AECOPS

13-02-2008
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Alta concorrência dispara preços de licitação baixos As diferenças efectivamente apuradas entre os montantes do preço base, os valores das propostas candidatas e, ainda, o preço da proposta vencedora não são uma novidade, mas assustam pela frequência com que continuam a ocorrer.

Tome-se como exemplo as adjudicações efectuadas durante o passado mês de Setembro, período em que as três obras de maior valor entregues totalizaram pouco mais de 36,8 milhões de euros, quando o seu valor base global era superior a 50,8 milhões de euros, o que revela uma diferença de 14 milhões de euros, ou seja, da ordem dos 27,6 por cento.

A empreitada de projecto e execução da "ETAR de Alverca do Ribatejo" avaliada pela SIMTEJO-Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão em 25 milhões de euros e que foi a obra mais cara adjudicada no mês em análise, acabou por ser entregue por pouco mais de 15,2 milhões de euros, na sequência de um procedimento que atraiu oito concorrentes, dos quais sete agrupamentos, num total de 21 empresas.

Os valores das 23 propostas concorrentes oscilavam entre os 13,6 milhões de euros de uma das variantes do consórcio vencedor, liderado pela Somague e constituído ainda pela Mota-Engil e pela Dégremont, e os 20,9 milhões de euros, da proposta principal da CME/MSF/Construções Aquino & Rodrigues.

Para além destes, disputaram também esta obra a Soares da Costa, com a EFIEFE; a Ferrovial, com a Agroman e a Cadágua; a Ramalho Rosa Cobetar, com a Conduril, a SPA e a Acoril; a Edifer, com a Gaspar Correia e a Pridesa; a Teixeira Duarte com a Hidrocontrato e, por fim, isoladamente, a Abrantina.

A obra, que inclui a consolidação dos terrenos e execução do aterro, fundações e construção dos órgãos, fornecimento e montagem do equipamento mecânico, eléctrico, instrumentação, automação e supervisão, circuitos internos de TV e detecção de intrusão, construção do edifício de exploração e arranque da instalação, tem um prazo de execução de cerca de dois anos e meio (900 dias) a contar da data da decisão da adjudicação.

Proposta 45 por cento inferior ao valor base

Por seu turno, a empreitada de construção do primeiro troço do canal Alvito--Pisão do sistema Primário de Rega do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, a segunda obra mais cara adjudicada em Setembro passado, estava orçamentada pela EDIA-Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva, em 20 milhões de euros, tendo sido entregue por cerca de 16,8 milhões de euros à Mota-Engil.

Também aqui, esteve envolvido um elevado número de empresas. De facto, concorreram a esta obra 14 entidades, num total de 28 empresas - OPCA/Irmãos Cavaco, Edifer/Obrecol, Duarte & Soares/Monte Adriano, Ferrovial/Teixeira Duarte, Tecnovia/Tomás de Oliveira Empreiteiros, Mota-Engil/Oikos, Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Solux, Lena Construções/Seth/Hidrocontrato, Zagope/Construtora do Tâmega/MSF, Conduril/Novopca, Sopol/Teodoro Gomes Alho & Filhos, CME/OHV Cobra e, por fim, isoladamente, a Somague e a Ramalho Rosa Cobetar -, que apresentaram um total de 28 propostas, a partir dos 10,7 milhões de euros, variante da Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Solux, cuja proposta principal era de 11 milhões de euros, ou seja, 45 por cento menos do que o preço base da obra.

Em causa está a construção do primeiro troço do canal Alvito-Pisão, numa extensão de 9,245 km, sendo constituído pelas seguintes infra- -estruturas principais: tomada de água na barragem do Alvito; quatro troços de canal em secção trapezoidal, com um comprimento total de 8. 880 m com uma inclinação dos taludes laterais de 1V/ 3H, largura da soleira de 3,0 m e altura da secção de 4,3 m; dois troços de secção rectangular coberta, construídos em cut-and-cover, com septo central, comprimento total de 215 m e com largura da soleira de 2,0 m x 4,55 m e altura da secção de 4,3 m; um troço em sifão, constituído por tubagem em betão armado com alma de aço DN 2500 em paralelo (três linhas) e um comprimento total de 330 m; derivação para o circuito Hidráulico de Barras/Odivelas; uma estrutura de regulação; dois descarregadores de emergência; 30 passagens hidráulicas sobre o canal; cinco passagens superiores para trânsito de pessoas, veículos e animais; uma passagem para fauna, 14 rampas de salvamento e acesso ao canal; caminhos de serviço; vedações e portões; equipamento hidromecânico; instalações eléctricas; automação e telegestão.

Terceira obra mais cara valeu apenas 4,7 milhões

Finalmente, a terceira obra de maior valor adjudicada no mês de Setembro foi lançada pela CoimbraPolis, Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis em Coimbra, e diz respeito à construção da primeira e segunda fases do Parque Verde do Mondego.

A empreitada que abrange os trabalhos de demolições e movimentos de terras, pavimentações, mobiliário urbano, fundações e estruturas em betão armado e metálico, revestimentos exteriores (coberturas e fachadas), revestimentos interiores (tectos, paredes e pavimentos), trabalhos de serralharia, vidros e carpintaria, rede de rega, infra-estrutura e redes interiores de drenagem de águas pluviais e residuais, de abastecimento de água e de gás natural, infra-estruturas, instalações e equipamentos interiores de electricidade e telecomunicações, trabalhos de paisagismo e infra-estruturas de desporto e lazer, estimados em 5,8 milhões de euros, foi adjudicado à Abrantina e à Manuel Rodrigues Gouveia por 4,7 milhões de euros. Os candidatos a esta obra, à semelhança do que aconteceu nas anteriores, foram bastantes, exactamente 18: dez consórcios - Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Silva Brandão & Filhos, Jaime Ribeiro & Filhos/Jardinagem, Etermar/Baptista de Almeida, Alexandre Barbosa Borges/FDO, Gabriel A. S. Couto/Scoprolumba, Ramos Catarino/Tecnovia, Ibersilva/JAOP, Construções Aquino & Rodrigues/Vibeiras, Manuel Rodrigues Gouveia/Abrantina, Oliveiras/Teleflora/Empreiteiros Casais/Construções J.J.R. & Filhos - e oito empresas -Conduril, Soares da Costa, Domingos da Silva Teixeira, Edifer, Teixeira Duarte, Alberto Couto Alves, Ferrovial Agroman e Novopca - que, num total de 30 entidades, apresentaram 33 propostas. Por seu turno, os valores destas oscilaram entre os 4,7 milhões de euros da vencedora do concurso e os 6,8 milhões da Soares da Costa.

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Alta concorrência dispara preços de licitação baixos As diferenças efectivamente apuradas entre os montantes do preço base, os valores das propostas candidatas e, ainda, o preço da proposta vencedora não são uma novidade, mas assustam pela frequência com que continuam a ocorrer.

Tome-se como exemplo as adjudicações efectuadas durante o passado mês de Setembro, período em que as três obras de maior valor entregues totalizaram pouco mais de 36,8 milhões de euros, quando o seu valor base global era superior a 50,8 milhões de euros, o que revela uma diferença de 14 milhões de euros, ou seja, da ordem dos 27,6 por cento.

A empreitada de projecto e execução da "ETAR de Alverca do Ribatejo" avaliada pela SIMTEJO-Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão em 25 milhões de euros e que foi a obra mais cara adjudicada no mês em análise, acabou por ser entregue por pouco mais de 15,2 milhões de euros, na sequência de um procedimento que atraiu oito concorrentes, dos quais sete agrupamentos, num total de 21 empresas.

Os valores das 23 propostas concorrentes oscilavam entre os 13,6 milhões de euros de uma das variantes do consórcio vencedor, liderado pela Somague e constituído ainda pela Mota-Engil e pela Dégremont, e os 20,9 milhões de euros, da proposta principal da CME/MSF/Construções Aquino & Rodrigues.

Para além destes, disputaram também esta obra a Soares da Costa, com a EFIEFE; a Ferrovial, com a Agroman e a Cadágua; a Ramalho Rosa Cobetar, com a Conduril, a SPA e a Acoril; a Edifer, com a Gaspar Correia e a Pridesa; a Teixeira Duarte com a Hidrocontrato e, por fim, isoladamente, a Abrantina.

A obra, que inclui a consolidação dos terrenos e execução do aterro, fundações e construção dos órgãos, fornecimento e montagem do equipamento mecânico, eléctrico, instrumentação, automação e supervisão, circuitos internos de TV e detecção de intrusão, construção do edifício de exploração e arranque da instalação, tem um prazo de execução de cerca de dois anos e meio (900 dias) a contar da data da decisão da adjudicação.

Proposta 45 por cento inferior ao valor base

Por seu turno, a empreitada de construção do primeiro troço do canal Alvito--Pisão do sistema Primário de Rega do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, a segunda obra mais cara adjudicada em Setembro passado, estava orçamentada pela EDIA-Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva, em 20 milhões de euros, tendo sido entregue por cerca de 16,8 milhões de euros à Mota-Engil.

Também aqui, esteve envolvido um elevado número de empresas. De facto, concorreram a esta obra 14 entidades, num total de 28 empresas - OPCA/Irmãos Cavaco, Edifer/Obrecol, Duarte & Soares/Monte Adriano, Ferrovial/Teixeira Duarte, Tecnovia/Tomás de Oliveira Empreiteiros, Mota-Engil/Oikos, Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Solux, Lena Construções/Seth/Hidrocontrato, Zagope/Construtora do Tâmega/MSF, Conduril/Novopca, Sopol/Teodoro Gomes Alho & Filhos, CME/OHV Cobra e, por fim, isoladamente, a Somague e a Ramalho Rosa Cobetar -, que apresentaram um total de 28 propostas, a partir dos 10,7 milhões de euros, variante da Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Solux, cuja proposta principal era de 11 milhões de euros, ou seja, 45 por cento menos do que o preço base da obra.

Em causa está a construção do primeiro troço do canal Alvito-Pisão, numa extensão de 9,245 km, sendo constituído pelas seguintes infra- -estruturas principais: tomada de água na barragem do Alvito; quatro troços de canal em secção trapezoidal, com um comprimento total de 8. 880 m com uma inclinação dos taludes laterais de 1V/ 3H, largura da soleira de 3,0 m e altura da secção de 4,3 m; dois troços de secção rectangular coberta, construídos em cut-and-cover, com septo central, comprimento total de 215 m e com largura da soleira de 2,0 m x 4,55 m e altura da secção de 4,3 m; um troço em sifão, constituído por tubagem em betão armado com alma de aço DN 2500 em paralelo (três linhas) e um comprimento total de 330 m; derivação para o circuito Hidráulico de Barras/Odivelas; uma estrutura de regulação; dois descarregadores de emergência; 30 passagens hidráulicas sobre o canal; cinco passagens superiores para trânsito de pessoas, veículos e animais; uma passagem para fauna, 14 rampas de salvamento e acesso ao canal; caminhos de serviço; vedações e portões; equipamento hidromecânico; instalações eléctricas; automação e telegestão.

Terceira obra mais cara valeu apenas 4,7 milhões

Finalmente, a terceira obra de maior valor adjudicada no mês de Setembro foi lançada pela CoimbraPolis, Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis em Coimbra, e diz respeito à construção da primeira e segunda fases do Parque Verde do Mondego.

A empreitada que abrange os trabalhos de demolições e movimentos de terras, pavimentações, mobiliário urbano, fundações e estruturas em betão armado e metálico, revestimentos exteriores (coberturas e fachadas), revestimentos interiores (tectos, paredes e pavimentos), trabalhos de serralharia, vidros e carpintaria, rede de rega, infra-estrutura e redes interiores de drenagem de águas pluviais e residuais, de abastecimento de água e de gás natural, infra-estruturas, instalações e equipamentos interiores de electricidade e telecomunicações, trabalhos de paisagismo e infra-estruturas de desporto e lazer, estimados em 5,8 milhões de euros, foi adjudicado à Abrantina e à Manuel Rodrigues Gouveia por 4,7 milhões de euros. Os candidatos a esta obra, à semelhança do que aconteceu nas anteriores, foram bastantes, exactamente 18: dez consórcios - Alberto Martins de Mesquita & Filhos/Silva Brandão & Filhos, Jaime Ribeiro & Filhos/Jardinagem, Etermar/Baptista de Almeida, Alexandre Barbosa Borges/FDO, Gabriel A. S. Couto/Scoprolumba, Ramos Catarino/Tecnovia, Ibersilva/JAOP, Construções Aquino & Rodrigues/Vibeiras, Manuel Rodrigues Gouveia/Abrantina, Oliveiras/Teleflora/Empreiteiros Casais/Construções J.J.R. & Filhos - e oito empresas -Conduril, Soares da Costa, Domingos da Silva Teixeira, Edifer, Teixeira Duarte, Alberto Couto Alves, Ferrovial Agroman e Novopca - que, num total de 30 entidades, apresentaram 33 propostas. Por seu turno, os valores destas oscilaram entre os 4,7 milhões de euros da vencedora do concurso e os 6,8 milhões da Soares da Costa.

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