XimPi: Povos indígenas da selva central condenam massacre no Peru

27-06-2009
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. O massacre de Bagua, na Amazônia peruana, no último dia 5, era para ser mais uma matança de índios como tantos milhares já ocorridas nas Américas: sangrento e silencioso. Mas, ao ordenar que a polícia disparasse de heicópteros contra uma manifestação indígena, o presidente Alan Garcia não levou em conta os novos tempos vividos pela América Latina, inclusive o Peru. A força do repúdio à chacina pode ser aquilatada por este Pronunciamento dos Povos Indígenas da Selva Central. . ''Os povos indígenas da Selva Central: Ashaninka, Asheninak, Yine, Yanesha, kakinte, Nomatsiguenza e Marsiguencia e os Povos Andinos e Organizações Sociais da Selva Central, colocam, para conhecimento da opinião pública o seguinte:.Condenamos energeticamente a repressão sangrenta contra nossos irmãos indígenas na província de Bagua e a morte, até esta data, de aproximadamente 32 irmãos indígenas e 12 policiais, e um número maior de feridos e desaparecidos..Declaramos a absoluta responsabilidade deste governo de Alan García Pérez sobre estes fatos, de acordo com suas seguintes atuações:.- Vulnerou a ordem constitucional ao aprovar uma série de normas violadoras da Constituição e dos Tratados Internacionais com o claro fim de despojar-nos de nossos territórios ancestrais e entregar os recursos naturais às transnacionais..- Silencio através dos meios de comunicação, à voz indígena expressando-se em defesa de nossos territórios e dos recursos naturais como os bosques e as águas. A vida..- Negou, de fato, o diálogo expressa e largamente esperado por nossa organização representativa Aidesep e, pelo contrário, declarou o estado de emergência suspendendo as liberdades pessoais e os direitos políticos nas regiões nas quais ocorriam os protestos indígenas..-Pretendeu, diante da persistência indígena na digna reclamação por nossos direitos, intimidas a nossa diligência nacional denunciando-nos por sedição, rebelião e conspiração..- Como ainda assim a reclamação indígena não parou, organizou um diálogo dilatador, falso e perverso. Falso, porque ali mostrou sua invariável negativa a derrogar as normas anticonstitucionais, e perverso, porque o fez com as denúncias penais pendendo sobre os dirigentes, os quais, por suposto, não se acovardaram..- Rejeitou os informes, opiniões e solicitações da Comissão Multipartidária da Defensoria do Povo, do Comitê de Expertos da OIT, da Presidenta do Foro Permanente das Nações Unidas sobre as Questões Indígenas e de experientes constitucionalistas, que de uma outra maneira demonstraram a legitimidade da demanda indígena para a derrogação dos decretos..- Desafiou os chamados de instituições da sociedade civil, organizações sociais, Igreja, que sugeriram ao governo abrir um diálogo autêntico e respeitoso com os representantes indígenas..O que fez evidente ao longo desses 55 dias de greve amazônica é que sua opção é pela defesa dos interesses petrolíferos e mineração transnacional contra os nacionais e os direitos de nossos povos, provocando o massacre com o derramamento de sangue inocente e as mortes de policiais e de irmãos indígenas que não faziam nada mais do que defender heróica e pacificamente a vida de nossos povos diante aos atentados contidos nas normas inconstitucionais desse governo que hoje se converteu em assassino..O que ocorreu em Bagua, nos remete ao presente os casos que se produziram durante o primeiro governo de Alan García: o caso Accomarca, em 1985, no qual a CVR estabeleceu o assassinato de 62 comunheiros, entre mulheres, anciães e crianças por uma patrulha do exército; o caso Cavara em 1988, no que a CVR corroborou com que cometessem graves violações dos direitos humanos sob uma operação militar; e o caso das execuções extrajudiciais dos prisioneiros de EL Frontón e Lurigancho no qual a CVR declarou estar em condições de afirmar que mais de duzentos internos perderam a vida durante os motins do mês de junho de 1986, pelo uso deliberado e excessivo da força contra os reclusos que, uma vez rendidos, foram executados extrajudicialmente por agentes do Estado..Expressamos que a aprovação de normas inconstitucionais que atentam contra a vida dos povos indígenas, junto aos fatos ocorridos em Bagua, nos faz pensar que no Estado está incorrendo em práticas e políticas sistemáticas, cometendo o delito de lesa-humanidade, pelo que fazemos um chamado a todos os peruanos e peruanas a se manterem alertas para acionar este governo..Reiteramos que os únicos responsáveis das lamentáveis mortes são o Executivo e o Congresso. Pedimos que o Presidente da República Alan García Pérez seja julgado por isso. Pedimos a renúncia imediata do Presidente do Conselho de Ministros Yehude Simon e das Ministras do Interior e da Justiça, Mercedes Cabanillas e Rosário del Pilar Fernández, porque têm mostrado sua incapacidade para atender a justa demanda indígena e solucionar o conflito sem arriscar os direitos fundamentais. São co-autoras, compartilhando a responsabilidade nos fatos produzidos..Exigimos a extinção imediata dos processos penais de todos os integrantes da Aidesep. Eles somente canalizam as demandas de suas bases e o faz com conhecimento público. Não aceitamos nenhuma detenção contra o Presidente da Aidesep nem contra nenhum dos líderes nacionais, regionais, locais, nem comunheiros indígenas. Assim, exigimos a interrupção imediata da campanha, por parte do governo e alguns meios de comunicação, os quais nos identificam como terroristas. Assinalamos que nossas ações são em defesa de nossa vida e nossa dignidade como povos..Exigimos a imediata revogação dos Decretos Legislativos 1090, 1064, 1089 e 1020. A Defensoria do Povo já se pronunciou sobre o Decreto 1064 e expôs as razões pelas quais é inconstitucional, sendo estas razões aplicáveis a todos os decretos. Hoje por hoje, é evidente que tanto o Executivo como o Congresso tem pretendido levar-nos a “passear” em mesas de debates que não resolvem nada. Os povos indígenas não aceitam mais estes enganos. A única coisa que logrará este governo com suas medidas repressivas e seus assassinatos é multiplicar nossa luta..Comunicamos que os povos indígenas da selva central, iniciarão uma jornada de resistência permanente pela defesa de nosso território ancestral..Agradecemos a solidariedade de todas as organizações sociais e personalidades que rechaçam este modelo neoliberal e lhes pedimos que se unam a esta luta. Alan García não recebeu os votos do povo para governar vulnerando a Constituição, nem para ser empregado das transnacionais, nem para violar os direitos humanos dos povos indígenas.'' .in Vermelho -11 DE JUNHO DE 2009 - 17h27....


. O massacre de Bagua, na Amazônia peruana, no último dia 5, era para ser mais uma matança de índios como tantos milhares já ocorridas nas Américas: sangrento e silencioso. Mas, ao ordenar que a polícia disparasse de heicópteros contra uma manifestação indígena, o presidente Alan Garcia não levou em conta os novos tempos vividos pela América Latina, inclusive o Peru. A força do repúdio à chacina pode ser aquilatada por este Pronunciamento dos Povos Indígenas da Selva Central. . ''Os povos indígenas da Selva Central: Ashaninka, Asheninak, Yine, Yanesha, kakinte, Nomatsiguenza e Marsiguencia e os Povos Andinos e Organizações Sociais da Selva Central, colocam, para conhecimento da opinião pública o seguinte:.Condenamos energeticamente a repressão sangrenta contra nossos irmãos indígenas na província de Bagua e a morte, até esta data, de aproximadamente 32 irmãos indígenas e 12 policiais, e um número maior de feridos e desaparecidos..Declaramos a absoluta responsabilidade deste governo de Alan García Pérez sobre estes fatos, de acordo com suas seguintes atuações:.- Vulnerou a ordem constitucional ao aprovar uma série de normas violadoras da Constituição e dos Tratados Internacionais com o claro fim de despojar-nos de nossos territórios ancestrais e entregar os recursos naturais às transnacionais..- Silencio através dos meios de comunicação, à voz indígena expressando-se em defesa de nossos territórios e dos recursos naturais como os bosques e as águas. A vida..- Negou, de fato, o diálogo expressa e largamente esperado por nossa organização representativa Aidesep e, pelo contrário, declarou o estado de emergência suspendendo as liberdades pessoais e os direitos políticos nas regiões nas quais ocorriam os protestos indígenas..-Pretendeu, diante da persistência indígena na digna reclamação por nossos direitos, intimidas a nossa diligência nacional denunciando-nos por sedição, rebelião e conspiração..- Como ainda assim a reclamação indígena não parou, organizou um diálogo dilatador, falso e perverso. Falso, porque ali mostrou sua invariável negativa a derrogar as normas anticonstitucionais, e perverso, porque o fez com as denúncias penais pendendo sobre os dirigentes, os quais, por suposto, não se acovardaram..- Rejeitou os informes, opiniões e solicitações da Comissão Multipartidária da Defensoria do Povo, do Comitê de Expertos da OIT, da Presidenta do Foro Permanente das Nações Unidas sobre as Questões Indígenas e de experientes constitucionalistas, que de uma outra maneira demonstraram a legitimidade da demanda indígena para a derrogação dos decretos..- Desafiou os chamados de instituições da sociedade civil, organizações sociais, Igreja, que sugeriram ao governo abrir um diálogo autêntico e respeitoso com os representantes indígenas..O que fez evidente ao longo desses 55 dias de greve amazônica é que sua opção é pela defesa dos interesses petrolíferos e mineração transnacional contra os nacionais e os direitos de nossos povos, provocando o massacre com o derramamento de sangue inocente e as mortes de policiais e de irmãos indígenas que não faziam nada mais do que defender heróica e pacificamente a vida de nossos povos diante aos atentados contidos nas normas inconstitucionais desse governo que hoje se converteu em assassino..O que ocorreu em Bagua, nos remete ao presente os casos que se produziram durante o primeiro governo de Alan García: o caso Accomarca, em 1985, no qual a CVR estabeleceu o assassinato de 62 comunheiros, entre mulheres, anciães e crianças por uma patrulha do exército; o caso Cavara em 1988, no que a CVR corroborou com que cometessem graves violações dos direitos humanos sob uma operação militar; e o caso das execuções extrajudiciais dos prisioneiros de EL Frontón e Lurigancho no qual a CVR declarou estar em condições de afirmar que mais de duzentos internos perderam a vida durante os motins do mês de junho de 1986, pelo uso deliberado e excessivo da força contra os reclusos que, uma vez rendidos, foram executados extrajudicialmente por agentes do Estado..Expressamos que a aprovação de normas inconstitucionais que atentam contra a vida dos povos indígenas, junto aos fatos ocorridos em Bagua, nos faz pensar que no Estado está incorrendo em práticas e políticas sistemáticas, cometendo o delito de lesa-humanidade, pelo que fazemos um chamado a todos os peruanos e peruanas a se manterem alertas para acionar este governo..Reiteramos que os únicos responsáveis das lamentáveis mortes são o Executivo e o Congresso. Pedimos que o Presidente da República Alan García Pérez seja julgado por isso. Pedimos a renúncia imediata do Presidente do Conselho de Ministros Yehude Simon e das Ministras do Interior e da Justiça, Mercedes Cabanillas e Rosário del Pilar Fernández, porque têm mostrado sua incapacidade para atender a justa demanda indígena e solucionar o conflito sem arriscar os direitos fundamentais. São co-autoras, compartilhando a responsabilidade nos fatos produzidos..Exigimos a extinção imediata dos processos penais de todos os integrantes da Aidesep. Eles somente canalizam as demandas de suas bases e o faz com conhecimento público. Não aceitamos nenhuma detenção contra o Presidente da Aidesep nem contra nenhum dos líderes nacionais, regionais, locais, nem comunheiros indígenas. Assim, exigimos a interrupção imediata da campanha, por parte do governo e alguns meios de comunicação, os quais nos identificam como terroristas. Assinalamos que nossas ações são em defesa de nossa vida e nossa dignidade como povos..Exigimos a imediata revogação dos Decretos Legislativos 1090, 1064, 1089 e 1020. A Defensoria do Povo já se pronunciou sobre o Decreto 1064 e expôs as razões pelas quais é inconstitucional, sendo estas razões aplicáveis a todos os decretos. Hoje por hoje, é evidente que tanto o Executivo como o Congresso tem pretendido levar-nos a “passear” em mesas de debates que não resolvem nada. Os povos indígenas não aceitam mais estes enganos. A única coisa que logrará este governo com suas medidas repressivas e seus assassinatos é multiplicar nossa luta..Comunicamos que os povos indígenas da selva central, iniciarão uma jornada de resistência permanente pela defesa de nosso território ancestral..Agradecemos a solidariedade de todas as organizações sociais e personalidades que rechaçam este modelo neoliberal e lhes pedimos que se unam a esta luta. Alan García não recebeu os votos do povo para governar vulnerando a Constituição, nem para ser empregado das transnacionais, nem para violar os direitos humanos dos povos indígenas.'' .in Vermelho -11 DE JUNHO DE 2009 - 17h27....

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