A festa continua

29-10-2008
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A festa continua

«O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político.» Alterar tamanho Ana Baião/Luiz Carvalho/José Ventura/João Carlos Santos Souto de Moura, Ana Gomes, Durão Barroso (com Martins da Cruz) e Paulo Pedroso: o conflito na sociedade portuguesa já envolve os três poderes do Estado. O que nos resta? O ESTADO democrático moderno assenta sobre um tripé formado por três poderes: o executivo, o legislativo e o judicial. O ESTADO democrático moderno assenta sobre um tripé formado por três poderes: o executivo, o legislativo e o judicial. Todos atravessam hoje, em Portugal, momentos difíceis. O poder judicial viu-se envolvido numa guerra com o Partido Socialista, que acusa a Justiça de ter montado uma maquinação (ou ter sido instrumentalizada) no processo da Casa Pia. Os últimos episódios desta luta foram protagonizados pela dirigente socialista Ana Gomes e pelo procurador-geral da República. Mas a guerra do PS não é só com Souto de Moura. O juiz de instrução, Rui Teixeira, e o Ministério Público também estão na mira dos socialistas. Pelo que pode dizer-se que está de facto aberta uma guerra entre o PS e o aparelho judicial. Que, se é má para os socialistas, é péssima para a Justiça - porque, seja qual for o desfecho do caso Paulo Pedroso, ele será sempre objecto de uma leitura política. Se Pedroso for ilibado, é porque a Justiça recuou perante a pressão do PS; se for condenado, é porque houve por parte dos juízes a intenção de atacar o PS. QUANTO ao poder legislativo, o que se passou na quarta-feira da semana passada é suficientemente elucidativo. O Parlamento foi tomado de assalto para receber de braços abertos Paulo Pedroso, regressado da prisão. Ora isto é inimaginável num Estado organizado. Não está em causa a culpabilidade ou a inocência de Pedroso - que tem direito a ser tratado como presumível inocente até ao último dia do julgamento. O problema é outro: o problema é que o PS aproveitou a Assembleia da República para atacar a Justiça. Recebendo Paulo Pedroso como um mártir, o PS criticou implicitamente a Justiça por ter mantido o seu dirigente «injustamente» preso durante mais de quatro meses. E com essa crítica, feita no Parlamento, os socialistas passaram a ideia de que tudo isto se resume a um processo político. NO QUE RESPEITA ao poder executivo, os últimos dias foram fatais. As demissões de Pedro Lynce e Martins da Cruz, pela forma como se processaram, tornaram claro que falta a este Governo dureza e serenidade para enfrentar grandes batalhas. Como escrevi há oito dias, um Governo que não tem força anímica para resistir aos «media» não tem condições para governar. Deixando cair dois dos seus ministros sob o fogo cruzado dos jornais e das televisões, Durão Barroso deu a sensação de não ser capaz de resistir politicamente aos ataques do poder mediático. Ora esse é um péssimo sinal: quanto mais o poder político ceder mais os «media» o atacarão. MUITOS comentadores acham que isto é que é a «verdadeira democracia». Quantos mais ministros caírem em consequência de escândalos mediáticos mais democrático será o país. Este modo de pensar resulta de uma deficiente cultura política. O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político. Nas sociedades democráticas há hoje uma enorme dispersão de poderes: o poder económico, o poder religioso, o poder dos juízes, o poder mediático, o poder dos sindicatos, o poder dos partidos, o poder dos lóbis profissionais, etc., etc., etc. Ora, se o poder político for fraco, será inevitavelmente engolido pelos outros poderes e o país ficará à deriva. «Esta choldra é ingovernável», queixava-se D. Carlos. Para o país ser «governável», o poder político não pode dar o flanco nem ter medo de exercer a autoridade. Porque é preciso reflectir no seguinte: nenhuma democracia se transformou em ditadura por excesso de autoridade do poder político; mas muitas democracias caíram e deram lugar a ditaduras porque o poder político revelou falta de autoridade. A JUSTIÇA está envolvida numa querela com o segundo maior partido político do país. O Parlamento foi palco de uma manifestação com fins partidários, contra a vontade do seu presidente. O Governo dá sinais de fraqueza em relação aos jornais e às televisões. Ou seja: a instabilidade já atingiu os três pilares do Estado. O que nos resta? De dia para dia o poder cai um bocadinho mais na rua e ninguém se preocupa. Porque andam todos ocupados em perceber o que se passou com a filha de um ministro que meteu um requerimento para entrar em Medicina que se suspeita só ter sido deferido pelo facto de a aluna ser filha do ministro embora não se saiba se o pai meteu efectivamente uma cunha e se o ministro que deferiu o requerimento o fez para ser simpático com o colega. Assim vamos nós. Em 30 anos de democracia, o hábito bem português de olhar mais para a casa da vizinha do que para a situação do país já nos levou a atrasarmo-nos pelo menos 20 anos em relação aos espanhóis. E a festa continua. jsaraiva@mail.expresso.pt

7

1 a 7 | 7 comentários

blue 19 de Outubro de 2003 às 19:35

O Sr. Director está muito pessimista. É preciso ter a coragem de aprender com os erros e seguir em frente.

Estes dois ministros tinham de saír.

Parabéns ao Dr. Durão Barroso!

O País precisa absolutamente de uma estratégia de desenvolvimento

Deixemo-nos de tretas e

vamos lá fazer teses (Mestrados, Doutoramentos,etc) com base em protocolos com a Indústria Portuguesa e pôr os Srs. das Economias a envestigar mercados potênciais

É às Universidades que compete a iniciativa!

Chega de desculpas!

FORÇA PORTUGAL!

re-tombola 18 de Outubro de 2003 às 20:22

Bem prega Frei JAS

DELIBERAÇÃO

SOBRE

QUEIXA DE ALBERTO ARONS DE CARVALHO

CONTRA “O EXPRESSO”

RELATIVA À POSSIBILIDADE DE ESCUTAS TELEFÓNICAS POR INICIATIVA DE JORNALISTAS

(Aprovada em reunião plenária de 15 de Outubro de 2003)

IV – CONCLUSÃO/RECOMENDAÇÃO

Tendo apreciado uma queixa de Alberto Arons de Carvalho contra o “Expresso”, por o queixoso considerar designadamente que o Código de Conduta que aquele semanário divulgou no seu número de 12 de Julho de 2003 continha uma previsão ilegal, ao permitir, em certas circunstâncias, a efectivação de escutas telefónicas por parte de jornalistas, a Alta Autoridade para a Comunicação Social delibera:

a) Dar provimento à queixa, na medida em que considera que constitui uma prática ilícita a intercepção de conversas telefónicas por iniciativa de jornalistas, seja em que circunstâncias for, conforme decorre da Constituição, da lei penal e processual penal e da lei que na matéria regula a imprensa e a conduta dos jornalistas;

b) Recomendar ao “Expresso” que adeque o seu Código de Conduta à legislação em vigor, designadamente em matéria de intercepção de conversas telefónicas por jornalistas, nos termos aí mencionados.

Bastian 18 de Outubro de 2003 às 20:05

D.Sebastião 18 de Outubro de 2003 às 11:40

Não posso deixar de repetir as suas palavras porque eu penso e digo exactamente a mesma coisa.

....

"Não é com a autoridade da arrogância e autismo que se governa o país, é com a autoridade do exemplo e da luta pelos princípios, mesmo contra a inconsciência e ignorância de alguns.

A nossa democracia tornou-se numa mediocracia, porque o povo é mediocre e os políticos são duplamente mediocres, já que pelo menos no dominio intelectual têm mais obrigações.

Definitivamente não existem homens de Estado..."

Só não concordo com aquela de que o povo é medíocre -o povo não é medíocre. 48% são analfabetos funcionais, 20 % vivem abaixo do limiar de pobreza e uma certa percentagem são fascistas.

E tenho que acrescentar que criticar é muito positivo, mas temos que fazer mais senão as nossas criticas caiem em saco roto.

Temos que tomar o poder.

Eu vou tentar. Através da candidatura à minha Câmara Municipal dentro de uma lista completamente independente e contra os actuais aparelhómetros politico partidários.

Vamos tentar. Pelo menos vamos tentar.

O Zé Luís esteja seguro que há muito boa gente no nosso querido Portugal que se preocupa e que está a aguardar, inteligentemente, o momento adquado para fazer o que é preciso.

Quanto ao JAS, cada vez me parece mais demente.

Zé Luiz 18 de Outubro de 2003 às 16:40

"O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político."

Uma grande verdade. Mas dita por quem, como José António Saraiva, tanto tem contribuído para o problema e tão pouco para a solução, é uma verdade que soa desagradavelmente a mentira.

"De dia para dia o poder cai um bocadinho mais na rua".

Essa não. O poder não está nos órgãos legitimados para o exercer, mas também não está na rua. Está numa oligarquia anónima, que ninguém elegeu, que tudo domina - até a rua - e para a qual JAS também trabalha.

E ninguém se preocupa.

trucatruca 18 de Outubro de 2003 às 15:40

JAS a primeiro ministro, JÀ! Queremos, como ele próprio quer, que o País não caia em ditadura, por falta de... sei lá: um ditador?

D.Sebastião 18 de Outubro de 2003 às 11:40

meias verdades

JAS tem andado um pouco arredado da intuição que lhe era habitual.

Tem muita razão no que diz, só que insistir em não ver que o caso que levou á demissão dos ministros, é demasiado grave para que nada acontecesse,está a peturbar a sua habitual sagacidade.

Está em causa a questão da galinha e do ovo,se os homens públicos não conseguem sequer disfarçar os seus pés de barro, a questão torna-se insolúvel.

Certamente não desconhece que quando um governante faz isto, imagine-se o regabofe em toda a Administração pública. Olhe que falo com conhecimento de causa e digo-lhe que estamos perante um problema verdadeiramente nacional, porque se trata de uma doença asquerosa que ataca a nossa essência como povo. A inconsciência é generalizada, e os homens de bem pura e simplesmente pouco podem fazer.

Repare no regresso das touradas a barrancos, é um retrocesso civilizacional, repare que são comparáveis ao circo romano. Barbárie como divertimento só resulta de ausência de compaixão, e ausência de compaixão é ausência de consciência.

A diferença entre o homem comum de barrancos e os políticos que ajudaram á festa é nenhuma, por isso a lepra é um flagelo nacional.

Não é com a autoridade da arrogância e autismo que se governa o país, é com a autoridade do exemplo e da luta pelos princípios, mesmo contra a inconsciência e ignorância de alguns.

A nossa democracia tornou-se numa mediocracia, porque o povo é mediocre e os políticos são duplamente mediocres, já que pelo menos no dominio intelectual têm mais obrigações.

Definitivamente não existem homens de Estado...

ARDINA II 18 de Outubro de 2003 às 01:03

MANIPULADOR

Eis a aflição do JAS!

Autoridade!!!!!!!

Quem a tinha?

Cavaco.

Quem a não tem?

Barroso.

Até parece que quer andar com o governo ao colo,a ensiná-lo a caminhar...

Manipulação pura.

A hipocrisia no jornalismo.

Para enviar o seu comentário é necessário primeiro registar-se. Obrigado.

A festa continua

«O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político.» Alterar tamanho Ana Baião/Luiz Carvalho/José Ventura/João Carlos Santos Souto de Moura, Ana Gomes, Durão Barroso (com Martins da Cruz) e Paulo Pedroso: o conflito na sociedade portuguesa já envolve os três poderes do Estado. O que nos resta? O ESTADO democrático moderno assenta sobre um tripé formado por três poderes: o executivo, o legislativo e o judicial. O ESTADO democrático moderno assenta sobre um tripé formado por três poderes: o executivo, o legislativo e o judicial. Todos atravessam hoje, em Portugal, momentos difíceis. O poder judicial viu-se envolvido numa guerra com o Partido Socialista, que acusa a Justiça de ter montado uma maquinação (ou ter sido instrumentalizada) no processo da Casa Pia. Os últimos episódios desta luta foram protagonizados pela dirigente socialista Ana Gomes e pelo procurador-geral da República. Mas a guerra do PS não é só com Souto de Moura. O juiz de instrução, Rui Teixeira, e o Ministério Público também estão na mira dos socialistas. Pelo que pode dizer-se que está de facto aberta uma guerra entre o PS e o aparelho judicial. Que, se é má para os socialistas, é péssima para a Justiça - porque, seja qual for o desfecho do caso Paulo Pedroso, ele será sempre objecto de uma leitura política. Se Pedroso for ilibado, é porque a Justiça recuou perante a pressão do PS; se for condenado, é porque houve por parte dos juízes a intenção de atacar o PS. QUANTO ao poder legislativo, o que se passou na quarta-feira da semana passada é suficientemente elucidativo. O Parlamento foi tomado de assalto para receber de braços abertos Paulo Pedroso, regressado da prisão. Ora isto é inimaginável num Estado organizado. Não está em causa a culpabilidade ou a inocência de Pedroso - que tem direito a ser tratado como presumível inocente até ao último dia do julgamento. O problema é outro: o problema é que o PS aproveitou a Assembleia da República para atacar a Justiça. Recebendo Paulo Pedroso como um mártir, o PS criticou implicitamente a Justiça por ter mantido o seu dirigente «injustamente» preso durante mais de quatro meses. E com essa crítica, feita no Parlamento, os socialistas passaram a ideia de que tudo isto se resume a um processo político. NO QUE RESPEITA ao poder executivo, os últimos dias foram fatais. As demissões de Pedro Lynce e Martins da Cruz, pela forma como se processaram, tornaram claro que falta a este Governo dureza e serenidade para enfrentar grandes batalhas. Como escrevi há oito dias, um Governo que não tem força anímica para resistir aos «media» não tem condições para governar. Deixando cair dois dos seus ministros sob o fogo cruzado dos jornais e das televisões, Durão Barroso deu a sensação de não ser capaz de resistir politicamente aos ataques do poder mediático. Ora esse é um péssimo sinal: quanto mais o poder político ceder mais os «media» o atacarão. MUITOS comentadores acham que isto é que é a «verdadeira democracia». Quantos mais ministros caírem em consequência de escândalos mediáticos mais democrático será o país. Este modo de pensar resulta de uma deficiente cultura política. O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político. Nas sociedades democráticas há hoje uma enorme dispersão de poderes: o poder económico, o poder religioso, o poder dos juízes, o poder mediático, o poder dos sindicatos, o poder dos partidos, o poder dos lóbis profissionais, etc., etc., etc. Ora, se o poder político for fraco, será inevitavelmente engolido pelos outros poderes e o país ficará à deriva. «Esta choldra é ingovernável», queixava-se D. Carlos. Para o país ser «governável», o poder político não pode dar o flanco nem ter medo de exercer a autoridade. Porque é preciso reflectir no seguinte: nenhuma democracia se transformou em ditadura por excesso de autoridade do poder político; mas muitas democracias caíram e deram lugar a ditaduras porque o poder político revelou falta de autoridade. A JUSTIÇA está envolvida numa querela com o segundo maior partido político do país. O Parlamento foi palco de uma manifestação com fins partidários, contra a vontade do seu presidente. O Governo dá sinais de fraqueza em relação aos jornais e às televisões. Ou seja: a instabilidade já atingiu os três pilares do Estado. O que nos resta? De dia para dia o poder cai um bocadinho mais na rua e ninguém se preocupa. Porque andam todos ocupados em perceber o que se passou com a filha de um ministro que meteu um requerimento para entrar em Medicina que se suspeita só ter sido deferido pelo facto de a aluna ser filha do ministro embora não se saiba se o pai meteu efectivamente uma cunha e se o ministro que deferiu o requerimento o fez para ser simpático com o colega. Assim vamos nós. Em 30 anos de democracia, o hábito bem português de olhar mais para a casa da vizinha do que para a situação do país já nos levou a atrasarmo-nos pelo menos 20 anos em relação aos espanhóis. E a festa continua. jsaraiva@mail.expresso.pt

7

1 a 7 | 7 comentários

blue 19 de Outubro de 2003 às 19:35

O Sr. Director está muito pessimista. É preciso ter a coragem de aprender com os erros e seguir em frente.

Estes dois ministros tinham de saír.

Parabéns ao Dr. Durão Barroso!

O País precisa absolutamente de uma estratégia de desenvolvimento

Deixemo-nos de tretas e

vamos lá fazer teses (Mestrados, Doutoramentos,etc) com base em protocolos com a Indústria Portuguesa e pôr os Srs. das Economias a envestigar mercados potênciais

É às Universidades que compete a iniciativa!

Chega de desculpas!

FORÇA PORTUGAL!

re-tombola 18 de Outubro de 2003 às 20:22

Bem prega Frei JAS

DELIBERAÇÃO

SOBRE

QUEIXA DE ALBERTO ARONS DE CARVALHO

CONTRA “O EXPRESSO”

RELATIVA À POSSIBILIDADE DE ESCUTAS TELEFÓNICAS POR INICIATIVA DE JORNALISTAS

(Aprovada em reunião plenária de 15 de Outubro de 2003)

IV – CONCLUSÃO/RECOMENDAÇÃO

Tendo apreciado uma queixa de Alberto Arons de Carvalho contra o “Expresso”, por o queixoso considerar designadamente que o Código de Conduta que aquele semanário divulgou no seu número de 12 de Julho de 2003 continha uma previsão ilegal, ao permitir, em certas circunstâncias, a efectivação de escutas telefónicas por parte de jornalistas, a Alta Autoridade para a Comunicação Social delibera:

a) Dar provimento à queixa, na medida em que considera que constitui uma prática ilícita a intercepção de conversas telefónicas por iniciativa de jornalistas, seja em que circunstâncias for, conforme decorre da Constituição, da lei penal e processual penal e da lei que na matéria regula a imprensa e a conduta dos jornalistas;

b) Recomendar ao “Expresso” que adeque o seu Código de Conduta à legislação em vigor, designadamente em matéria de intercepção de conversas telefónicas por jornalistas, nos termos aí mencionados.

Bastian 18 de Outubro de 2003 às 20:05

D.Sebastião 18 de Outubro de 2003 às 11:40

Não posso deixar de repetir as suas palavras porque eu penso e digo exactamente a mesma coisa.

....

"Não é com a autoridade da arrogância e autismo que se governa o país, é com a autoridade do exemplo e da luta pelos princípios, mesmo contra a inconsciência e ignorância de alguns.

A nossa democracia tornou-se numa mediocracia, porque o povo é mediocre e os políticos são duplamente mediocres, já que pelo menos no dominio intelectual têm mais obrigações.

Definitivamente não existem homens de Estado..."

Só não concordo com aquela de que o povo é medíocre -o povo não é medíocre. 48% são analfabetos funcionais, 20 % vivem abaixo do limiar de pobreza e uma certa percentagem são fascistas.

E tenho que acrescentar que criticar é muito positivo, mas temos que fazer mais senão as nossas criticas caiem em saco roto.

Temos que tomar o poder.

Eu vou tentar. Através da candidatura à minha Câmara Municipal dentro de uma lista completamente independente e contra os actuais aparelhómetros politico partidários.

Vamos tentar. Pelo menos vamos tentar.

O Zé Luís esteja seguro que há muito boa gente no nosso querido Portugal que se preocupa e que está a aguardar, inteligentemente, o momento adquado para fazer o que é preciso.

Quanto ao JAS, cada vez me parece mais demente.

Zé Luiz 18 de Outubro de 2003 às 16:40

"O problema das democracias modernas não é a força excessiva do poder político - é a fragilidade excessiva do poder político."

Uma grande verdade. Mas dita por quem, como José António Saraiva, tanto tem contribuído para o problema e tão pouco para a solução, é uma verdade que soa desagradavelmente a mentira.

"De dia para dia o poder cai um bocadinho mais na rua".

Essa não. O poder não está nos órgãos legitimados para o exercer, mas também não está na rua. Está numa oligarquia anónima, que ninguém elegeu, que tudo domina - até a rua - e para a qual JAS também trabalha.

E ninguém se preocupa.

trucatruca 18 de Outubro de 2003 às 15:40

JAS a primeiro ministro, JÀ! Queremos, como ele próprio quer, que o País não caia em ditadura, por falta de... sei lá: um ditador?

D.Sebastião 18 de Outubro de 2003 às 11:40

meias verdades

JAS tem andado um pouco arredado da intuição que lhe era habitual.

Tem muita razão no que diz, só que insistir em não ver que o caso que levou á demissão dos ministros, é demasiado grave para que nada acontecesse,está a peturbar a sua habitual sagacidade.

Está em causa a questão da galinha e do ovo,se os homens públicos não conseguem sequer disfarçar os seus pés de barro, a questão torna-se insolúvel.

Certamente não desconhece que quando um governante faz isto, imagine-se o regabofe em toda a Administração pública. Olhe que falo com conhecimento de causa e digo-lhe que estamos perante um problema verdadeiramente nacional, porque se trata de uma doença asquerosa que ataca a nossa essência como povo. A inconsciência é generalizada, e os homens de bem pura e simplesmente pouco podem fazer.

Repare no regresso das touradas a barrancos, é um retrocesso civilizacional, repare que são comparáveis ao circo romano. Barbárie como divertimento só resulta de ausência de compaixão, e ausência de compaixão é ausência de consciência.

A diferença entre o homem comum de barrancos e os políticos que ajudaram á festa é nenhuma, por isso a lepra é um flagelo nacional.

Não é com a autoridade da arrogância e autismo que se governa o país, é com a autoridade do exemplo e da luta pelos princípios, mesmo contra a inconsciência e ignorância de alguns.

A nossa democracia tornou-se numa mediocracia, porque o povo é mediocre e os políticos são duplamente mediocres, já que pelo menos no dominio intelectual têm mais obrigações.

Definitivamente não existem homens de Estado...

ARDINA II 18 de Outubro de 2003 às 01:03

MANIPULADOR

Eis a aflição do JAS!

Autoridade!!!!!!!

Quem a tinha?

Cavaco.

Quem a não tem?

Barroso.

Até parece que quer andar com o governo ao colo,a ensiná-lo a caminhar...

Manipulação pura.

A hipocrisia no jornalismo.

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