Há coisas que não se aprenderam na escola e que começam a ser essenciais no mundo. Neste mundo, o nosso. Deveria haver uma disciplina que ensinasse o ódio. O ódio racial, de credos, de principios, o ódio no dia a dia, o ódio através dos tempos. Em Portugal, esse bem essencial à sociedade moderna e contemporânea começou a sair dos programas mais ou menos a par das escolas técnicas e ainda hoje é reclamado. Mantiveram-se, tal como o hino e a bandeira, apenas alguns núcleos disseminados dessa disciplina, em alguns professores, mormente colocados no interior do país, mais tradicionalistas portanto. A modernidade acabou com esse bem essencial de consumo para a sobrevivência, pelo menos mais sã, na sociedade do mesmo, do consumo, que é o ódio.Não fui ensinado a odiar, e tal como o francês [segui alemão, imaginem, e hoje lembro-me de pouco mais do que o der, die, das, die] sinto que me faz falta. Vou ter de me juntar a alguma seita e ler uns livros demasiado belos para o conseguir.
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Há coisas que não se aprenderam na escola e que começam a ser essenciais no mundo. Neste mundo, o nosso. Deveria haver uma disciplina que ensinasse o ódio. O ódio racial, de credos, de principios, o ódio no dia a dia, o ódio através dos tempos. Em Portugal, esse bem essencial à sociedade moderna e contemporânea começou a sair dos programas mais ou menos a par das escolas técnicas e ainda hoje é reclamado. Mantiveram-se, tal como o hino e a bandeira, apenas alguns núcleos disseminados dessa disciplina, em alguns professores, mormente colocados no interior do país, mais tradicionalistas portanto. A modernidade acabou com esse bem essencial de consumo para a sobrevivência, pelo menos mais sã, na sociedade do mesmo, do consumo, que é o ódio.Não fui ensinado a odiar, e tal como o francês [segui alemão, imaginem, e hoje lembro-me de pouco mais do que o der, die, das, die] sinto que me faz falta. Vou ter de me juntar a alguma seita e ler uns livros demasiado belos para o conseguir.