PONTE DO SOR: E ESTA ... [parte II]

26-05-2005
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Portugal é um país de brandos costumes. Uns podem, outros não, uns tem que cumprir, outros só às vezes. A revelação de que o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, comemorou em alegre farra a vitória do Partido Socialista numa sede distrital deste pode parecer menor mas não é. Não o é porque o que parece é. E o que parece é que é inexplicável que o responsável máximo pelo orgão disciplinador dos juizes portugueses, o orgão que de quando em vez pune os magistrados judiciais quando estes violam o sacrossanto dever de reserva, acha afinal que as regras que ele jurou cumprir e aplicar afinal não se aplicam a ele. O desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino podia ter admitido ingenuidade, podia ter admitido que errou, que foi ingénuo e imprudente, mas não, com arrogância, haverá outro nome?, fugiu para a frente. Não se passou nada, diz ele. Foi apenas a uma festa, privada, do PS, mas que diriam os arautos da moral do regime se, por exemplo e por absurdo, o Dr. Souto Moura, esse mesmo, alguma vez tivesse posto os pés numa qualquer sede do PSD, ou doutro partido qualquer, de cochecol em riste ? Tolerariam as esfarrapadas explicações dadas pelo hoje vice-presidente do CSM ? Acha-las-iam lícitas e suficientes ? Ou será que os direitos do desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino são diferentes dos dos outros magistrados, ou melhor, será que os direitos dos magistrados simpatizantes públicos e declarados do Partido Socialista são diferentes dos dos restantes membros da classe? A questão, o problema, é só e apenas essa. À mulher de César não basta ser séria diz o ditado. Ao desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino não basta dizer que não se passou nada, bastar-lhe-ia, isso sim, pedir, ele próprio, ao CSM, a abertura de inquérito a sí mesmo, à sua conduta, assim como resignar do lugar para que foi eleito. Por uma questão de dignidade, dele próprio, e de toda a magistratura portuguesa.Manuel

Portugal é um país de brandos costumes. Uns podem, outros não, uns tem que cumprir, outros só às vezes. A revelação de que o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, comemorou em alegre farra a vitória do Partido Socialista numa sede distrital deste pode parecer menor mas não é. Não o é porque o que parece é. E o que parece é que é inexplicável que o responsável máximo pelo orgão disciplinador dos juizes portugueses, o orgão que de quando em vez pune os magistrados judiciais quando estes violam o sacrossanto dever de reserva, acha afinal que as regras que ele jurou cumprir e aplicar afinal não se aplicam a ele. O desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino podia ter admitido ingenuidade, podia ter admitido que errou, que foi ingénuo e imprudente, mas não, com arrogância, haverá outro nome?, fugiu para a frente. Não se passou nada, diz ele. Foi apenas a uma festa, privada, do PS, mas que diriam os arautos da moral do regime se, por exemplo e por absurdo, o Dr. Souto Moura, esse mesmo, alguma vez tivesse posto os pés numa qualquer sede do PSD, ou doutro partido qualquer, de cochecol em riste ? Tolerariam as esfarrapadas explicações dadas pelo hoje vice-presidente do CSM ? Acha-las-iam lícitas e suficientes ? Ou será que os direitos do desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino são diferentes dos dos outros magistrados, ou melhor, será que os direitos dos magistrados simpatizantes públicos e declarados do Partido Socialista são diferentes dos dos restantes membros da classe? A questão, o problema, é só e apenas essa. À mulher de César não basta ser séria diz o ditado. Ao desembargador António Cardoso dos Santos Bernardino não basta dizer que não se passou nada, bastar-lhe-ia, isso sim, pedir, ele próprio, ao CSM, a abertura de inquérito a sí mesmo, à sua conduta, assim como resignar do lugar para que foi eleito. Por uma questão de dignidade, dele próprio, e de toda a magistratura portuguesa.Manuel

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