Notícias d´Aldeia: A face política do despejo de lamas em Canelas

29-09-2009
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O caso das lamas provenientes de Etares da zona de Gaia, transportadas pela empresa Terra Fértil de Setúbal e, depositadas a céu aberto em terrenos agrícolas e lagunares da freguesia de Canelas, completamente à margem de todos os preceitos legais, arrasta-se desde meados de Agosto de 2006, altura em que o caso foi denunciado às autoridades.A CCDR-C (Comissão Coordenadora do Desenvolvimento Regional Centro) organismo que investigou o caso e cujo laboratório recebeu para análise, amostras dos detritos aqui deixados, remeteu-se a um silêncio incompreensível e inaceitável, não divulgando, até ao momento – apesar de repetidamente solicitado – o resultado das análises às ditas lamas.Num Concelho com uma longa história de contaminação e poluição, os Canelenses e populações vizinhas, continuam sem saber com que, mais uma vez, foram contaminados seus terrenos, nos quais cultivam legumes e cereais, as águas que consomem e, quais os riscos decorrentes para a sua saúde, porque um serviço público, pago com o dinheiro de todos nós, numa atitude de prepotência e desconsideração para com os cidadãos a quem deveria pedir desculpa por permitir que tais crimes sejam perpetrados, se remeteu ao mutismo.Este longo e persistente silêncio da CCDR-C, sugere dois cenários; ou, irresponsavelmente também este organismo não ordenou a realização da análise às lamas ou, os resultados, a existirem, poderão revelar que se praticou um crime ambiental de perigosas consequências que é conveniente esconder do público.Desde o início que este processo se adivinha sensível dado os intervenientes estarem ligados a autarquias, logo, ao próprio estado. Politicamente, um assunto a ignorar até que esqueça, no qual, aos partidos que têm governado o Concelho são imputáveis responsabilidades. O próprio transportador continuou impune e calmamente a despejar camiões de 30 toneladas de dejectos, presumivelmente na maior parte, fezes humanas, após o caso ter sido denunciado e, mesmo depois da GNR ter iniciado as investigações, demonstrando claramente que não temia consequências.Apesar da enorme dimensão dos despejos e da continuada contaminação ambiental, apesar do atentado à saúde pública decorrente, as estruturas partidárias locais ignoraram o assunto. Apenas numa ocasião, o PS emitiu um comunicado sem qualquer validade prática e de duvidosa honestidade intelectual, acusando o executivo camarário de, nada fazer – como se as questões da contaminação ambiental do Concelho de Estarreja fossem da exclusiva responsabilidade do actual executivo e não, um continuado atentado transversal a muitos executivos e todos os partidos. Foi tudo o que os cidadãos de Canelas lhes mereceram.Compreende-se a atitude. Os partidos políticos evoluíram para entidades pardas que perseguem o poder e os benefícios decorrentes. Os cidadãos não lhes merecem interesse ou atenção, excepto no que concerne à capacidade de lhes extorquir dinheiro através de inúmeros impostos com que financiam os cola-cartazes militantes. Os duzentos acessores que os diferentes partidos colocaram na C. M. de Lisboa – gente dos aparelhos que tem de ser recompensada, custaram, não à autarquia, mas a todos os que pagam impostos, vinte e cinco milhões de euros em 2006, mais do que o polémico túnel do Marquês. Foi nisto que os partidos se tornaram; agencias de emprego para os seus militantes, pagos com o dinheiro que deveria ser redistribuído pelos cidadãos. Por isso as urgências hospitalares encerram, as crianças passaram a nascer em ambulâncias, os idosos morrem porque não podem comprar medicamentos, e eu pago à CME 4,40 € de água e 14,53 € de taxas e impostos.Perante o autismo da CCDR-C e o abandono a que os políticos locais votaram a população de Canelas, a Distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda, através do blog Notícias d’Aldeia, ofereceu a ajuda possível, coisa que os partidos locais há muito deveriam ter feito mas, as populações que neles votam não lhes merecem tal cuidado.Após o estudo dos factos, este partido (BE) através da deputada Alda Macedo, apresentou no dia 15 de Maio na Assembleia da República, dois requerimentos, dirigidos aos ministros do Ambiente e da Agricultura, questionando as razões que impedem a CCDR-C de divulgar os resultados das análises e, como justifica o Ministro que uma empresa como a Terra Fértil, responsável por actividades ilegais danosas para o ambiente, continue a realizar trabalhos para o Estado.Apesar do meu distanciamento aos partidos, fica aqui o agradecimento público que entendo devido ao Bloco de Esquerda de Aveiro que se interessou pelo caso, pelos habitantes de Canelas e, acima de tudo, soube actuar em defesa dos interesses da nossa Aldeia.Esperemos a resposta. Com a certeza de que, a não vir, recorreremos aos tribunais ou mesmo, a revelar-se necessário, às instâncias europeias.Publicado no Jornal de estarreja de 25/05/2007


O caso das lamas provenientes de Etares da zona de Gaia, transportadas pela empresa Terra Fértil de Setúbal e, depositadas a céu aberto em terrenos agrícolas e lagunares da freguesia de Canelas, completamente à margem de todos os preceitos legais, arrasta-se desde meados de Agosto de 2006, altura em que o caso foi denunciado às autoridades.A CCDR-C (Comissão Coordenadora do Desenvolvimento Regional Centro) organismo que investigou o caso e cujo laboratório recebeu para análise, amostras dos detritos aqui deixados, remeteu-se a um silêncio incompreensível e inaceitável, não divulgando, até ao momento – apesar de repetidamente solicitado – o resultado das análises às ditas lamas.Num Concelho com uma longa história de contaminação e poluição, os Canelenses e populações vizinhas, continuam sem saber com que, mais uma vez, foram contaminados seus terrenos, nos quais cultivam legumes e cereais, as águas que consomem e, quais os riscos decorrentes para a sua saúde, porque um serviço público, pago com o dinheiro de todos nós, numa atitude de prepotência e desconsideração para com os cidadãos a quem deveria pedir desculpa por permitir que tais crimes sejam perpetrados, se remeteu ao mutismo.Este longo e persistente silêncio da CCDR-C, sugere dois cenários; ou, irresponsavelmente também este organismo não ordenou a realização da análise às lamas ou, os resultados, a existirem, poderão revelar que se praticou um crime ambiental de perigosas consequências que é conveniente esconder do público.Desde o início que este processo se adivinha sensível dado os intervenientes estarem ligados a autarquias, logo, ao próprio estado. Politicamente, um assunto a ignorar até que esqueça, no qual, aos partidos que têm governado o Concelho são imputáveis responsabilidades. O próprio transportador continuou impune e calmamente a despejar camiões de 30 toneladas de dejectos, presumivelmente na maior parte, fezes humanas, após o caso ter sido denunciado e, mesmo depois da GNR ter iniciado as investigações, demonstrando claramente que não temia consequências.Apesar da enorme dimensão dos despejos e da continuada contaminação ambiental, apesar do atentado à saúde pública decorrente, as estruturas partidárias locais ignoraram o assunto. Apenas numa ocasião, o PS emitiu um comunicado sem qualquer validade prática e de duvidosa honestidade intelectual, acusando o executivo camarário de, nada fazer – como se as questões da contaminação ambiental do Concelho de Estarreja fossem da exclusiva responsabilidade do actual executivo e não, um continuado atentado transversal a muitos executivos e todos os partidos. Foi tudo o que os cidadãos de Canelas lhes mereceram.Compreende-se a atitude. Os partidos políticos evoluíram para entidades pardas que perseguem o poder e os benefícios decorrentes. Os cidadãos não lhes merecem interesse ou atenção, excepto no que concerne à capacidade de lhes extorquir dinheiro através de inúmeros impostos com que financiam os cola-cartazes militantes. Os duzentos acessores que os diferentes partidos colocaram na C. M. de Lisboa – gente dos aparelhos que tem de ser recompensada, custaram, não à autarquia, mas a todos os que pagam impostos, vinte e cinco milhões de euros em 2006, mais do que o polémico túnel do Marquês. Foi nisto que os partidos se tornaram; agencias de emprego para os seus militantes, pagos com o dinheiro que deveria ser redistribuído pelos cidadãos. Por isso as urgências hospitalares encerram, as crianças passaram a nascer em ambulâncias, os idosos morrem porque não podem comprar medicamentos, e eu pago à CME 4,40 € de água e 14,53 € de taxas e impostos.Perante o autismo da CCDR-C e o abandono a que os políticos locais votaram a população de Canelas, a Distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda, através do blog Notícias d’Aldeia, ofereceu a ajuda possível, coisa que os partidos locais há muito deveriam ter feito mas, as populações que neles votam não lhes merecem tal cuidado.Após o estudo dos factos, este partido (BE) através da deputada Alda Macedo, apresentou no dia 15 de Maio na Assembleia da República, dois requerimentos, dirigidos aos ministros do Ambiente e da Agricultura, questionando as razões que impedem a CCDR-C de divulgar os resultados das análises e, como justifica o Ministro que uma empresa como a Terra Fértil, responsável por actividades ilegais danosas para o ambiente, continue a realizar trabalhos para o Estado.Apesar do meu distanciamento aos partidos, fica aqui o agradecimento público que entendo devido ao Bloco de Esquerda de Aveiro que se interessou pelo caso, pelos habitantes de Canelas e, acima de tudo, soube actuar em defesa dos interesses da nossa Aldeia.Esperemos a resposta. Com a certeza de que, a não vir, recorreremos aos tribunais ou mesmo, a revelar-se necessário, às instâncias europeias.Publicado no Jornal de estarreja de 25/05/2007

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