Impressões de um Boticário de Província

23-05-2005
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sou contra o pagamento de propinas pelos alunos do ensino superior.

Ando há que tempos para escrever sobre as propinas e as manifestações de desagrado dos universitários.Mas escrever sobre isto implica relacionar o tema com a qualidade do ensino superior, a estratégia de formação de licenciados e outros graduados, os cursos e a sua importância na sociedade, a acção social escolar e os critérios de atribuição de bolsas e residências, os comportamentos e atitudes da sociedade em geral e das massas, e alguns outros assuntos .E isso implica tempo e esforço. Eu que sou um proletário, que vivo do meu trabalho, duro e difícil, nem sempre tenho tempo e energia para me debruçar sobre temas tão complexos. Além disso tem-se escrito tanto sobre a problemática que julgo que a minha opinião não acrescentará nada à berraria reinante.Tenho reparado que a rapaziada da esquerda anda a desancar a estudantada, dizendo que eles gastam imenso em telemóveis, cervejas e leasings de viaturas de luxo. Ontem á noite li no Público o post scriptum da crónica dodo Vital Moreira (ou ex-comuna) e irritei-me. Essetem a mania que tem o rei na barriga, que é a eminência parda da nação, que é um brilhante constitucionalista (devia olhar para a despretensão do Prof. Jorge Miranda) e que sabe de tudo e tem opinião sobre tudo. Diz então odo Vital Moreira: "É uma atitude recorrente (os cadeados nas portas) em Coimbra, perante a passividade das autoridades académicas e outras, embora tais actos estejam previstos e punidos pelo Código Penal."E as acções reivindicativas dos mais variados sectores que os camaradas apoiaram ao longo dos tempos, prejudicando milhares de pessoas? Qual é mais grave fechar uma porta de uma Reitoria por uns dias ou cortar uma estrada que serve uma população inteira? E as greves académicas, as crises de 62 e 69 (por acaso o Dr. Alberto Martins, deputado do PS e presidente da AAC à época, não alinha com odo Vital Moreira), os saneamentos do 25 de Abril nas faculdades, terão sido um exemplo de protesto cívico, sem excessos e desvarios?Serão reivindicações num plano de importância diferente. Talvez. Mas quem decide, em movimentos sociais, o que é justo ou injusto, lícito ou ilícito? A história! E nem sempre! "A história me absolverá" - isso diz o Fidel...Então, eu, em teoria,Mas ainda não é hoje que explico as minhas razões, faz-se tarde e amanhã é dia de trabalho. Nem sequer digo o que quer dizer o meu "em teoria" utilizado na afirmação do parágrafo acima. Fica para uma próxima oportunidade. De qualquer das maneiras o objectivo do texto de hoje era deixar claro que as opiniões dos, como o Vital Moreira, sobre os estudantes de hoje revelam falta de memória e coerência.

sou contra o pagamento de propinas pelos alunos do ensino superior.

Ando há que tempos para escrever sobre as propinas e as manifestações de desagrado dos universitários.Mas escrever sobre isto implica relacionar o tema com a qualidade do ensino superior, a estratégia de formação de licenciados e outros graduados, os cursos e a sua importância na sociedade, a acção social escolar e os critérios de atribuição de bolsas e residências, os comportamentos e atitudes da sociedade em geral e das massas, e alguns outros assuntos .E isso implica tempo e esforço. Eu que sou um proletário, que vivo do meu trabalho, duro e difícil, nem sempre tenho tempo e energia para me debruçar sobre temas tão complexos. Além disso tem-se escrito tanto sobre a problemática que julgo que a minha opinião não acrescentará nada à berraria reinante.Tenho reparado que a rapaziada da esquerda anda a desancar a estudantada, dizendo que eles gastam imenso em telemóveis, cervejas e leasings de viaturas de luxo. Ontem á noite li no Público o post scriptum da crónica dodo Vital Moreira (ou ex-comuna) e irritei-me. Essetem a mania que tem o rei na barriga, que é a eminência parda da nação, que é um brilhante constitucionalista (devia olhar para a despretensão do Prof. Jorge Miranda) e que sabe de tudo e tem opinião sobre tudo. Diz então odo Vital Moreira: "É uma atitude recorrente (os cadeados nas portas) em Coimbra, perante a passividade das autoridades académicas e outras, embora tais actos estejam previstos e punidos pelo Código Penal."E as acções reivindicativas dos mais variados sectores que os camaradas apoiaram ao longo dos tempos, prejudicando milhares de pessoas? Qual é mais grave fechar uma porta de uma Reitoria por uns dias ou cortar uma estrada que serve uma população inteira? E as greves académicas, as crises de 62 e 69 (por acaso o Dr. Alberto Martins, deputado do PS e presidente da AAC à época, não alinha com odo Vital Moreira), os saneamentos do 25 de Abril nas faculdades, terão sido um exemplo de protesto cívico, sem excessos e desvarios?Serão reivindicações num plano de importância diferente. Talvez. Mas quem decide, em movimentos sociais, o que é justo ou injusto, lícito ou ilícito? A história! E nem sempre! "A história me absolverá" - isso diz o Fidel...Então, eu, em teoria,Mas ainda não é hoje que explico as minhas razões, faz-se tarde e amanhã é dia de trabalho. Nem sequer digo o que quer dizer o meu "em teoria" utilizado na afirmação do parágrafo acima. Fica para uma próxima oportunidade. De qualquer das maneiras o objectivo do texto de hoje era deixar claro que as opiniões dos, como o Vital Moreira, sobre os estudantes de hoje revelam falta de memória e coerência.

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