A FOZ: Acabei

13-04-2005
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de tomar conhecimento da solução governativa de José Sócrates. Uma análise preliminar, justifica, desde já, os seguintes comentários:1. Conseguiu-se, talvez pela primeira vez, a constituição de um governo sem grandes especulações ou fugas estrondosas de informação. O timing escolhido revelou-se certeiro, ao não prolongar a indefinição por mais tempo e não deixando passar mais um fim-de-semana no vazio com a sua apresentação numa noite de 6ª feira (o que obrigou certamente muitos jornais a refazer os seus editorais e manchetes. Os jornalistas do Expresso vão, certamente, fazer horas extraordinárias).2. Verifica-se alguma renovação no elenco governamental (o que é de saudar), mas estão ainda presentes resquícios evidentes do guterrismo (o que não predispõe para grandes benefícios de dúvida).3. Confirmou-se a ausência de António Vitorino. Afinal, a notícia do Jornal de Negócios (que referimos neste blog) não era contra-informação; parece-me agora, a posteriori, que se tratou de uma fuga informativa, cuidadosamente planeada, para prevenir maiores desilusões. É uma baixa de peso, pelas razões que se conhecem. Ficará sempre a interrogação: como seria este governo com AV?4. A par da ausência de AV surge o grande equívoco da presença de Freitas de Amaral. A sua participação nesta equipa, como ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, será sempre interpretada como uma retribuição de um favor político, o do seu apoio ao PS. Sintomaticamente, esta era uma pasta que admitia várias soluções, o que reforça a ideia de pagamento. Acresce ainda que a sua trajectória política, manifestamente errática, retirou-lhe muito da credibilidade política que tinha angariado ao longo de anos passados. A ele aplica-se o dito de "À mulher de César não basta ser honesta...".5. Parece pouco razoável a insistência em nomes como os de Alberto Costa, Mariano Gago, Correia de Campos, Vieira da Silva e até mesmo de António Costa. Para quem teve uma maioria absoluta tão significativa, tudo isto parece pouco, muito pouco. No entanto, o futuro é que confirmará, ou não, o acerto destas escolhas; até lá, há que preservar o capital de esperança.

de tomar conhecimento da solução governativa de José Sócrates. Uma análise preliminar, justifica, desde já, os seguintes comentários:1. Conseguiu-se, talvez pela primeira vez, a constituição de um governo sem grandes especulações ou fugas estrondosas de informação. O timing escolhido revelou-se certeiro, ao não prolongar a indefinição por mais tempo e não deixando passar mais um fim-de-semana no vazio com a sua apresentação numa noite de 6ª feira (o que obrigou certamente muitos jornais a refazer os seus editorais e manchetes. Os jornalistas do Expresso vão, certamente, fazer horas extraordinárias).2. Verifica-se alguma renovação no elenco governamental (o que é de saudar), mas estão ainda presentes resquícios evidentes do guterrismo (o que não predispõe para grandes benefícios de dúvida).3. Confirmou-se a ausência de António Vitorino. Afinal, a notícia do Jornal de Negócios (que referimos neste blog) não era contra-informação; parece-me agora, a posteriori, que se tratou de uma fuga informativa, cuidadosamente planeada, para prevenir maiores desilusões. É uma baixa de peso, pelas razões que se conhecem. Ficará sempre a interrogação: como seria este governo com AV?4. A par da ausência de AV surge o grande equívoco da presença de Freitas de Amaral. A sua participação nesta equipa, como ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, será sempre interpretada como uma retribuição de um favor político, o do seu apoio ao PS. Sintomaticamente, esta era uma pasta que admitia várias soluções, o que reforça a ideia de pagamento. Acresce ainda que a sua trajectória política, manifestamente errática, retirou-lhe muito da credibilidade política que tinha angariado ao longo de anos passados. A ele aplica-se o dito de "À mulher de César não basta ser honesta...".5. Parece pouco razoável a insistência em nomes como os de Alberto Costa, Mariano Gago, Correia de Campos, Vieira da Silva e até mesmo de António Costa. Para quem teve uma maioria absoluta tão significativa, tudo isto parece pouco, muito pouco. No entanto, o futuro é que confirmará, ou não, o acerto destas escolhas; até lá, há que preservar o capital de esperança.

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