Ana Drago será candidata por Lisboa

01-03-2008
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Ana Drago será candidata por Lisboa

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JOÃO CARLOS SANTOS FRANCISCO LOUÇÃ. O BE já age como os «partidos grandes»

ANA Drago é apontada pela direcção do BE para candidata nas próximas autárquicas a uma das principais câmaras do país - que poderá ser a de Lisboa, no caso de não haver condições para uma candidatura conjunta da esquerda.

No Porto, onde a coligação com o PS é considerada improvável por vários dirigentes do BE, João Teixeira Lopes será o candidato. E há outros nomes a circular para as autarquias mais importantes.

«Está na altura de avançarmos com uma geração mais nova de dirigentes que já ganhou experiência política e está preparada para assumir esta tarefa», disse ao EXPRESSO um dirigente do BE, que nomeou como exemplos desta nova geração Jorge Costa (dirigente nacional e responsável pelas duas últimas campanhas eleitorais), Daniel Oliveira (conselheiro político e, até segunda-feria passada, assessor de imprensa do BE) e Pedro Soares (candidato em Braga, que ficou a cerca de 400 votos de ser eleito). Segundo a mesma fonte, os nomes referidos serão «boas apostas» para câmaras como Sintra, Cascais, Oeiras ou Almada.

A decisão sobre as autárquicas não é a única que terá lugar brevemente. Num processo que começa na segunda-feira, com a reunião da comissão permanente (o núcleo mais restrito da direcção política) e prossegue na Mesa Nacional de 12 e 13 de Março, e se conclui com a Convenção Nacional de 6 e 7 de Maio, os bloquistas vão adaptar o partido à nova dimensão que lhe trouxe o acréscimo de votos e deputados destas legislativas.

Um dos projectos em discussão passa por alargar a comissão permanente do BE dos actuais 8 para 10 ou 11 elementos (com a inclusão, provável, de Pedro Soares e Daniel Oliveira), o que permitirá uma divisão por pelouros e uma maior autonomia na condução política corrente. De fora desta alteração directiva ficará o estatuto de Francisco Louçã, que continuará a ser líder apenas «de facto» - desde logo, porque Louçã é o primeiro opositor à instituição do cargo de secretário-geral.

Vícios dos grandes.

A implantação de uma rede de sedes regionais é outra aspiração bloquista. «A campanha permitiu-nos contactar com o mundo associativo, com organizações de desenvolvimento local, cooperativas de consumo, com associações de moradores», explica Jorge Costa. Existe o projecto de manter esses contactos, o que implica uma rede regional que, além do mais, o BE poderá agora suportar financeiramente. O aumento de votação e a eleição de mais deputados (a par com uma nova lei de financiamento, mais generosa) permitiu que, pela primeira vez, a campanha eleitoral do BE tenha ficado paga. Outra vantagem: no Parlamento, o BE passa a ter mais cinco salas e dinheiro para pagar a mais assessores.

Se o BE já iniciou o processo de reflexão sobre o novo estatuto do partido, na noite das eleições demonstrou algumas características dos partidos maiores, longe da espontaneidade habitual. Foi assim que os jornalistas ficaram a saber que Ana Drago faria uma primeira declaração «sem direito a perguntas». E, mais tarde, quando se colocou a hipótese de Louçã, que já havia discursado, responder às declarações de Santana Lopes e Paulo Portas, a resposta de um assessor foi: «Já se viu algum líder partidário falar duas vezes na mesma noite?»

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JOÃO CARLOS SANTOS FRANCISCO LOUÇÃ. O BE já age como os «partidos grandes»

ANA Drago é apontada pela direcção do BE para candidata nas próximas autárquicas a uma das principais câmaras do país - que poderá ser a de Lisboa, no caso de não haver condições para uma candidatura conjunta da esquerda.

No Porto, onde a coligação com o PS é considerada improvável por vários dirigentes do BE, João Teixeira Lopes será o candidato. E há outros nomes a circular para as autarquias mais importantes.

«Está na altura de avançarmos com uma geração mais nova de dirigentes que já ganhou experiência política e está preparada para assumir esta tarefa», disse ao EXPRESSO um dirigente do BE, que nomeou como exemplos desta nova geração Jorge Costa (dirigente nacional e responsável pelas duas últimas campanhas eleitorais), Daniel Oliveira (conselheiro político e, até segunda-feria passada, assessor de imprensa do BE) e Pedro Soares (candidato em Braga, que ficou a cerca de 400 votos de ser eleito). Segundo a mesma fonte, os nomes referidos serão «boas apostas» para câmaras como Sintra, Cascais, Oeiras ou Almada.

A decisão sobre as autárquicas não é a única que terá lugar brevemente. Num processo que começa na segunda-feira, com a reunião da comissão permanente (o núcleo mais restrito da direcção política) e prossegue na Mesa Nacional de 12 e 13 de Março, e se conclui com a Convenção Nacional de 6 e 7 de Maio, os bloquistas vão adaptar o partido à nova dimensão que lhe trouxe o acréscimo de votos e deputados destas legislativas.

Um dos projectos em discussão passa por alargar a comissão permanente do BE dos actuais 8 para 10 ou 11 elementos (com a inclusão, provável, de Pedro Soares e Daniel Oliveira), o que permitirá uma divisão por pelouros e uma maior autonomia na condução política corrente. De fora desta alteração directiva ficará o estatuto de Francisco Louçã, que continuará a ser líder apenas «de facto» - desde logo, porque Louçã é o primeiro opositor à instituição do cargo de secretário-geral.

Vícios dos grandes.

A implantação de uma rede de sedes regionais é outra aspiração bloquista. «A campanha permitiu-nos contactar com o mundo associativo, com organizações de desenvolvimento local, cooperativas de consumo, com associações de moradores», explica Jorge Costa. Existe o projecto de manter esses contactos, o que implica uma rede regional que, além do mais, o BE poderá agora suportar financeiramente. O aumento de votação e a eleição de mais deputados (a par com uma nova lei de financiamento, mais generosa) permitiu que, pela primeira vez, a campanha eleitoral do BE tenha ficado paga. Outra vantagem: no Parlamento, o BE passa a ter mais cinco salas e dinheiro para pagar a mais assessores.

Se o BE já iniciou o processo de reflexão sobre o novo estatuto do partido, na noite das eleições demonstrou algumas características dos partidos maiores, longe da espontaneidade habitual. Foi assim que os jornalistas ficaram a saber que Ana Drago faria uma primeira declaração «sem direito a perguntas». E, mais tarde, quando se colocou a hipótese de Louçã, que já havia discursado, responder às declarações de Santana Lopes e Paulo Portas, a resposta de um assessor foi: «Já se viu algum líder partidário falar duas vezes na mesma noite?»

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