar, não porque nos prendam, não porque as antigas prisões políticas tenham ressuscitado ou porque a PIDE tenha saído das tumbas para nos voltar a assombrar com todos os medos. Mas porque o medo de perder o posto de trabalho é maior do que a consciência da ilegalidade com que certas empresas operam.Assim, o medo voltou, sobre outra forma, mais subtil, qui ça, maior, pondo em causa a sobrevivência das bases, tal como sempre fez.


Quando eu era pequenina….Ahahahaahahahha se calhar pensavam que eu ia agora fazer um discurso do tamanho de um comboio para comparar épocas.Se quiserem discursos tivesssem ouvido o da Ana Drago, há coisa de cinco minutos, na RTP 1, directamente da Assembleia da República. Eu, eu estou demasiado ocupada a tentar salvar a minha casa e o meu local de trabalho. Demasiado preocupada com a precariedade dos empregos e a exploração a que os meus filhos estão a ser sujeitos, nesta , já não tão nova assim, era da Democracia.Estou demasiado zangada pelo facto de os saber, aos meus filhos, inseguros a todos os níveis. Tão inseguros que dificilmente poderão fazer planos para o futuro, já que não sabem até quando terão trabalho; já que não sabem quando é que poderão vir a contar com os catorze meses de salário a que os pais sempre tiveram direito; já que não sabem o que lhes poderá acontecer se, um dia, tiverem, e um deles teve há pouco tempo, um acidente grave, porque não ganham o suficiente para se segurarem e as entidades patronais rodeiam aquilo que, na lei, é obrigatório, que é o pagamento de um seguro de acidentes de trabalho que lhes cubra os prejuízos.Estou demasiado triste por viver num país onde já não se pode gritar, outra vez. E não se pode gritar, não porque nos prendam, não porque as antigas prisões políticas tenham ressuscitado ou porque a PIDE tenha saído das tumbas para nos voltar a assombrar com todos os medos. Mas porque o medo de perder o posto de trabalho é maior do que a consciência da ilegalidade com que certas empresas operam.Assim, o medo voltou, sobre outra forma, mais subtil, qui ça, maior, pondo em causa a sobrevivência das bases, tal como sempre fez.

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