A Diáspora Política de um Português: Que vitória?

19-07-2005
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Que derrota? Passou uma semana sobre as recentes eleições. Para muitos, suspeito que uma maioria, é altura de fazer o luto do período esfuziante que se viveu, formalizar mentalmente um regresso à normalidade das perspectivas recentradas nos resultados observados. Que vitória? “(...) É bom, porque é uma boa política para o país (...)” (Sócrates) Aos vitoriosos, aguarda-os o gume pacientemente afiado da expectativa, pois o vazio do Objectivo foi desequilibrado pela plenitude da Intenção. Que derrota? “(...) Isto são coisas sérias (...)” (Bagão Félix) Aos perdedores cai-lhes o ónus do efeito da leviandade. Ana Drago e companhia agradecem-lhes, a ambos, pois asseguram-lhes futuros e projecções garantidas naquilo que mais sabem fazer, quando os discursos de veludo se afastarem. Afinal, que vitória, que derrota? Na linha do que aqui escrevi no dia das próprias eleições, foi a derrota em toda a linha de um sentido de humor mordaz dos portugueses, que preferiram dizer aos políticos profissionais algo como: “É a vossa última oportunidade!”. As duas frases acima retidas, são as que mais me fazem o sentido de resumo das ‘discussões’ assistidas neste período que findou. A proposição lógica de Sócrates, não lhe fica bem, nem a nenhuma engenharia, simplesmente porque a fórmula universal do “Verdadeiro_1 implica Verdadeiro_2” dilui por aborrecimento qualquer interesse intelectual, porque sem validar as veracidades de Verdadeiro_1 e de Verdadeiro_2, respectiva e independentemente, não se pode estabelecer a implicação. O valor de Bagão Félix, ilustra o devaneio dos valores que se instalou à direita. Se adoptarmos o mesmo raciocínio seria o mesmo que dizer: “Agora_é_a_sério_1 implica Agora_é_a_sério_2”, mas como a veracidade de Agora_é_a_sério_1 implicaria que antes fosse verdadeira a condição “Nada_disto_é_sério implica ...”... .... A discussão política será assim nos próximos anos, especulo: A:“É bom, porque é uma boa política para o país!” B: “Mas isto são coisas sérias!” O mote está dado. Seguir-se-á a festa da dança entre “o que é Bom” e “o que é Sério”. Considero que perdemos todos em toda a linha. A começar no respeito pela inteligência das pessoas que se procuram informar, e a acabar pelas altas expectativas entretanto criadas. Que não ajudam. De forma alguma.

Que derrota? Passou uma semana sobre as recentes eleições. Para muitos, suspeito que uma maioria, é altura de fazer o luto do período esfuziante que se viveu, formalizar mentalmente um regresso à normalidade das perspectivas recentradas nos resultados observados. Que vitória? “(...) É bom, porque é uma boa política para o país (...)” (Sócrates) Aos vitoriosos, aguarda-os o gume pacientemente afiado da expectativa, pois o vazio do Objectivo foi desequilibrado pela plenitude da Intenção. Que derrota? “(...) Isto são coisas sérias (...)” (Bagão Félix) Aos perdedores cai-lhes o ónus do efeito da leviandade. Ana Drago e companhia agradecem-lhes, a ambos, pois asseguram-lhes futuros e projecções garantidas naquilo que mais sabem fazer, quando os discursos de veludo se afastarem. Afinal, que vitória, que derrota? Na linha do que aqui escrevi no dia das próprias eleições, foi a derrota em toda a linha de um sentido de humor mordaz dos portugueses, que preferiram dizer aos políticos profissionais algo como: “É a vossa última oportunidade!”. As duas frases acima retidas, são as que mais me fazem o sentido de resumo das ‘discussões’ assistidas neste período que findou. A proposição lógica de Sócrates, não lhe fica bem, nem a nenhuma engenharia, simplesmente porque a fórmula universal do “Verdadeiro_1 implica Verdadeiro_2” dilui por aborrecimento qualquer interesse intelectual, porque sem validar as veracidades de Verdadeiro_1 e de Verdadeiro_2, respectiva e independentemente, não se pode estabelecer a implicação. O valor de Bagão Félix, ilustra o devaneio dos valores que se instalou à direita. Se adoptarmos o mesmo raciocínio seria o mesmo que dizer: “Agora_é_a_sério_1 implica Agora_é_a_sério_2”, mas como a veracidade de Agora_é_a_sério_1 implicaria que antes fosse verdadeira a condição “Nada_disto_é_sério implica ...”... .... A discussão política será assim nos próximos anos, especulo: A:“É bom, porque é uma boa política para o país!” B: “Mas isto são coisas sérias!” O mote está dado. Seguir-se-á a festa da dança entre “o que é Bom” e “o que é Sério”. Considero que perdemos todos em toda a linha. A começar no respeito pela inteligência das pessoas que se procuram informar, e a acabar pelas altas expectativas entretanto criadas. Que não ajudam. De forma alguma.

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