Apito Dourado: diferentes pesos ou a perigosa gravata do Major

20-05-2009
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O que vou escrever nada tem a ver com considerações acerca do grau de culpa de ninguém. Desconheço o processo Freeport (tanto quanto é possível desconhecê-lo). Mas a verdade, é que parece haver em Portugal duas velocidades de Justiça. No caso Apito Dourado, quando, durante a investigação, um telefonema chamou a atenção dos investigadores, o processo de detenção dos suspeitos foi desencadeado de imediato. Valentim Loureiro foi um dos detidos, tendo sido preso durante três dias. Foi transportado e exibido num carro da polícia durante dias, entre as selas da PJ e o Tribunal. Quando foi ouvido, foi libertado e as suspeitos que motivaram a sua detenção, acabaram por não ser sequer acusadas, pois tratava-se de um equívoco. O Major viria a ser condenado no processo por cumplicidade noutra acusação, que não aquela que motivou a sua espectacular detenção. Durante três dias, 64 inspectores passearam os suspeitos entre as selas e o Tribunal. Que diferença de tratamento entre uns e outros casos. Sete anos depois, ouvem umas "testemunhas" com toda a descrição. Apenas algumas testemunhas, porque suspeitos, não há. Um último pormenor. Quando Valentim Loureiro foi detido, tiraram-lhe a gravata, por razões de segurança. Não consigo imaginar nada mais perigoso para a sociedade do que o Major munido de uma gravata, mesmo guardado por 64 agentes.


O que vou escrever nada tem a ver com considerações acerca do grau de culpa de ninguém. Desconheço o processo Freeport (tanto quanto é possível desconhecê-lo). Mas a verdade, é que parece haver em Portugal duas velocidades de Justiça. No caso Apito Dourado, quando, durante a investigação, um telefonema chamou a atenção dos investigadores, o processo de detenção dos suspeitos foi desencadeado de imediato. Valentim Loureiro foi um dos detidos, tendo sido preso durante três dias. Foi transportado e exibido num carro da polícia durante dias, entre as selas da PJ e o Tribunal. Quando foi ouvido, foi libertado e as suspeitos que motivaram a sua detenção, acabaram por não ser sequer acusadas, pois tratava-se de um equívoco. O Major viria a ser condenado no processo por cumplicidade noutra acusação, que não aquela que motivou a sua espectacular detenção. Durante três dias, 64 inspectores passearam os suspeitos entre as selas e o Tribunal. Que diferença de tratamento entre uns e outros casos. Sete anos depois, ouvem umas "testemunhas" com toda a descrição. Apenas algumas testemunhas, porque suspeitos, não há. Um último pormenor. Quando Valentim Loureiro foi detido, tiraram-lhe a gravata, por razões de segurança. Não consigo imaginar nada mais perigoso para a sociedade do que o Major munido de uma gravata, mesmo guardado por 64 agentes.

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