Mais português na rádio

18-02-2008
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Mais português na rádio

O PS recuperou as quotas mínimas para a música portuguesa. A oposição apoia

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AS RÁDIOS vão mesmo ter de dedicar parte da sua programação - que poderá ir dos 20 aos 40% - à música portuguesa. Um ano depois de ter apresentado um projecto, que foi aprovado no Parlamento mas nunca saiu do papel, o PS volta à carga, desta vez acompanhado por projectos de todas as bancadas.

Os deputados concordam que o espaço dedicado à produção nacional portuguesa tem diminuído, em parte «fruto do desinvestimento das editoras multinacionais». Segundo um estudo da Nielson, só 11 músicas portuguesas figuraram entre as 100 mais tocadas, em 12 das rádios mais ouvidas, em 2004. E destas, um terço eram cantadas em inglês. Arons de Carvalho aponta para a Rádio Comercial e a RFM, que emitem apenas 12,% e 13,5% de música lusa, respectivamente.

É devido às músicas de portugueses que cantam em inglês e a inúmeros sucessos brasileiros que a definição de música portuguesa tem variado. Se, no projecto de 2003, os socialistas Augusto Santos Silva e Alberto Arons de Carvalho descreviam a música a proteger como a que cumprisse dois dos seguintes requisitos: executada, composta ou escrita por um português ou com letra na nossa língua; agora, para cumprir normas europeias, a definição foi restrita a duas condições cumulativas: ter letra portuguesa ou melodia que se inspire nas tradições e sonoridades nacionais e ter sido criada ou executada por pessoas com residência no nosso país. Fica de fora a discriminação por nacionalidade.

O projecto do PCP e do Bloco de Esquerda coincidem com o do PS, nas linhas gerais. O BE apenas vai mais longe nas suas acusações, ao afirmar que «os profissionais de rádio são ‘coagidos’ a centrarem-se nas ‘play list’ que consagram os grandes êxitos comerciais da música anglo-saxónica». O CDS atribui 25% à música composta ou executada por portugueses e 25% à cantada na nossa língua - podendo chegar a 50%, se as categorias não coincidirem. O projecto do PSD apenas difere porque não propõe sanções para os infractores, mas benefícios para as rádios que provarem cumprir a norma.

Os projectos de lei foram ontem discutidos na Assembleia da República e deverão ser aprovados na generalidade na quinta-feira, para passarem depois à especialidade.

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O PS recuperou as quotas mínimas para a música portuguesa. A oposição apoia

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AS RÁDIOS vão mesmo ter de dedicar parte da sua programação - que poderá ir dos 20 aos 40% - à música portuguesa. Um ano depois de ter apresentado um projecto, que foi aprovado no Parlamento mas nunca saiu do papel, o PS volta à carga, desta vez acompanhado por projectos de todas as bancadas.

Os deputados concordam que o espaço dedicado à produção nacional portuguesa tem diminuído, em parte «fruto do desinvestimento das editoras multinacionais». Segundo um estudo da Nielson, só 11 músicas portuguesas figuraram entre as 100 mais tocadas, em 12 das rádios mais ouvidas, em 2004. E destas, um terço eram cantadas em inglês. Arons de Carvalho aponta para a Rádio Comercial e a RFM, que emitem apenas 12,% e 13,5% de música lusa, respectivamente.

É devido às músicas de portugueses que cantam em inglês e a inúmeros sucessos brasileiros que a definição de música portuguesa tem variado. Se, no projecto de 2003, os socialistas Augusto Santos Silva e Alberto Arons de Carvalho descreviam a música a proteger como a que cumprisse dois dos seguintes requisitos: executada, composta ou escrita por um português ou com letra na nossa língua; agora, para cumprir normas europeias, a definição foi restrita a duas condições cumulativas: ter letra portuguesa ou melodia que se inspire nas tradições e sonoridades nacionais e ter sido criada ou executada por pessoas com residência no nosso país. Fica de fora a discriminação por nacionalidade.

O projecto do PCP e do Bloco de Esquerda coincidem com o do PS, nas linhas gerais. O BE apenas vai mais longe nas suas acusações, ao afirmar que «os profissionais de rádio são ‘coagidos’ a centrarem-se nas ‘play list’ que consagram os grandes êxitos comerciais da música anglo-saxónica». O CDS atribui 25% à música composta ou executada por portugueses e 25% à cantada na nossa língua - podendo chegar a 50%, se as categorias não coincidirem. O projecto do PSD apenas difere porque não propõe sanções para os infractores, mas benefícios para as rádios que provarem cumprir a norma.

Os projectos de lei foram ontem discutidos na Assembleia da República e deverão ser aprovados na generalidade na quinta-feira, para passarem depois à especialidade.

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