Marco Digital

02-07-2005
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Autárquicas Luís Almeida - Candidato do PS à Câmara Municipal de Marco de Canaveses

"A situação da Câmara do Marco é mais grave do que se tem dito"

Candidato socialista promete obras mobilizadoras para o concelho e deixa críticas à gestão de Ferreira Torres

O candidato do PS à presidência da Câmara de Marco de Canaveses, Luís Almeida, éapresentou a sua candidatura durante um almoço que contou com a presença dos dirigentes Alberto Martins e Francisco Assis. O cabeça-de-lista socialista faz um diagnóstico muito crítico à gestão de Avelino Ferreira Torres, responsabilizando-o pelo facto da autarquia estar hoje sujeita a um contrato de reequilíbrio financeiro, que vai dificultar o trabalho dos próximos executivos. No rol das promessas, promete "muito trabalho sério e transparente".

- Se for eleito presidente de Câmara, tem consciência que vai encontrar a autarquia numa situação financeira muito difícil?

- Tenho essa consciência porque desde há vários anos que estou na Assembleia Municipal, onde sempre constatei a gestão irresponsável da autarquia, que teria de conduzir necessariamente à asfixia das suas finanças. A situação é mais grave do que aquilo que publicamente tem sido dito, porque há muita dívida que ainda não está esclarecida. Se for eleito pedirei uma auditoria a uma entidade independente, para que seja feito o levantamento rigoroso das dívidas. Acredito que a Câmara precisa de uma gestão rigorosa e transparente, pois, caso contrário, a situação poderá agravar-se ainda mais, prejudicando os marcuenses.

- Mas como é que vai ultrapassar esses constrangimentos financeiros?

- Vamos aproveitar os meios materiais e humanos de que a Câmara dispõe, procurando fazer muitos trabalhos por administração directa e com rigor.

- Admite que as actuais limitações da autarquia vão inclusive condicionar a execução do vosso programa eleitoral?

- Não quero fazer promessas que não possa cumprir. Vou assumir compromissos e vou honrá-los. Sou um homem de palavra. É nessa base que vou estabelecer o meu contrato com os marcuenses. Vou procurar tudo aquilo que for possível.

- Quantos anos a Câmara vai precisar para estabilizar a situação financeira?

- Está previsto pagar em 20 anos. Vamos procurar atenuar as dificuldades através de recursos próprios acrescidos. Não vamos aumentar as taxas, a não ser aquilo que é obrigatório, fruto do plano de reequilíbrio financeiro. Vamos procurar criar outras fontes de rendimento, que, por exemplo, poderão passar por parcerias com privados para a exploração de parques eólicos privados, para os quais há grandes apoios comunitários. Será uma fonte de rendimento que criará receitas adicionais. Este é apenas um exemplo. É por esta via que queremos caminhar. Será desta forma que poderemos criar condições para fazer mais investimento.

- Em termos de projectos quer destacar algum?

- A prioridade é o ambiente. No prazo de oito anos propomo-nos fazer com que as redes de água e saneamento atinjam os 95 por cento. Hoje, apenas 25% dos marcuenses têm rede de água e 17% saneamento básico, o que nos coloca na cauda do distrito do Porto. A Câmara quer concessionar a privados esse serviço, mas a nossa proposta é renegociar o contrato porque os marcuenses não terão condições para pagar os valores que estão previstos a partir de 2006, ou seja, isso vai ser escondido até depois das eleições autárquicas.

Se for adjudicado a esta empresa, o valor médio do metro cúbico de água, incluindo o aluguer do contador e a descarga no saneamento, para uma família com hábitos médios de higiene, será de 2,20 euros. Renegociaremos e faremos este trabalho por administração directa, com o pessoal e equipamentos da autarquia. Sou empresário e engenheiro e sei como organizar e potenciar todos os recursos. Pouparemos com assessorias inúteis e retirando uma grande parte da verba que hoje é dedicada ao futebol profissional. O futebol pode contar connosco apenas na manutenção do estádio e no apoio à dimensão da situação financeira da autarquia.

- Não receia que possa ser penalizado eleitoralmente por isso?

- Sim, mas quero falar a verdade aos marcuenses.

- Quer avançar com mais algum projecto?

- Quero que todos os jovens do concelho possam praticar gratuitamente uma actividade desportiva. Iremos construir em locais estratégicos do concelho pequenos pavilhões desportivos que sirvam mais do que uma freguesia, em articulação com uma rede de transporte que apoie as deslocações dos jovens. Um acesso do IC 35 de Entre-os-Rios a Alpendurada e um novo nó da A4 em VilaCaiz/Livração são outras ideias que queremos promover.

"Uma candidatura aberta à esquerda e à direita"

- Que equipa vai apresentar ao eleitorado?

- Já está basicamente formada. Temos procurado escolher pessoas sérias, capazes, interventivas, descomprometidas e preocupadas com o bem-estar dos marcuenses. Vai ser uma candidatura de mudança e aberta à esquerda e à direita. Nós traçamos um rumo. Nele cabem todos os marcuenses preocupados com a resolução das grandes questões estruturais.

Temos sentido em todos os quadrantes, que as pessoas reconhecem no líder desta candidatura e no projecto que vamos apresentar, credibilidade e competência. Tenho um percurso profissional que tem assentado no rigor e na transparência.

- A saída de Ferreira Torres reforça as vossas possibilidades de vitória?

- Acredito que se ele se candidatasse era possível aos marcuenses derrotá-lo. As pessoas hoje sabem que aquilo que a imprensa controlada por ele transmitia não era a verdade total. Hoje sentem nos seus próprios bolsos que a gestão irresponsável, despesista e sem rigor técnico e político conduziu à falência das finanças e que, quem fica cá para pagar isso, são os marcuenses. A sua candidatura a Amarante é uma fuga às responsabilidades.

Apelo, assim, a todos os marcuenses que querem uma mudança de ciclo político para apoiarem a candidatura do Partido Socialista, na ruptura com o passado, sem perseguições. Queremos trabalhar no progresso do Marco de canavezes, no respeito pela diversidade de opiniões, trabalhando com rigor e com transparência.

"Subi a pulso como empresário"

Luís Almeida é natural de Marco de Canaveses, onde reside. Tem 51 anos, é casado e pai de dois filhos. Militante do PS, desde os tempos em que Vítor Constâncio era o secretário-geral, lidera há cerca de um ano a concelhia local, cargo que passou a acumular com o de líder parlamentar na Assembleia Municipal, onde está há vários mandatos.

Em termos políticos, assume-se como um homem muito próximo do líder distrital, Francisco Assis, de quem é amigo.

No plano profissional, gere três empresas, a principal das quais na área da construção civil e obras públicas. No mundo empresarial também se dedica à agropecuária e ao sector do turismo.

Luis Almeida falou com orgulho do sucesso profissional que tem conseguido graças ao "muito esforço e espírito de sacrifício". "Subi a pulso", disse com convicção.

Lembrou depois os tempos em que "começou do nada" e foi criando as estruturas que hoje fazem dele um empresário respeitado no concelho e na região.

A. M., 1 de Maiol de 2005, In Comércio do Porto

Autárquicas Luís Almeida - Candidato do PS à Câmara Municipal de Marco de Canaveses

"A situação da Câmara do Marco é mais grave do que se tem dito"

Candidato socialista promete obras mobilizadoras para o concelho e deixa críticas à gestão de Ferreira Torres

O candidato do PS à presidência da Câmara de Marco de Canaveses, Luís Almeida, éapresentou a sua candidatura durante um almoço que contou com a presença dos dirigentes Alberto Martins e Francisco Assis. O cabeça-de-lista socialista faz um diagnóstico muito crítico à gestão de Avelino Ferreira Torres, responsabilizando-o pelo facto da autarquia estar hoje sujeita a um contrato de reequilíbrio financeiro, que vai dificultar o trabalho dos próximos executivos. No rol das promessas, promete "muito trabalho sério e transparente".

- Se for eleito presidente de Câmara, tem consciência que vai encontrar a autarquia numa situação financeira muito difícil?

- Tenho essa consciência porque desde há vários anos que estou na Assembleia Municipal, onde sempre constatei a gestão irresponsável da autarquia, que teria de conduzir necessariamente à asfixia das suas finanças. A situação é mais grave do que aquilo que publicamente tem sido dito, porque há muita dívida que ainda não está esclarecida. Se for eleito pedirei uma auditoria a uma entidade independente, para que seja feito o levantamento rigoroso das dívidas. Acredito que a Câmara precisa de uma gestão rigorosa e transparente, pois, caso contrário, a situação poderá agravar-se ainda mais, prejudicando os marcuenses.

- Mas como é que vai ultrapassar esses constrangimentos financeiros?

- Vamos aproveitar os meios materiais e humanos de que a Câmara dispõe, procurando fazer muitos trabalhos por administração directa e com rigor.

- Admite que as actuais limitações da autarquia vão inclusive condicionar a execução do vosso programa eleitoral?

- Não quero fazer promessas que não possa cumprir. Vou assumir compromissos e vou honrá-los. Sou um homem de palavra. É nessa base que vou estabelecer o meu contrato com os marcuenses. Vou procurar tudo aquilo que for possível.

- Quantos anos a Câmara vai precisar para estabilizar a situação financeira?

- Está previsto pagar em 20 anos. Vamos procurar atenuar as dificuldades através de recursos próprios acrescidos. Não vamos aumentar as taxas, a não ser aquilo que é obrigatório, fruto do plano de reequilíbrio financeiro. Vamos procurar criar outras fontes de rendimento, que, por exemplo, poderão passar por parcerias com privados para a exploração de parques eólicos privados, para os quais há grandes apoios comunitários. Será uma fonte de rendimento que criará receitas adicionais. Este é apenas um exemplo. É por esta via que queremos caminhar. Será desta forma que poderemos criar condições para fazer mais investimento.

- Em termos de projectos quer destacar algum?

- A prioridade é o ambiente. No prazo de oito anos propomo-nos fazer com que as redes de água e saneamento atinjam os 95 por cento. Hoje, apenas 25% dos marcuenses têm rede de água e 17% saneamento básico, o que nos coloca na cauda do distrito do Porto. A Câmara quer concessionar a privados esse serviço, mas a nossa proposta é renegociar o contrato porque os marcuenses não terão condições para pagar os valores que estão previstos a partir de 2006, ou seja, isso vai ser escondido até depois das eleições autárquicas.

Se for adjudicado a esta empresa, o valor médio do metro cúbico de água, incluindo o aluguer do contador e a descarga no saneamento, para uma família com hábitos médios de higiene, será de 2,20 euros. Renegociaremos e faremos este trabalho por administração directa, com o pessoal e equipamentos da autarquia. Sou empresário e engenheiro e sei como organizar e potenciar todos os recursos. Pouparemos com assessorias inúteis e retirando uma grande parte da verba que hoje é dedicada ao futebol profissional. O futebol pode contar connosco apenas na manutenção do estádio e no apoio à dimensão da situação financeira da autarquia.

- Não receia que possa ser penalizado eleitoralmente por isso?

- Sim, mas quero falar a verdade aos marcuenses.

- Quer avançar com mais algum projecto?

- Quero que todos os jovens do concelho possam praticar gratuitamente uma actividade desportiva. Iremos construir em locais estratégicos do concelho pequenos pavilhões desportivos que sirvam mais do que uma freguesia, em articulação com uma rede de transporte que apoie as deslocações dos jovens. Um acesso do IC 35 de Entre-os-Rios a Alpendurada e um novo nó da A4 em VilaCaiz/Livração são outras ideias que queremos promover.

"Uma candidatura aberta à esquerda e à direita"

- Que equipa vai apresentar ao eleitorado?

- Já está basicamente formada. Temos procurado escolher pessoas sérias, capazes, interventivas, descomprometidas e preocupadas com o bem-estar dos marcuenses. Vai ser uma candidatura de mudança e aberta à esquerda e à direita. Nós traçamos um rumo. Nele cabem todos os marcuenses preocupados com a resolução das grandes questões estruturais.

Temos sentido em todos os quadrantes, que as pessoas reconhecem no líder desta candidatura e no projecto que vamos apresentar, credibilidade e competência. Tenho um percurso profissional que tem assentado no rigor e na transparência.

- A saída de Ferreira Torres reforça as vossas possibilidades de vitória?

- Acredito que se ele se candidatasse era possível aos marcuenses derrotá-lo. As pessoas hoje sabem que aquilo que a imprensa controlada por ele transmitia não era a verdade total. Hoje sentem nos seus próprios bolsos que a gestão irresponsável, despesista e sem rigor técnico e político conduziu à falência das finanças e que, quem fica cá para pagar isso, são os marcuenses. A sua candidatura a Amarante é uma fuga às responsabilidades.

Apelo, assim, a todos os marcuenses que querem uma mudança de ciclo político para apoiarem a candidatura do Partido Socialista, na ruptura com o passado, sem perseguições. Queremos trabalhar no progresso do Marco de canavezes, no respeito pela diversidade de opiniões, trabalhando com rigor e com transparência.

"Subi a pulso como empresário"

Luís Almeida é natural de Marco de Canaveses, onde reside. Tem 51 anos, é casado e pai de dois filhos. Militante do PS, desde os tempos em que Vítor Constâncio era o secretário-geral, lidera há cerca de um ano a concelhia local, cargo que passou a acumular com o de líder parlamentar na Assembleia Municipal, onde está há vários mandatos.

Em termos políticos, assume-se como um homem muito próximo do líder distrital, Francisco Assis, de quem é amigo.

No plano profissional, gere três empresas, a principal das quais na área da construção civil e obras públicas. No mundo empresarial também se dedica à agropecuária e ao sector do turismo.

Luis Almeida falou com orgulho do sucesso profissional que tem conseguido graças ao "muito esforço e espírito de sacrifício". "Subi a pulso", disse com convicção.

Lembrou depois os tempos em que "começou do nada" e foi criando as estruturas que hoje fazem dele um empresário respeitado no concelho e na região.

A. M., 1 de Maiol de 2005, In Comércio do Porto

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