“É a página mais negra da minha vida”

28-10-2008
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Casa Pia

“É a página mais negra da minha vida”

Decisão de recorrer da sentença que condenou o Estado não foi consensual dentro do Governo

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Não foi consensual, no interior do Governo, a decisão de recorrer da sentença do Tribunal Cível de Lisboa que obrigou o Estado a indemnizar Paulo Pedroso pelo “erro grosseiro”, cometido pelo juiz Rui Teixeira, quando em Maio de 2003 decretou a prisão preventiva do ex-ministro socialista, no âmbito do processo Casa Pia.

O Expresso apurou que, ao mais alto nível, houve quem defendesse que a decisão do tribunal deveria ser acatada e que o ministro da Justiça, no âmbito das suas competências, deveria dar instruções para que não houvesse recurso. Terá sido no entanto Alberto Costa a fazer vingar a sua posição. “O ministro da Justiça não vai emitir, neste caso, qualquer instrução, continuando o processo a desenvolver-se sem interferência do Executivo, tal como acontece desde o seu início”, lia-se no comunicado emitido na quarta-feira passada.

Entre os vários argumentos utilizados terá pesado o facto de não permitir que passe para a opinião pública a ideia de que o recurso só não avançaria por decisão “dos amigos de Pedroso do PS”, afirmou ao Expresso uma fonte socialista.

Regresso à política

Três dias depois da leitura da sentença que ordenou o pagamento de uma indemnização a Paulo Pedroso com base no “erro grosseiro” que constituiu a sua prisão preventiva no âmbito do chamado ‘processo Casa Pia’, o ex-ministro socialista reuniu-se com Alberto Martins para acertar os detalhes do seu regresso à vida política activa.

Ao que o Expresso apurou, o encontro ocorreu quinta-feira na Assembleia da República, tendo ficado acertado que o Grupo Parlamentar enviaria ontem uma carta a Jaime Gama, assinada pelo próprio Pedroso, em que este comunicava considerar “ultrapassado o impedimento que, no início da actual legislatura, tinha indicado existir” para assumir um lugar de deputado no Parlamento.

Em declarações ao Expresso, Pedroso diz estar disponível para regressar “no próximo movimento de substituição”. O que irá acontecer já na próxima semana, quando se formalizar a renúncia ao mandato de Vítor Ramalho. O líder da distrital socialista de Setúbal vai ocupar o lugar de presidente da Fundação INATEL, pelo que abandona a Assembleia da República.

O Expresso sabe que, no decorrer da conversa que manteve com Alberto Martins, o líder parlamentar socialista disse a Paulo Pedroso que no seu regresso ao Parlamento teria total liberdade para escolher o que quer fazer.

Ao Expresso, o ex-ministro confessa que, após a experiência na Roménia onde coordena um grupo de trabalho para a aplicação das verbas do Fundo Social Europeu, gostaria de integrar a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.

“Foi a página mais negra da minha vida”

Paulo Pedroso está “parcialmente satisfeito”. “Permanece uma verdade por procurar. Como aconteceu a difamação e a calúnia? Quem o fez? Porquê?”, interroga-se.

O socialista considera que tem existido no decurso deste processo “uma barreira à investigação criminal”, imposta pelo Ministério Público. “As minhas queixas contra os difamadores, quando começaram a ser investigadas, foram redireccionadas para quem me tinha acusado, por decisão da hierarquia”, diz.

Num processo que classifica como “a página mais negra” da sua vida, garante que só estará satisfeito “quando toda a verdade for conhecida”. Paulo Pedroso considera que “seria bom para Portugal que as instituições não desistissem de a procurar”.

Casa Pia

“É a página mais negra da minha vida”

Decisão de recorrer da sentença que condenou o Estado não foi consensual dentro do Governo

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Não foi consensual, no interior do Governo, a decisão de recorrer da sentença do Tribunal Cível de Lisboa que obrigou o Estado a indemnizar Paulo Pedroso pelo “erro grosseiro”, cometido pelo juiz Rui Teixeira, quando em Maio de 2003 decretou a prisão preventiva do ex-ministro socialista, no âmbito do processo Casa Pia.

O Expresso apurou que, ao mais alto nível, houve quem defendesse que a decisão do tribunal deveria ser acatada e que o ministro da Justiça, no âmbito das suas competências, deveria dar instruções para que não houvesse recurso. Terá sido no entanto Alberto Costa a fazer vingar a sua posição. “O ministro da Justiça não vai emitir, neste caso, qualquer instrução, continuando o processo a desenvolver-se sem interferência do Executivo, tal como acontece desde o seu início”, lia-se no comunicado emitido na quarta-feira passada.

Entre os vários argumentos utilizados terá pesado o facto de não permitir que passe para a opinião pública a ideia de que o recurso só não avançaria por decisão “dos amigos de Pedroso do PS”, afirmou ao Expresso uma fonte socialista.

Regresso à política

Três dias depois da leitura da sentença que ordenou o pagamento de uma indemnização a Paulo Pedroso com base no “erro grosseiro” que constituiu a sua prisão preventiva no âmbito do chamado ‘processo Casa Pia’, o ex-ministro socialista reuniu-se com Alberto Martins para acertar os detalhes do seu regresso à vida política activa.

Ao que o Expresso apurou, o encontro ocorreu quinta-feira na Assembleia da República, tendo ficado acertado que o Grupo Parlamentar enviaria ontem uma carta a Jaime Gama, assinada pelo próprio Pedroso, em que este comunicava considerar “ultrapassado o impedimento que, no início da actual legislatura, tinha indicado existir” para assumir um lugar de deputado no Parlamento.

Em declarações ao Expresso, Pedroso diz estar disponível para regressar “no próximo movimento de substituição”. O que irá acontecer já na próxima semana, quando se formalizar a renúncia ao mandato de Vítor Ramalho. O líder da distrital socialista de Setúbal vai ocupar o lugar de presidente da Fundação INATEL, pelo que abandona a Assembleia da República.

O Expresso sabe que, no decorrer da conversa que manteve com Alberto Martins, o líder parlamentar socialista disse a Paulo Pedroso que no seu regresso ao Parlamento teria total liberdade para escolher o que quer fazer.

Ao Expresso, o ex-ministro confessa que, após a experiência na Roménia onde coordena um grupo de trabalho para a aplicação das verbas do Fundo Social Europeu, gostaria de integrar a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.

“Foi a página mais negra da minha vida”

Paulo Pedroso está “parcialmente satisfeito”. “Permanece uma verdade por procurar. Como aconteceu a difamação e a calúnia? Quem o fez? Porquê?”, interroga-se.

O socialista considera que tem existido no decurso deste processo “uma barreira à investigação criminal”, imposta pelo Ministério Público. “As minhas queixas contra os difamadores, quando começaram a ser investigadas, foram redireccionadas para quem me tinha acusado, por decisão da hierarquia”, diz.

Num processo que classifica como “a página mais negra” da sua vida, garante que só estará satisfeito “quando toda a verdade for conhecida”. Paulo Pedroso considera que “seria bom para Portugal que as instituições não desistissem de a procurar”.

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