BUSTOS À LUPA: Lenda de São Lourenço

21-07-2009
marcar artigo


Em finais do séc. XV, no lugar de Busto, um humilde jovem agricultor, arrendatário de um conjunto de terras, casado e com vários filhos, adoeceu e ficou praticamente sem poder andar. Aflito com a sua situação de saúde que o impedia de trabalhar no cultivo das terras de onde tirava o sustento da família e algo mais para pagar as rendas, no seu desespero e pela fé que nutria por S. Lourenço, prometeu-lhe que se ficasse bom da maleita que tinha, lhe construiria para sua memória e culto uma capela.Passados uns dias acorda cheio de energias e, apercebe-se que está curado. O milagre tão desejado tinha-se realizado, tinha agora de cumprir a promessa.Como não possuía disponibilidades financeiras, para comprar os materiais destinados à construção da capela, foi aos poucos fazendo adobos de barro e levantando as paredes, tendo esta ficado aproximadamente com 6 pés de largura, por 6 de comprimento e 6 de altura, com uma abertura para a entrada. Faltava agora cobrir a capela, e para maior dignidade teria de ser com telhas, material que já não podia fazer com as suas próprias mãos, pois carecia de um forno para as cozer.Mas entretanto a notícia do milagre tinha-se espalhado pelas redondezas e a capela estava a ser construída à beira da estrada Real, ponto obrigatório de passagem.Esta noticia do milagre levou a que outros necessitados recorressem a S. Lourenço e que outros milagres acontecessem, como se estava no período em que era necessário telhar a capela, prometiam ao Santo uma telha e as telhas foram aparecendo fruto de promessas, só que a grande maioria eram telhas que foram roubadas para pagar a promessa, razão que perdura a lenda de que “S. Lourenço, cura as maleitas a quem lhe oferte uma telha roubada”.Quando a capela estava quase telhada o fundador da mesma, ficou preocupado, porque não tinha nenhuma representação do santo para lá colocar, até que um dia sobre a argamassa da zona do altar, com tintas que fez de plantas do campo, começou a pintar e fez uma representação de como ele imaginava S. Lourenço, ficando a capela assim à disposição de quem a quisesse usar.O tempo foi passando e ele enviuvou, os filhos já eram casados e já tinham descendentes, mas a sua fé ao seu Santo protector estava sempre viva. Consta que terá estudado e já com a idade avançada foi ordenado sacerdote, regressando à sua aldeia, dando apoio religioso aos que necessitavam e o restante tempo passava-o a rezar, esquecendo-me mesmo de comer, valendo-lhe por vezes os viajantes que passavam e ao verem aquele velhinho rezando lhe deixavam um qualquer naco de pão.Consta ainda que quando faleceu, muito corcovado e já muito velhinho que nem lhe sabiam a idade, foi sepultado no chão térreo da sua capela e que muitos outros milagres se realizaram.Recolha do Museu de São Pedro da PalhaçaA recolha desta lenda foi efectuada pelo Museu de São Pedro da Palhaça, e foi apresentada na Feira Medieval no dia 6 de Junho de 2007, interpretada por jovens de Bustos e da Palhaça, pelo director do Museu São Pedro da Palhaça, Adelino Baptista e pelos seus colaboradores. O Museu de São Pedro tem exercido uma grande actividade na recolha de elementos, dos quais a Lenda de São Lourenço- Bustos é um exemplo entre outras actividades. A página do Museu de São Pedro poderá ser visitada a partir dos links deste blogue. O Bustos àLupa agradece ao Museu da Palhaça, especialmente a Adelino Baptista por ter facultado a Lenda.Alberto Martins______________________________________________1-Fotografia- Susana Nunes (BL)2-Imagem- Cedida por Museu São Pedro da Palhaça


Em finais do séc. XV, no lugar de Busto, um humilde jovem agricultor, arrendatário de um conjunto de terras, casado e com vários filhos, adoeceu e ficou praticamente sem poder andar. Aflito com a sua situação de saúde que o impedia de trabalhar no cultivo das terras de onde tirava o sustento da família e algo mais para pagar as rendas, no seu desespero e pela fé que nutria por S. Lourenço, prometeu-lhe que se ficasse bom da maleita que tinha, lhe construiria para sua memória e culto uma capela.Passados uns dias acorda cheio de energias e, apercebe-se que está curado. O milagre tão desejado tinha-se realizado, tinha agora de cumprir a promessa.Como não possuía disponibilidades financeiras, para comprar os materiais destinados à construção da capela, foi aos poucos fazendo adobos de barro e levantando as paredes, tendo esta ficado aproximadamente com 6 pés de largura, por 6 de comprimento e 6 de altura, com uma abertura para a entrada. Faltava agora cobrir a capela, e para maior dignidade teria de ser com telhas, material que já não podia fazer com as suas próprias mãos, pois carecia de um forno para as cozer.Mas entretanto a notícia do milagre tinha-se espalhado pelas redondezas e a capela estava a ser construída à beira da estrada Real, ponto obrigatório de passagem.Esta noticia do milagre levou a que outros necessitados recorressem a S. Lourenço e que outros milagres acontecessem, como se estava no período em que era necessário telhar a capela, prometiam ao Santo uma telha e as telhas foram aparecendo fruto de promessas, só que a grande maioria eram telhas que foram roubadas para pagar a promessa, razão que perdura a lenda de que “S. Lourenço, cura as maleitas a quem lhe oferte uma telha roubada”.Quando a capela estava quase telhada o fundador da mesma, ficou preocupado, porque não tinha nenhuma representação do santo para lá colocar, até que um dia sobre a argamassa da zona do altar, com tintas que fez de plantas do campo, começou a pintar e fez uma representação de como ele imaginava S. Lourenço, ficando a capela assim à disposição de quem a quisesse usar.O tempo foi passando e ele enviuvou, os filhos já eram casados e já tinham descendentes, mas a sua fé ao seu Santo protector estava sempre viva. Consta que terá estudado e já com a idade avançada foi ordenado sacerdote, regressando à sua aldeia, dando apoio religioso aos que necessitavam e o restante tempo passava-o a rezar, esquecendo-me mesmo de comer, valendo-lhe por vezes os viajantes que passavam e ao verem aquele velhinho rezando lhe deixavam um qualquer naco de pão.Consta ainda que quando faleceu, muito corcovado e já muito velhinho que nem lhe sabiam a idade, foi sepultado no chão térreo da sua capela e que muitos outros milagres se realizaram.Recolha do Museu de São Pedro da PalhaçaA recolha desta lenda foi efectuada pelo Museu de São Pedro da Palhaça, e foi apresentada na Feira Medieval no dia 6 de Junho de 2007, interpretada por jovens de Bustos e da Palhaça, pelo director do Museu São Pedro da Palhaça, Adelino Baptista e pelos seus colaboradores. O Museu de São Pedro tem exercido uma grande actividade na recolha de elementos, dos quais a Lenda de São Lourenço- Bustos é um exemplo entre outras actividades. A página do Museu de São Pedro poderá ser visitada a partir dos links deste blogue. O Bustos àLupa agradece ao Museu da Palhaça, especialmente a Adelino Baptista por ter facultado a Lenda.Alberto Martins______________________________________________1-Fotografia- Susana Nunes (BL)2-Imagem- Cedida por Museu São Pedro da Palhaça

marcar artigo