ABRIL DE NOVO: PREC: Cronologia do Ano de 1975

05-10-2009
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1 de Maio de 1975 – No Estádio 1.º de Maio registam-se incidentes entre manifestantes do PS e do PCP, visto não ter havido acordo entre os promotores da convocatória e os socialistas. Os socialistas foram acusados de assobios e apupos ouvidos durante os discursos do primeiro-ministro Vasco Gonçalves e do presidente Costa Gomes. Mário Soares, Salgado Zenha e Marcelo Curto, que tinham feito um desfile autónomo, foram impedidos de chegar à tribuna de honra, por «não haver lugar nos camarotes para os partidos divisionistas». Marca o início da ruptura do PS com o resto da esquerda. A manifestação fora convocada pela Intersindical Nacional, à qual se associaram o PS, PCP, MDP/CDE, FSP e MES.1 de Maio de 1975 – A Intersindical Nacional acusa «individualidades proeminentes» do PS de terem causado incidentes a propósito das comemorações do Dia do Trabalhador, e de terem «incentivado alguns militantes do seu partido a assobiarem e achincalharem constantemente» as diversas intervenções feitas por sindicalistas e autoridades, em especial, no momento em que falavam o Presidente da República e o primeiro-ministro.1 de Maio de 1975 – O PS acusa a Intersindical de «sectarismo» e de ter ignorado a presença na manifestação dos «representantes do maior partido dos trabalhadores portugueses».1 de Maio de 1975 – A UDP e diversos grupos marxistas-leninistas realizam uma manifestação independente comemorativa do Dia do Trabalhador do Terreiro do Paço à Alameda.1 de Maio de 1975 – Manifestação comemorativa do Dia do Trabalhador, organizada pelos CRTSM, PRP-BR, LCRP (IV Internacional), Junta de Coordenação Revolucionária da América Latina e Lotta Continua (Itália), com concentração no Parque Eduardo VII.1 de Maio de 1975 – Confraternização popular “o 1.º de Maio é vermelho”, organizada pelo MRPP no Rossio, Lisboa.1 de Maio de 1975 – Surge o primeiro número da 2.ª série do quinzenário A VERDADE, como órgão central do Comité Marxista-Leninista Português.1 de Maio de 1975 – Apresentação e sessão de lançamento de O JORNAL, na Casa da Imprensa, semanário dirigido por Joaquim Letria, propriedade dum grupo de 15 jornalistas, entre os quais Afonso Praça, Carlos Cáceres Monteiro, Joaquim Lobo, José Carlos Vasconcelos, José Silva Pinto e Manuel Beça Múrias.2 de Maio de 1975 – Iniciam-se as hostilidades e o conflito laboral entre os trabalhadores gráficos e dos serviços administrativos em oposição à redacção, direcção e administração do REPÚBLICA. Na sequência de uma tentativa de admissão «inoportuna» de mais redactores conotados com o PS, realiza-se uma Reunião Geral de Trabalhadores que se prolonga até às 21 horas, sendo denunciada a «hegemonia socialista no jornal». Foi eleita a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores e o jornal não se publicou nesse dia.2 de Maio de 1975 – O Secretariado da Comissão Política Nacional do MES apresenta o manifesto “Derrotando a reacção e a social-democracia, avançaremos para o poder popular no caminho da revolução socialista!”, onde analisa o resultado das eleições para a Constituinte e o 1.º de Maio.2 de Maio de 1975 – Mário Soares e Salgado Zenha são recebidos pelo presidente Costa Gomes e pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, a propósito dos incidentes da véspera.2 de Maio de 1975 – Comunicado do PS sobre “Os incidentes do 1.º de Maio de 1975 e os perigos de instauração de uma nova ditadura”.2 de Maio de 1975 – Manifestação do PS em Lisboa, com apoio do PPD e da AOC, como protesto contra os incidentes no Estádio 1.º de Maio e contra as «arbitrárias decisões anti-socialistas» da Intersindical, sob a palavra de ordem “é preciso respeitar a vontade popular”.2 de Maio de 1975 – Manifestação do PS no Porto, de protesto contra o comportamento da Intersindical no Estádio 1.º de Maio, e que causaram, por sua vez, graves tumultos em frente do Quartel-General da Região Militar do Norte, sedes de partidos e do JORNAL DE NOTÍCIAS.2 de Maio de 1975 – O PCP denuncia as manobras para «perturbar o carácter unitário das comemorações» do 1.º de Maio, que visam «por em causa a Intersindical».2 de Maio de 1975 – A FSP denuncia o PS que se arvorar «em vítima dos acontecimentos que provocou» durante o 1.º de Maio, e garante que o PS dissera não aceitar participar no comício comemorativo do Dia do Trabalhador se o MES e a FSP fossem convidados para a tribuna e que recusara participar no cortejo.2 de Maio de 1975 – Para o MES, embora o PS tenha «tido muitos votos nas urnas burguesas», nada «tem a ver com a luta sindical», tanto «antes e depois do 25 de Abril». O MES acusa também o PS de ter tentado impedir que A FSP e o MES usassem a palavra no decorrer do comício ou fossem para a tribuna.3 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa conjunta da ORPC (m-l), OCMLP e do CMLP, e das frentes eleitorais UDP, FEC (m-l) e PUP, onde se afirma que «muito tempo se perdeu no trabalho de unificação dos comunistas, hoje dispersos por várias organizações, algumas das quais empenhadas na reconstrução do verdadeiro Partido Comunista Marxista-Leninista».3 de Maio de 1975 – Comunicado da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre os incidentes no Estádio 1.º de Maio”, onde acusa a direcção do PS tentar impor a participação do PPD e de exigir que o MES e a FSP fossem afastados «da cabeça da manifestação, da tribuna e do uso da palavra», e que o PS «insistiu sempre em fazer um desfile diferenciado», numa atitude «surda» e «intransigente», tudo fazendo «para perturbar a audição dos discursos, não só o da Intersindical, mas também os do Primeiro-Ministro e do Presidente da República», usando uma instalação sonora, larga «profusão de megafones, apitos e outros instrumentos».3 de Maio de 1975 – O Conselho de Ministros decidiu construir 100.000 fogos até ao fim de 1976, devido a carências habitacionais «de toda a ordem».4 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da Câmara Municipal do Porto decidem entrar em greve para satisfação das suas reivindicações.4 de Maio de 1975 – Comício do PS em Portalegre em protesto contra a Intersindical.5 de Maio de 1975 – Os trabalhadores dos “cacilheiros” da Sociedade Marítima de Transportes procedem ao saneamento dos directores da empresa.5 de Maio de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores da Câmara Municipal do Porto para lutar contra o congelamento de salários e denunciar as disparidades salariais.5 de Maio de 1975 – Em plenário, com a presença de delegados de 110 empresas, foi decidido marcar uma greve do sector das indústrias químicas do Norte, para defesa do caderno reivindicativo.5 de Maio de 1975 – Reunião entre delegações do PS e PCP, a pedido deste, por causa dos incidentes do Estádio 1.º de Maio, que durou mais de três horas, na «procura de formas de cooperação». Estiveram presentes Mário Soares, Salgado Zenha, Manuel Alegre e Alberto Antunes, pelos socialistas, e Álvaro Cunhal, Octávio Pato, Carlos Brito e Carlos Costa pelos anfitriões.5 de Maio de 1975 – Fernando Ribeiro Mendes e Augusto Mateus, em nome do MES, acusam o PS de procurar «converter a vitória eleitoral numa escalada de assalto às organizações dos trabalhadores».5 de Maio de 1975 – Nasce oficialmente o MDLP, movimento ligado ao general António de Spínola que conspira em Espanha, e a cujo directório pertencem Dias Lima, coronel Gilberto Santos e Castro, comandante Alpoim Calvão, Fernando Pacheco de Amorim e José Valle de Figueiredo.5 de Maio de 1975 – Foi anunciado que o Serviço Cívico Estudantil «deverá funcionar em pleno ainda no mês corrente» e que conta já com a adesão de 15.000 alunos.5 de Maio de 1975 – A Comissão Executiva da Comunidade Económica Europeia reúne em Lisboa para discutir e aprovar «o mais rapidamente possível» um plano de ajuda económica a Portugal.5 de Maio de 1975 – Henry Kissinger, secretário de Estado americano, nota que as eleições para a Constituinte «indicaram que uma maioria do povo português é favorável aos partidos democráticos».6 de Maio de 1975 – Inicia-se a greve do sector das indústrias químicas do Norte, para defesa do caderno reivindicativo.6 de Maio de 1975 – Comício do PPD no estádio 1.º de Maio, em Lisboa.6 de Maio de 1975 – O Ministério da Educação exige, «em nome dos interesses dos trabalhadores», a «imediata normalização» das aulas e o respeito pela legalidade no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, sob pena de encerramento definitivo, considerado no comunicado como um «liceu elitista, com acesso seleccionado», onde estudam os «filhos da alta e média burguesia».6 de Maio de 1975 – Jaime Neves foi graduado em coronel por o Batalhão de Comandos ter passado a Regimento.6 de Maio de 1975 – Nito Alves, comandante da 1.ª Região Político-Militar do MPLA, aproveitando uma curta estadia em Lisboa, estabeleceu diversos contactos com diversas organizações políticas de extrema-esquerda e de esquerda.7 de Maio de 1975 – Mantêm-se os piquetes de vigilância dos gráficos junto do Ministério do Trabalho em apoio à aplicação do caderno reivindicativo da classe.7 de Maio de 1975 – O Plenário Geral de Trabalhadores da TAP rejeita uma proposta de greve.7 de Maio de 1975 – Em Viana do Castelo foi eleita uma Comissão Representativa dos Desempregados, para apresentar e divulgar as medidas julgadas necessárias para reduzir o número de desempregados e melhorar a sua situação, propondo algumas medidas de criação de emprego e sociais.7 de Maio de 1975 – O Sindicato dos Bancários do Norte decide suspender a sua participação na Intersindical.7 de Maio de 1975 – Fernando Oliveira Baptista, ministro da Agricultura, anuncia para breve a institucionalização dos Conselhos Regionais de Reforma Agrária «onde teriam representação as ligas e os sindicatos de trabalhadores agrícolas».7 de Maio de 1975 – Nota da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre a situação política e social”, indicadora «duma intensiva actividade da reacção e de outras forças empenhadas em paralisar o processo revolucionário».7 de Maio de 1975 – Mário Soares, em conferência de imprensa, põe 3 condições para um entendimento com o PCP: fim da manipulação dos órgãos de informação; eleições livres nos sindicatos; revisão da hegemonia do MDP/CDE nas comissões administrativas das autarquias. Acusa o PCP de estar a manipular os órgãos de informação, atacou com «particular violência» o MES e FSP, e considerou que «o seu partido não é social-democrata, mas um grande partido revolucionário de massas».7 de Maio de 1975 – A AOC formaliza junto do Conselho da Revolução o pedido de adesão e assinatura do Pacto MFA/Partidos.7 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução aprova a lei que torna obrigatória as eleições nos sindicatos cujas direcções foram eleitas antes de 25 de Abril.8 de Maio de 1975 – Convocada uma greve dos trabalhadores das Câmaras de Gondomar, Lousada, Marco de Canaveses, Matosinhos, Penafiel, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, e da Junta Distrital do Porto, marcada para dia 12 de Maio, por iniciativa da Comissão Organizadora Provisória Sindical dos Trabalhadores da Administração Local.8 de Maio de 1975 – Foi suspensa a greve do sector das indústrias químicas do Norte, que fora convocada para defesa do caderno reivindicativo.8 de Maio de 1975 – Durante a madrugada a sede do MES em Sintra foi assaltada e pintadas nas paredes slogans do PPD, acto identificado como «uma avançada da burguesia» e «dos Partidos dos Patrões Desesperados» contra o «actual processo revolucionário».8 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução convocou os partidos da coligação governamental, PDP, PS, MDP/CDE e PCP, devido ao clima de divergências interpartidárias.8 de Maio de 1975 – Nota de imprensa do Comité Central do PCP manifesta a «sua profunda preocupação com a evolução […] da situação política e social», pois alguns «sectores querem servir-se do resultados das eleições» para «tentarem entravar e interromper o processo revolucionário».8 de Maio de 1975 – Correia Jesuíno, ministro da Comunicação Social, durante a visita aos Estados Unidos, onde se encontra a convite do Departamento de Estado, salientou que a imprensa de Portugal em Portugal não é dominada pelos comunistas e que Portugal permanecerá na OTAN.8 de Maio de 1975 – No Teatro São Luís, em Lisboa, realiza-se uma cerimónia comemorativa do 30.º aniversário da derrota do nazismo, com a presença dos Conselheiros da Revolução e do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, o qual afirma que o dilema é entre «revolução ou reacção» e «o problema é ainda socialismo ou capitalismo».8 de Maio de 1975 – Coronel Varela Gomes chega a Lisboa depois de uma visita a Cuba à frente duma delegação do MFA.8 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa de Nito Alves, do Comité Central do MPLA e comandante da 1.ª Zona Militar das FAPLA, na Casa de Angola, em Lisboa.8 de Maio de 1975 – General Silva Cardoso, Alto-Comissário em Angola, acusa os movimentos de libertação de violarem os acordos de Alvor.9 de Maio de 1975 – Continuam as greves dos pescadores de Olhão e de Peniche.9 de Maio de 1975 – Termina a greve dos trabalhadores da MABOR.9 de Maio de 1975 – Plenário de Trabalhadores da SOCEL, recentemente nacionalizada, protesta contra a nomeação de três directores para a Comissão Administrativa «nas costas dos trabalhadores», discordando do processo que marginalizou os trabalhadores, exigindo o congelamento dos ordenados superiores e propondo outras medidas, como a formação do Conselho de Produção.9 de Maio de 1975 – A FSP esclarece que não estão «previstas fusões imaginária» com outros grupos políticos, em especial com o MES, LUAR ou MDP/CDE.9 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 221-A/75 aprova a nacionalização das empresas cimenteiras.9 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 221-B/75 aprova a nacionalização das empresas de celulose.9 de Maio de 1975 – Divulgado o relatório das relações da PIDE/DGS com as empresas e os patronato.9 de Maio de 1975 – Os administradores da Torralta são presos acusados de crimes contra a economia nacional.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da TRANSUL ocupam a empresa e procedem ao saneamento da administração.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da FIL decidem ocupar as instalações e assumir a gestão.10 de Maio de 1975 – Operários da Fábrica de Lanifícios Barros ocupam as instalações e sequestram o patronato por causa das negociações com a Associação Nacional de Industriais de Lanifícios.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores do Teatro Laura Alves, em Lisboa, entram em autogestão.10 de Maio de 1975 – Termina a paralisação por tempo indeterminado dos trabalhadores da Papelaria Fernandes, Lisboa, por ter sido aceite o caderno reivindicativo.10 de Maio de 1975 – Termina a greve dos trabalhadores da indústria hoteleira.10 de Maio de 1975 – O Ministério do Trabalho declara que a greve dos químicos é ilegal.10 de Maio de 1975 – Realiza-se no Porto a 2.ª reunião alargada dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros, onde se conclui que a «batalha da produção […] está condenada ao fracasso» por não estar «ligada ao problema da conquista do poder pelo proletariado», e que as eleições são uma «inequívoca vitória para as forças contra-revolucionárias», pois o PS «é força política utilizada pelo imperialismo» para fazer a contra-revolução. Foi também eleito o Secretariado Nacional Provisório do CRTSM.10 de Maio de 1975 – Pedro dos Santos Soares, membro do Comité Central do PCP e antigo preso do Campo de Concentração do Tarrafal, e Maria Luísa da Costa Dias, destacada militante do PCP, morrem vítimas de um acidente de viação.10 de Maio de 1975 – No decorrer das investigações sobre as actividades terroristas da ELP são descobertas ligações à Juventude Centrista, onde havia armas e propaganda contra a FEC (m-l), LUAR, PCP, PRP-BR e UDP.10 de Maio de 1975 – Em Esposende ocorrem confrontos entre militantes do CDS e manifestantes duma manifestação apoiada pela FEC (m-l), LUAR, PCP e UDP.10 de Maio de 1975 – O Comité de Zona de Viana do Castelo do MES protesta contra a intenção de realizar um “festival sexy”, já que «tais espectáculos nada têm de libertador», sendo «um exemplo flagrante da exploração da mulher como objecto de cobiça sexual».10 de Maio de 1975 – Principia o I Congresso Nacional dos Escritores Portugueses, na Biblioteca Nacional de Lisboa, sob presidência do poeta José Gomes Ferreira, e participação, entre outros, de Agustina Bessa Luís, Eduardo Lourenço, Jacinto Prado Coelho, Mário Cesariny de Vasconcelos, Óscar Lopes e Sophia de Mello Breyner Andresen, uma organização da Associação Portuguesa de Escritores.10 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 222-A/75 que convoca a Assembleia da Constituinte para se reunir a 2 de Junho.11 de Maio de 1975 – Segundo dia da 2.ª reunião alargada dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM), que se realiza no Porto.11 de Maio de 1975 – Álvaro Cunhal renuncia ao mandato de deputado à Assembleia Constituinte.11 de Maio de 1975 – Mário Soares e Salgado Zenha renunciam ao mandato de deputados à Assembleia Constituinte.11 de Maio de 1975 – Debate na TV entre o primeiro-tenente Ramiro Correia, da 5.ª Divisão, e os representantes dos partidos no Governo Provisório, com a presença de Magalhães Mota (PPD), Mário Soares (PS), Pereira de Moura (MDP/CDE) e Álvaro Cunhal (PCP). Mário Soares diz que a revolução deveria seguir pela via «que seja o socialismo do possível».11 de Maio de 1975 – Comício do PPD em Lisboa, comemorativo do 1.º aniversário do partido, reafirma a «confiança na via social-democrata para a construção da sociedade socialista».11 de Maio de 1975 – Vasco Gonçalves faz a comunicação de encerramento do I Congresso Nacional dos Escritores Portugueses, pedindo que os escritores «venham para o pé de nós contribuir para a Revolução do Povo Português».11 de Maio de 1975 – Major Vítor Alves declara ao jornal ESTADO DE SÃO PAULO que o «MFA não pretende implantar o socialismo de caserna».11 de Maio de 1975 – Jacinto Baptista foi eleito em plenário de trabalhadores director do jornal DIÁRIO POPULAR, em eleições disputadas com Acácio Barradas.12 de Maio de 1975 – Manifestação dos trabalhadores da firma António Xavier de Lima exigindo a intervenção estatal na empresa, que se encontrava em graves dificuldades financeiras desde que a administração abandonara a empresa em Dezembro de 1974.12 de Maio de 1975 – O PS diz-se vitima duma campanha dos órgão de informação que pretende separar as bases das cúpulas do partido.12 de Maio de 1975 – A delegação do PCP (m-l), que se encontra de visita à China Popular, foi recebida pelo vice-primeiro-ministro Chi Teng-Kuei.12 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 222-B/75 que determina a intervenção do Estado e as providências cautelares administrativas em «empresas privadas que não funcionem em termos de contribuir normalmente para o desenvolvimento económico do País».12 de Maio de 1975 – Carlos Carvalhas, secretario de Estado do Trabalho, aponta a “batalha da produção” como metas para «ajustamento às necessidades da população».12 de Maio de 1975 – Jacinto Baptista toma posse como director do jornal DIÁRIO POPULAR, como resultado da «vontade expressa dos trabalhadores».12 de Maio de 1975 – Foi eleito o Conselho de Redacção do DIÁRIO POPULAR, composto por Ângelo Granja, António Colaço, Botelho da Silva, José Eduardo Moniz, Mário Rocha, Rodrigues da Silva e Viriato Mourão.13 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa e comunicado conjunto da FSP, LCI, LUAR e MES, em «unidade revolucionária contra o neocolonialismo», denunciando a «criminosa estratégia do imperialismo» em Angola, assinalando as derrotas do imperialismo na Indochina, Moçambique e Cabo Verde e de solidariedade com o MPLA.13 de Maio de 1975 – Reunião do Grupo de Intervenção Sindical do Núcleo de Professores do MES, no anfiteatro do Instituto Superior Técnico, para debater o anteprojecto do Estatuto da Organização Sindical dos Professores, a fim de «garantir a unidade, democraticidade interna e independência» do sindicato.13 de Maio de 1975 – Publicação de 4 despachos da Secretaria de Estado da Estruturação Agrária exonerando as direcções e nomeando comissões administrativas para a Cooperativa de Fruto-Horticultores da Vidigueira, para a Cooperativa dos Olivicultores da Vidigueira, para a Adega Cooperativa da Vidigueira e para a Cooperativa Agrícola de Beringel.13 de Maio de 1975 – Despacho normativo que desanexa das federações dos grémios da lavoura do Alentejo as fábricas, os silos e as refinarias de óleos vegetais para serem integrados no IRA – Instituto de Reorganização Agrária.13 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 227-A/75 aprova a nacionalização das empresas tabaqueiras do Continente e uma dos Açores: A Tabaqueira, INTAR e Fábrica de Tabacos Micaelense.13 de Maio de 1975 – Melo Antunes chega a Luanda para retomar os contactos com os movimentos de libertação, num esforço de salvar o acordo de paz.13 de Maio de 1975 – Vítor Alves chega a Díli com a missão de preparar um cimeira dos partidos timorense.14 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da Câmara Municipal do Porto decidem suspender a greve e dar o prazo de um mês para satisfação das suas reivindicações.14 de Maio de 1975 – Nota da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre a situação em Angola”, cujo agravamento «ensombra a perspectiva da via pacífica para a libertação e independência do povo angolano», sendo motivo de «grande preocupação» e manifesta «a sua solidariedade e apoio à justa luta do povo de Angola».14 de Maio de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que autoriza o Estado a intervir na Herdade Corte Condeça, freguesia de Quintos, Beja, de Nuno Sttau Monteiro da Silva, com o objectivo de garantir a colheita.14 de Maio de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que traça os objectivos e as competências do INIA – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas.14 de Maio de 1975 – Realiza-se a Assembleia Extraordinária de Delegados da Força Aérea, para analisar a substituição do general Mendes Dias nas funções de CEMFA, por estar incluído na lista dos suspeitos implicados no 11 de Março e devido a «falhas de actuação de comando».14 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução exonera o general Mendes Dias das funções de Chefe de Estado Maior da Força Aérea, e o general Pinho Freire do comando da 1.ª Região Aérea.14 de Maio de 1975 – Coronel José Morais e Silva, graduado em general de quatro estrelas, é nomeado Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, em substituição de Mendes Dias.14 de Maio de 1975 – Foram libertados o tenente-coronel João de Almeida Bruno e o major Luís Casanova Ferreira, implicados no golpe de 11 de Março.14 de Maio de 1975 – Franco Nogueira, ex-ministro de Salazar, foi colocado em liberdade em regime de residência fixa.14 de Maio de 1975 – Chega a Lisboa uma vaga de refugiados vindos em ponte aérea desde Angola por causa da agudização dos conflitos armados.


1 de Maio de 1975 – No Estádio 1.º de Maio registam-se incidentes entre manifestantes do PS e do PCP, visto não ter havido acordo entre os promotores da convocatória e os socialistas. Os socialistas foram acusados de assobios e apupos ouvidos durante os discursos do primeiro-ministro Vasco Gonçalves e do presidente Costa Gomes. Mário Soares, Salgado Zenha e Marcelo Curto, que tinham feito um desfile autónomo, foram impedidos de chegar à tribuna de honra, por «não haver lugar nos camarotes para os partidos divisionistas». Marca o início da ruptura do PS com o resto da esquerda. A manifestação fora convocada pela Intersindical Nacional, à qual se associaram o PS, PCP, MDP/CDE, FSP e MES.1 de Maio de 1975 – A Intersindical Nacional acusa «individualidades proeminentes» do PS de terem causado incidentes a propósito das comemorações do Dia do Trabalhador, e de terem «incentivado alguns militantes do seu partido a assobiarem e achincalharem constantemente» as diversas intervenções feitas por sindicalistas e autoridades, em especial, no momento em que falavam o Presidente da República e o primeiro-ministro.1 de Maio de 1975 – O PS acusa a Intersindical de «sectarismo» e de ter ignorado a presença na manifestação dos «representantes do maior partido dos trabalhadores portugueses».1 de Maio de 1975 – A UDP e diversos grupos marxistas-leninistas realizam uma manifestação independente comemorativa do Dia do Trabalhador do Terreiro do Paço à Alameda.1 de Maio de 1975 – Manifestação comemorativa do Dia do Trabalhador, organizada pelos CRTSM, PRP-BR, LCRP (IV Internacional), Junta de Coordenação Revolucionária da América Latina e Lotta Continua (Itália), com concentração no Parque Eduardo VII.1 de Maio de 1975 – Confraternização popular “o 1.º de Maio é vermelho”, organizada pelo MRPP no Rossio, Lisboa.1 de Maio de 1975 – Surge o primeiro número da 2.ª série do quinzenário A VERDADE, como órgão central do Comité Marxista-Leninista Português.1 de Maio de 1975 – Apresentação e sessão de lançamento de O JORNAL, na Casa da Imprensa, semanário dirigido por Joaquim Letria, propriedade dum grupo de 15 jornalistas, entre os quais Afonso Praça, Carlos Cáceres Monteiro, Joaquim Lobo, José Carlos Vasconcelos, José Silva Pinto e Manuel Beça Múrias.2 de Maio de 1975 – Iniciam-se as hostilidades e o conflito laboral entre os trabalhadores gráficos e dos serviços administrativos em oposição à redacção, direcção e administração do REPÚBLICA. Na sequência de uma tentativa de admissão «inoportuna» de mais redactores conotados com o PS, realiza-se uma Reunião Geral de Trabalhadores que se prolonga até às 21 horas, sendo denunciada a «hegemonia socialista no jornal». Foi eleita a Comissão Coordenadora dos Trabalhadores e o jornal não se publicou nesse dia.2 de Maio de 1975 – O Secretariado da Comissão Política Nacional do MES apresenta o manifesto “Derrotando a reacção e a social-democracia, avançaremos para o poder popular no caminho da revolução socialista!”, onde analisa o resultado das eleições para a Constituinte e o 1.º de Maio.2 de Maio de 1975 – Mário Soares e Salgado Zenha são recebidos pelo presidente Costa Gomes e pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, a propósito dos incidentes da véspera.2 de Maio de 1975 – Comunicado do PS sobre “Os incidentes do 1.º de Maio de 1975 e os perigos de instauração de uma nova ditadura”.2 de Maio de 1975 – Manifestação do PS em Lisboa, com apoio do PPD e da AOC, como protesto contra os incidentes no Estádio 1.º de Maio e contra as «arbitrárias decisões anti-socialistas» da Intersindical, sob a palavra de ordem “é preciso respeitar a vontade popular”.2 de Maio de 1975 – Manifestação do PS no Porto, de protesto contra o comportamento da Intersindical no Estádio 1.º de Maio, e que causaram, por sua vez, graves tumultos em frente do Quartel-General da Região Militar do Norte, sedes de partidos e do JORNAL DE NOTÍCIAS.2 de Maio de 1975 – O PCP denuncia as manobras para «perturbar o carácter unitário das comemorações» do 1.º de Maio, que visam «por em causa a Intersindical».2 de Maio de 1975 – A FSP denuncia o PS que se arvorar «em vítima dos acontecimentos que provocou» durante o 1.º de Maio, e garante que o PS dissera não aceitar participar no comício comemorativo do Dia do Trabalhador se o MES e a FSP fossem convidados para a tribuna e que recusara participar no cortejo.2 de Maio de 1975 – Para o MES, embora o PS tenha «tido muitos votos nas urnas burguesas», nada «tem a ver com a luta sindical», tanto «antes e depois do 25 de Abril». O MES acusa também o PS de ter tentado impedir que A FSP e o MES usassem a palavra no decorrer do comício ou fossem para a tribuna.3 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa conjunta da ORPC (m-l), OCMLP e do CMLP, e das frentes eleitorais UDP, FEC (m-l) e PUP, onde se afirma que «muito tempo se perdeu no trabalho de unificação dos comunistas, hoje dispersos por várias organizações, algumas das quais empenhadas na reconstrução do verdadeiro Partido Comunista Marxista-Leninista».3 de Maio de 1975 – Comunicado da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre os incidentes no Estádio 1.º de Maio”, onde acusa a direcção do PS tentar impor a participação do PPD e de exigir que o MES e a FSP fossem afastados «da cabeça da manifestação, da tribuna e do uso da palavra», e que o PS «insistiu sempre em fazer um desfile diferenciado», numa atitude «surda» e «intransigente», tudo fazendo «para perturbar a audição dos discursos, não só o da Intersindical, mas também os do Primeiro-Ministro e do Presidente da República», usando uma instalação sonora, larga «profusão de megafones, apitos e outros instrumentos».3 de Maio de 1975 – O Conselho de Ministros decidiu construir 100.000 fogos até ao fim de 1976, devido a carências habitacionais «de toda a ordem».4 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da Câmara Municipal do Porto decidem entrar em greve para satisfação das suas reivindicações.4 de Maio de 1975 – Comício do PS em Portalegre em protesto contra a Intersindical.5 de Maio de 1975 – Os trabalhadores dos “cacilheiros” da Sociedade Marítima de Transportes procedem ao saneamento dos directores da empresa.5 de Maio de 1975 – Inicia-se a greve dos trabalhadores da Câmara Municipal do Porto para lutar contra o congelamento de salários e denunciar as disparidades salariais.5 de Maio de 1975 – Em plenário, com a presença de delegados de 110 empresas, foi decidido marcar uma greve do sector das indústrias químicas do Norte, para defesa do caderno reivindicativo.5 de Maio de 1975 – Reunião entre delegações do PS e PCP, a pedido deste, por causa dos incidentes do Estádio 1.º de Maio, que durou mais de três horas, na «procura de formas de cooperação». Estiveram presentes Mário Soares, Salgado Zenha, Manuel Alegre e Alberto Antunes, pelos socialistas, e Álvaro Cunhal, Octávio Pato, Carlos Brito e Carlos Costa pelos anfitriões.5 de Maio de 1975 – Fernando Ribeiro Mendes e Augusto Mateus, em nome do MES, acusam o PS de procurar «converter a vitória eleitoral numa escalada de assalto às organizações dos trabalhadores».5 de Maio de 1975 – Nasce oficialmente o MDLP, movimento ligado ao general António de Spínola que conspira em Espanha, e a cujo directório pertencem Dias Lima, coronel Gilberto Santos e Castro, comandante Alpoim Calvão, Fernando Pacheco de Amorim e José Valle de Figueiredo.5 de Maio de 1975 – Foi anunciado que o Serviço Cívico Estudantil «deverá funcionar em pleno ainda no mês corrente» e que conta já com a adesão de 15.000 alunos.5 de Maio de 1975 – A Comissão Executiva da Comunidade Económica Europeia reúne em Lisboa para discutir e aprovar «o mais rapidamente possível» um plano de ajuda económica a Portugal.5 de Maio de 1975 – Henry Kissinger, secretário de Estado americano, nota que as eleições para a Constituinte «indicaram que uma maioria do povo português é favorável aos partidos democráticos».6 de Maio de 1975 – Inicia-se a greve do sector das indústrias químicas do Norte, para defesa do caderno reivindicativo.6 de Maio de 1975 – Comício do PPD no estádio 1.º de Maio, em Lisboa.6 de Maio de 1975 – O Ministério da Educação exige, «em nome dos interesses dos trabalhadores», a «imediata normalização» das aulas e o respeito pela legalidade no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, sob pena de encerramento definitivo, considerado no comunicado como um «liceu elitista, com acesso seleccionado», onde estudam os «filhos da alta e média burguesia».6 de Maio de 1975 – Jaime Neves foi graduado em coronel por o Batalhão de Comandos ter passado a Regimento.6 de Maio de 1975 – Nito Alves, comandante da 1.ª Região Político-Militar do MPLA, aproveitando uma curta estadia em Lisboa, estabeleceu diversos contactos com diversas organizações políticas de extrema-esquerda e de esquerda.7 de Maio de 1975 – Mantêm-se os piquetes de vigilância dos gráficos junto do Ministério do Trabalho em apoio à aplicação do caderno reivindicativo da classe.7 de Maio de 1975 – O Plenário Geral de Trabalhadores da TAP rejeita uma proposta de greve.7 de Maio de 1975 – Em Viana do Castelo foi eleita uma Comissão Representativa dos Desempregados, para apresentar e divulgar as medidas julgadas necessárias para reduzir o número de desempregados e melhorar a sua situação, propondo algumas medidas de criação de emprego e sociais.7 de Maio de 1975 – O Sindicato dos Bancários do Norte decide suspender a sua participação na Intersindical.7 de Maio de 1975 – Fernando Oliveira Baptista, ministro da Agricultura, anuncia para breve a institucionalização dos Conselhos Regionais de Reforma Agrária «onde teriam representação as ligas e os sindicatos de trabalhadores agrícolas».7 de Maio de 1975 – Nota da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre a situação política e social”, indicadora «duma intensiva actividade da reacção e de outras forças empenhadas em paralisar o processo revolucionário».7 de Maio de 1975 – Mário Soares, em conferência de imprensa, põe 3 condições para um entendimento com o PCP: fim da manipulação dos órgãos de informação; eleições livres nos sindicatos; revisão da hegemonia do MDP/CDE nas comissões administrativas das autarquias. Acusa o PCP de estar a manipular os órgãos de informação, atacou com «particular violência» o MES e FSP, e considerou que «o seu partido não é social-democrata, mas um grande partido revolucionário de massas».7 de Maio de 1975 – A AOC formaliza junto do Conselho da Revolução o pedido de adesão e assinatura do Pacto MFA/Partidos.7 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução aprova a lei que torna obrigatória as eleições nos sindicatos cujas direcções foram eleitas antes de 25 de Abril.8 de Maio de 1975 – Convocada uma greve dos trabalhadores das Câmaras de Gondomar, Lousada, Marco de Canaveses, Matosinhos, Penafiel, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, e da Junta Distrital do Porto, marcada para dia 12 de Maio, por iniciativa da Comissão Organizadora Provisória Sindical dos Trabalhadores da Administração Local.8 de Maio de 1975 – Foi suspensa a greve do sector das indústrias químicas do Norte, que fora convocada para defesa do caderno reivindicativo.8 de Maio de 1975 – Durante a madrugada a sede do MES em Sintra foi assaltada e pintadas nas paredes slogans do PPD, acto identificado como «uma avançada da burguesia» e «dos Partidos dos Patrões Desesperados» contra o «actual processo revolucionário».8 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução convocou os partidos da coligação governamental, PDP, PS, MDP/CDE e PCP, devido ao clima de divergências interpartidárias.8 de Maio de 1975 – Nota de imprensa do Comité Central do PCP manifesta a «sua profunda preocupação com a evolução […] da situação política e social», pois alguns «sectores querem servir-se do resultados das eleições» para «tentarem entravar e interromper o processo revolucionário».8 de Maio de 1975 – Correia Jesuíno, ministro da Comunicação Social, durante a visita aos Estados Unidos, onde se encontra a convite do Departamento de Estado, salientou que a imprensa de Portugal em Portugal não é dominada pelos comunistas e que Portugal permanecerá na OTAN.8 de Maio de 1975 – No Teatro São Luís, em Lisboa, realiza-se uma cerimónia comemorativa do 30.º aniversário da derrota do nazismo, com a presença dos Conselheiros da Revolução e do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, o qual afirma que o dilema é entre «revolução ou reacção» e «o problema é ainda socialismo ou capitalismo».8 de Maio de 1975 – Coronel Varela Gomes chega a Lisboa depois de uma visita a Cuba à frente duma delegação do MFA.8 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa de Nito Alves, do Comité Central do MPLA e comandante da 1.ª Zona Militar das FAPLA, na Casa de Angola, em Lisboa.8 de Maio de 1975 – General Silva Cardoso, Alto-Comissário em Angola, acusa os movimentos de libertação de violarem os acordos de Alvor.9 de Maio de 1975 – Continuam as greves dos pescadores de Olhão e de Peniche.9 de Maio de 1975 – Termina a greve dos trabalhadores da MABOR.9 de Maio de 1975 – Plenário de Trabalhadores da SOCEL, recentemente nacionalizada, protesta contra a nomeação de três directores para a Comissão Administrativa «nas costas dos trabalhadores», discordando do processo que marginalizou os trabalhadores, exigindo o congelamento dos ordenados superiores e propondo outras medidas, como a formação do Conselho de Produção.9 de Maio de 1975 – A FSP esclarece que não estão «previstas fusões imaginária» com outros grupos políticos, em especial com o MES, LUAR ou MDP/CDE.9 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 221-A/75 aprova a nacionalização das empresas cimenteiras.9 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 221-B/75 aprova a nacionalização das empresas de celulose.9 de Maio de 1975 – Divulgado o relatório das relações da PIDE/DGS com as empresas e os patronato.9 de Maio de 1975 – Os administradores da Torralta são presos acusados de crimes contra a economia nacional.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da TRANSUL ocupam a empresa e procedem ao saneamento da administração.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da FIL decidem ocupar as instalações e assumir a gestão.10 de Maio de 1975 – Operários da Fábrica de Lanifícios Barros ocupam as instalações e sequestram o patronato por causa das negociações com a Associação Nacional de Industriais de Lanifícios.10 de Maio de 1975 – Os trabalhadores do Teatro Laura Alves, em Lisboa, entram em autogestão.10 de Maio de 1975 – Termina a paralisação por tempo indeterminado dos trabalhadores da Papelaria Fernandes, Lisboa, por ter sido aceite o caderno reivindicativo.10 de Maio de 1975 – Termina a greve dos trabalhadores da indústria hoteleira.10 de Maio de 1975 – O Ministério do Trabalho declara que a greve dos químicos é ilegal.10 de Maio de 1975 – Realiza-se no Porto a 2.ª reunião alargada dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros, onde se conclui que a «batalha da produção […] está condenada ao fracasso» por não estar «ligada ao problema da conquista do poder pelo proletariado», e que as eleições são uma «inequívoca vitória para as forças contra-revolucionárias», pois o PS «é força política utilizada pelo imperialismo» para fazer a contra-revolução. Foi também eleito o Secretariado Nacional Provisório do CRTSM.10 de Maio de 1975 – Pedro dos Santos Soares, membro do Comité Central do PCP e antigo preso do Campo de Concentração do Tarrafal, e Maria Luísa da Costa Dias, destacada militante do PCP, morrem vítimas de um acidente de viação.10 de Maio de 1975 – No decorrer das investigações sobre as actividades terroristas da ELP são descobertas ligações à Juventude Centrista, onde havia armas e propaganda contra a FEC (m-l), LUAR, PCP, PRP-BR e UDP.10 de Maio de 1975 – Em Esposende ocorrem confrontos entre militantes do CDS e manifestantes duma manifestação apoiada pela FEC (m-l), LUAR, PCP e UDP.10 de Maio de 1975 – O Comité de Zona de Viana do Castelo do MES protesta contra a intenção de realizar um “festival sexy”, já que «tais espectáculos nada têm de libertador», sendo «um exemplo flagrante da exploração da mulher como objecto de cobiça sexual».10 de Maio de 1975 – Principia o I Congresso Nacional dos Escritores Portugueses, na Biblioteca Nacional de Lisboa, sob presidência do poeta José Gomes Ferreira, e participação, entre outros, de Agustina Bessa Luís, Eduardo Lourenço, Jacinto Prado Coelho, Mário Cesariny de Vasconcelos, Óscar Lopes e Sophia de Mello Breyner Andresen, uma organização da Associação Portuguesa de Escritores.10 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 222-A/75 que convoca a Assembleia da Constituinte para se reunir a 2 de Junho.11 de Maio de 1975 – Segundo dia da 2.ª reunião alargada dos Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM), que se realiza no Porto.11 de Maio de 1975 – Álvaro Cunhal renuncia ao mandato de deputado à Assembleia Constituinte.11 de Maio de 1975 – Mário Soares e Salgado Zenha renunciam ao mandato de deputados à Assembleia Constituinte.11 de Maio de 1975 – Debate na TV entre o primeiro-tenente Ramiro Correia, da 5.ª Divisão, e os representantes dos partidos no Governo Provisório, com a presença de Magalhães Mota (PPD), Mário Soares (PS), Pereira de Moura (MDP/CDE) e Álvaro Cunhal (PCP). Mário Soares diz que a revolução deveria seguir pela via «que seja o socialismo do possível».11 de Maio de 1975 – Comício do PPD em Lisboa, comemorativo do 1.º aniversário do partido, reafirma a «confiança na via social-democrata para a construção da sociedade socialista».11 de Maio de 1975 – Vasco Gonçalves faz a comunicação de encerramento do I Congresso Nacional dos Escritores Portugueses, pedindo que os escritores «venham para o pé de nós contribuir para a Revolução do Povo Português».11 de Maio de 1975 – Major Vítor Alves declara ao jornal ESTADO DE SÃO PAULO que o «MFA não pretende implantar o socialismo de caserna».11 de Maio de 1975 – Jacinto Baptista foi eleito em plenário de trabalhadores director do jornal DIÁRIO POPULAR, em eleições disputadas com Acácio Barradas.12 de Maio de 1975 – Manifestação dos trabalhadores da firma António Xavier de Lima exigindo a intervenção estatal na empresa, que se encontrava em graves dificuldades financeiras desde que a administração abandonara a empresa em Dezembro de 1974.12 de Maio de 1975 – O PS diz-se vitima duma campanha dos órgão de informação que pretende separar as bases das cúpulas do partido.12 de Maio de 1975 – A delegação do PCP (m-l), que se encontra de visita à China Popular, foi recebida pelo vice-primeiro-ministro Chi Teng-Kuei.12 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 222-B/75 que determina a intervenção do Estado e as providências cautelares administrativas em «empresas privadas que não funcionem em termos de contribuir normalmente para o desenvolvimento económico do País».12 de Maio de 1975 – Carlos Carvalhas, secretario de Estado do Trabalho, aponta a “batalha da produção” como metas para «ajustamento às necessidades da população».12 de Maio de 1975 – Jacinto Baptista toma posse como director do jornal DIÁRIO POPULAR, como resultado da «vontade expressa dos trabalhadores».12 de Maio de 1975 – Foi eleito o Conselho de Redacção do DIÁRIO POPULAR, composto por Ângelo Granja, António Colaço, Botelho da Silva, José Eduardo Moniz, Mário Rocha, Rodrigues da Silva e Viriato Mourão.13 de Maio de 1975 – Conferência de imprensa e comunicado conjunto da FSP, LCI, LUAR e MES, em «unidade revolucionária contra o neocolonialismo», denunciando a «criminosa estratégia do imperialismo» em Angola, assinalando as derrotas do imperialismo na Indochina, Moçambique e Cabo Verde e de solidariedade com o MPLA.13 de Maio de 1975 – Reunião do Grupo de Intervenção Sindical do Núcleo de Professores do MES, no anfiteatro do Instituto Superior Técnico, para debater o anteprojecto do Estatuto da Organização Sindical dos Professores, a fim de «garantir a unidade, democraticidade interna e independência» do sindicato.13 de Maio de 1975 – Publicação de 4 despachos da Secretaria de Estado da Estruturação Agrária exonerando as direcções e nomeando comissões administrativas para a Cooperativa de Fruto-Horticultores da Vidigueira, para a Cooperativa dos Olivicultores da Vidigueira, para a Adega Cooperativa da Vidigueira e para a Cooperativa Agrícola de Beringel.13 de Maio de 1975 – Despacho normativo que desanexa das federações dos grémios da lavoura do Alentejo as fábricas, os silos e as refinarias de óleos vegetais para serem integrados no IRA – Instituto de Reorganização Agrária.13 de Maio de 1975 – Decreto-Lei n.º 227-A/75 aprova a nacionalização das empresas tabaqueiras do Continente e uma dos Açores: A Tabaqueira, INTAR e Fábrica de Tabacos Micaelense.13 de Maio de 1975 – Melo Antunes chega a Luanda para retomar os contactos com os movimentos de libertação, num esforço de salvar o acordo de paz.13 de Maio de 1975 – Vítor Alves chega a Díli com a missão de preparar um cimeira dos partidos timorense.14 de Maio de 1975 – Os trabalhadores da Câmara Municipal do Porto decidem suspender a greve e dar o prazo de um mês para satisfação das suas reivindicações.14 de Maio de 1975 – Nota da Comissão Política do Comité Central do PCP “sobre a situação em Angola”, cujo agravamento «ensombra a perspectiva da via pacífica para a libertação e independência do povo angolano», sendo motivo de «grande preocupação» e manifesta «a sua solidariedade e apoio à justa luta do povo de Angola».14 de Maio de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que autoriza o Estado a intervir na Herdade Corte Condeça, freguesia de Quintos, Beja, de Nuno Sttau Monteiro da Silva, com o objectivo de garantir a colheita.14 de Maio de 1975 – Publicação do despacho do Ministério da Agricultura que traça os objectivos e as competências do INIA – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas.14 de Maio de 1975 – Realiza-se a Assembleia Extraordinária de Delegados da Força Aérea, para analisar a substituição do general Mendes Dias nas funções de CEMFA, por estar incluído na lista dos suspeitos implicados no 11 de Março e devido a «falhas de actuação de comando».14 de Maio de 1975 – O Conselho da Revolução exonera o general Mendes Dias das funções de Chefe de Estado Maior da Força Aérea, e o general Pinho Freire do comando da 1.ª Região Aérea.14 de Maio de 1975 – Coronel José Morais e Silva, graduado em general de quatro estrelas, é nomeado Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, em substituição de Mendes Dias.14 de Maio de 1975 – Foram libertados o tenente-coronel João de Almeida Bruno e o major Luís Casanova Ferreira, implicados no golpe de 11 de Março.14 de Maio de 1975 – Franco Nogueira, ex-ministro de Salazar, foi colocado em liberdade em regime de residência fixa.14 de Maio de 1975 – Chega a Lisboa uma vaga de refugiados vindos em ponte aérea desde Angola por causa da agudização dos conflitos armados.

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