NOVA FRENTE

17-02-2006
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Lapidar o postal de O Sexo dos Anjos sobre a prostituição. Às deusas do asfalto, sobre a violência dos chulos, só lhes faltava levarem agora com os pruridos humanistas da esquerda democrática. É dose de cavalo. Mesmo para putas. Ao menos, as luminárias, antes de debitarem as tontices costumeiras, que sigam o exemplo das melhores actrizes contemporâneas — que não raro se empregam por dias nos trabalhos que, ao depois, representam na pantalha. Pois que assim também essa plêiade de mulheres notáveis e femininas — a Odete Santos, a Ana Drago, a Joana Amaral Dias — marche ligeira para as esquinas do Técnico ou para as casas da especialidade — e que, todas elas, dancem com legitimidade democrática agarradas ao varão ou calmem, nos reservados, as concupiscências mais reaccionárias, com vista a ganhar clientes e experiência política. Para alguma coisa devem elas de ter jeito.

Num tempo em que se recomenda a torto e a direito o profissionalismo, a fim de elevar os "níveis de competitividade", ninguém pode criticar os homens que preferem as prostitutas, profissionais do sexo, às amadoras que têm em casa.

Neste domínio, não sou levado de hipocrisias nem falsas morais. Existe uma prostituição que exacro, uma prostituição degradante e vil, suja e repelente, uma prostituição de rameiras sórdidas encostadas às árvores, os corpos emagrecidos pela droga e a canseira da noite, vivendo paredes meias com a SIDA e a insalubridade; mas existe igualmente uma prostituição lavadinha, sem chulos nem proxenetas, com mulheres de aspecto escorreito: uma prostituição moderna e asseada que não me melindra minimamente.

Deixei aqui em baixo um poema do Rodrigo Emílio dos verdes anos. Mas há mais abonações na poesia portuguesa.

Lapidar o postal de O Sexo dos Anjos sobre a prostituição. Às deusas do asfalto, sobre a violência dos chulos, só lhes faltava levarem agora com os pruridos humanistas da esquerda democrática. É dose de cavalo. Mesmo para putas. Ao menos, as luminárias, antes de debitarem as tontices costumeiras, que sigam o exemplo das melhores actrizes contemporâneas — que não raro se empregam por dias nos trabalhos que, ao depois, representam na pantalha. Pois que assim também essa plêiade de mulheres notáveis e femininas — a Odete Santos, a Ana Drago, a Joana Amaral Dias — marche ligeira para as esquinas do Técnico ou para as casas da especialidade — e que, todas elas, dancem com legitimidade democrática agarradas ao varão ou calmem, nos reservados, as concupiscências mais reaccionárias, com vista a ganhar clientes e experiência política. Para alguma coisa devem elas de ter jeito.

Num tempo em que se recomenda a torto e a direito o profissionalismo, a fim de elevar os "níveis de competitividade", ninguém pode criticar os homens que preferem as prostitutas, profissionais do sexo, às amadoras que têm em casa.

Neste domínio, não sou levado de hipocrisias nem falsas morais. Existe uma prostituição que exacro, uma prostituição degradante e vil, suja e repelente, uma prostituição de rameiras sórdidas encostadas às árvores, os corpos emagrecidos pela droga e a canseira da noite, vivendo paredes meias com a SIDA e a insalubridade; mas existe igualmente uma prostituição lavadinha, sem chulos nem proxenetas, com mulheres de aspecto escorreito: uma prostituição moderna e asseada que não me melindra minimamente.

Deixei aqui em baixo um poema do Rodrigo Emílio dos verdes anos. Mas há mais abonações na poesia portuguesa.

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