"Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, o Engº José Sócratespediu-me para o contactar com urgência, para este fax privado nacerteza de que o meu amigo compreenderá a necessidade de que estamensagem não seja amplamente divulgada, pois destina-se apenas ao núcleo de pessoas do partido envolvidas na campanha do Soares.
O que se passa é bastante grave e exige da nossa estrutura umaintervenção rápida e sigilosa.A sondagem porque aguardávamos foi-nos entregue hoje de manhã e indica claramente uma derrota de Soares em relação ao Alegre, numa diferençaque ultrapassa os 5%, sendo que a margem de erro desta sondagem é deapenas 3%.
Também nas últimas sondagens a publicar esta noite e amanhãpela comunicação social esta derrota é evidenciada. Por outro lado, ahipótese do Cavaco não ganhar logo à primeira volta existe e não estácompletamente afastada.
Na sondagem do PS indica 51%, mas como amargem de erro é de 3%, e com a tendência de descida que se verificou, é muito provável que o Cavaco fique abaixo dos 50% obrigando a umasegunda volta, por uma muito pequena diferença de votos. Neste caso,teríamos um cenário desastroso para o governo, para o PS e deixaria oEngº Sócrates numa posição fragilizada, ao ter avançado com a candidatura de Soares e ver-se depois obrigado a apoiar o Alegre paraa segunda volta, sendo certo que este poderá recusar publicamente esteapoio.Assim, o pedido que tem sido dirigido apenas ao núcleo de apoiantes da candidatura do Soares é de que tentem influenciar as pessoas que estãomais próximas de vós, sempre pessoalmente, para que votem em branco,ou mesmo que votem no Cavaco, para assegurar que não haja segundavolta, e o governo não saia fragilizado desta eleição.
O melhor argumento a apresentar é de que uma segunda volta, a existir, será umdesperdício de verbas do orçamento, uma vez que as sondagens indicamque se não passar na primeira volta o Cavaco ganhará folgadamentecontra o Alegre na segunda volta. Escusado será insistir na confidencialidade deste assunto."
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"Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, o Engº José Sócratespediu-me para o contactar com urgência, para este fax privado nacerteza de que o meu amigo compreenderá a necessidade de que estamensagem não seja amplamente divulgada, pois destina-se apenas ao núcleo de pessoas do partido envolvidas na campanha do Soares.
O que se passa é bastante grave e exige da nossa estrutura umaintervenção rápida e sigilosa.A sondagem porque aguardávamos foi-nos entregue hoje de manhã e indica claramente uma derrota de Soares em relação ao Alegre, numa diferençaque ultrapassa os 5%, sendo que a margem de erro desta sondagem é deapenas 3%.
Também nas últimas sondagens a publicar esta noite e amanhãpela comunicação social esta derrota é evidenciada. Por outro lado, ahipótese do Cavaco não ganhar logo à primeira volta existe e não estácompletamente afastada.
Na sondagem do PS indica 51%, mas como amargem de erro é de 3%, e com a tendência de descida que se verificou, é muito provável que o Cavaco fique abaixo dos 50% obrigando a umasegunda volta, por uma muito pequena diferença de votos. Neste caso,teríamos um cenário desastroso para o governo, para o PS e deixaria oEngº Sócrates numa posição fragilizada, ao ter avançado com a candidatura de Soares e ver-se depois obrigado a apoiar o Alegre paraa segunda volta, sendo certo que este poderá recusar publicamente esteapoio.Assim, o pedido que tem sido dirigido apenas ao núcleo de apoiantes da candidatura do Soares é de que tentem influenciar as pessoas que estãomais próximas de vós, sempre pessoalmente, para que votem em branco,ou mesmo que votem no Cavaco, para assegurar que não haja segundavolta, e o governo não saia fragilizado desta eleição.
O melhor argumento a apresentar é de que uma segunda volta, a existir, será umdesperdício de verbas do orçamento, uma vez que as sondagens indicamque se não passar na primeira volta o Cavaco ganhará folgadamentecontra o Alegre na segunda volta. Escusado será insistir na confidencialidade deste assunto."