XimPi

28-06-2009
marcar artigo


Maria Isabel Aboim Inglês* Isabel César Anjo e Alberto Pedroso. Nasceu em Lisboa, na Rua Nova do Loureiro, no Bairro Alto em 7 de Janeiro de 1902 e faleceu nesta cidade em 7 de Março de 1963. Maria Isabel cresceu, brincou e estudou em Lisboa. No Liceu Pedro Nunes tirou o curso complementar de Letras. Foi aí que conheceu o jovem Carlos Aboim Inglês, com quem veio a casar-se aos 20 anos.. Inteligente, culta, espírito aberto ao mundo e à cultura, depois do 5º e último filho, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, tirando, com resultados brilhantes, o curso de Ciências Histórico - Filosóficas. Um dos professores convidou-a para assistente na Universidade mas, com cinco filhos pequenos, viu-se obrigada a recusar.. Dois anos depois apresentou a tese de licenciatura sobre «A Influência dos Descobrimentos na Sociedade Portuguesa», ao mesmo tempo que fundava o Colégio Fernão de Magalhães, na Rua dos Lusíadas. Directora e professora do colégio Maria Isabel foi para os alunos uma companheira mais velha e mais experiente, compreensiva e humana, ensinando e respeitando a liberdade de cada um e a colectiva.. Em 1941 aceitou o antigo convite para assistente universitária, sendo encarregada de leccionar História e Filosofia, na mesma Faculdade.. No princípio de 1942, morreu-lhe o marido. Sem meios de fortuna, com cinco filhos, directora e professora do seu colégio e dando aulas na Universidade - é fácil imaginar os esforços que teve de enfrentar. Foram anos muito duros.. E derrotado o fascismo em parte da Europa, e na esperança de que o mesmo viesse a acontecer em Portugal, aderiu ao MUD (Movimento de Unidade Popular), sendo a primeira mulher a fazer parte da sua Comissão Central.. Foi dirigente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas , depois da Associação Feminina Portugue­sa para a Paz e, quando o general Norton de Matos foi candidato à Presidência da República, percorreu o país de lés-a-lés, falando em assembleias populares realizadas em quase todas as cidades. Tanto a temiam e perseguiam que, uma vez, em campanha, quando se preparava para discursar, a polícia ameaçou-a de que se falasse prenderia o seu filho. O amor aos filhos e o respeito pela sua dignidade pessoal e cívica, nela não tinham limites. Maria Isabel falou, e o Carlos foi preso.. Tamanha força moral, tanta convicção, tão grande dignidade ao serviço da mudança do viver colectivo, fizeram irritar os governantes e as sua polícias. - O fascismo não o podia tolerar e, daí em diante, Isabel é uma mulher marcada, a derrubar.. Proibiram-lhe as aulas de História e de Filosofia na Universidade; tempos depois, afastaram-na de assistente, fecharam-lhe o colégio e impediram-na de prosseguir o curso de Sociologia que mantinha na Escola de Enfermagem. Retiraram-lhe os diplomas de professora do ensino oficial e do particular.. Antes, aos 44 anos, haviam-na prendido pela primeira vez, voltando a ser encarcerada dois anos mais tarde.. Impedida de leccionar, montou um atelier de modista, deu aulas particulares, fez traduções, etc. .Em 1953 uma Universidade brasileira convidou-a para leccionar Filosofa.. Com a natural alegria de poder voltar ao ensino, vendeu em leilão a maior parte dos haveres da sua casa - atelier, mudando-se com os filhos para uma pensão, até à chegada do seu passaporte, o qual nunca chegou, porque o fascismo lho negou!. Recomeçou, uma vez mais. Retomou as lições em casa dos alunos. Continuou a intervir politicamente e viu, uma outra vez, prenderem-lhe o filho em Junho de 1959, e ser condenado pelo fascismo a 8 anos de prisão.. E foi quando se deslocava no seu pequeno carro, de casa de uma aluna para a de outra que a morte lhe chegou. Foi na Av. Estados Unidos, em Lisboa. Serenamente, encostou o carro e fechou os olhos para sempre. Foi numa quinta-feira à tarde, 7 de Março de 1963. Fizera há pouco 61 anos. - Uma vida de dignidade e de coragem exemplares.. Nem mesmo então deixaram de a perseguir, recusando ao Carlos a oportunidade de ir dar-lhe o último beijo!. Levaram-lhe braçadas de flores. Entre elas, cravos, também. Cravos de um Abril que ela não viu. Mas para o qual deu o seu melhor esforço..Extracto de um artigo publicado no Jornal "o diário" em 1984.jf-alfornelos.pt.Sexta-feira, 30 de Março de 2007 Feminino Muito Plural -- Maria Isabel Aboim Inglês. Maria Isabel Aboim Inglês nasceu em Lisboa em 1902 e faleceu na mesma cidade em 1963.Maria Isabel Inglês foi uma lutadora anti-fascista, membro da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática M.U. D. Directora de um colégio de ensino particular, criado em 1949..Maria Isabel era professora da Faculdade de Letras de Lisboa. Leccionou História Antiga e Moderna e Psicologia Exprimental..Foi vítima de várias prisões arbitrárias, por diversas vezes barbaramente torturada pela plícia política do fascismo..Esta corajosa anti-fascista era uma presença constante nas Jornadas de Luta contra o Fascismo e nas campanhas eleitorais para a Presidencia da República do Dr. Rui Luiz Gomes, do General Humberto Delgado e do General Norton de Matos..Viúva, com cinco filhos, entregou-se sempre à luta pela liberdade, tendo levado uma vida de grande dignidade e coragem.. Publicada por H. Levy em 10:44.in orfeuenamorado.blogspot.


Maria Isabel Aboim Inglês* Isabel César Anjo e Alberto Pedroso. Nasceu em Lisboa, na Rua Nova do Loureiro, no Bairro Alto em 7 de Janeiro de 1902 e faleceu nesta cidade em 7 de Março de 1963. Maria Isabel cresceu, brincou e estudou em Lisboa. No Liceu Pedro Nunes tirou o curso complementar de Letras. Foi aí que conheceu o jovem Carlos Aboim Inglês, com quem veio a casar-se aos 20 anos.. Inteligente, culta, espírito aberto ao mundo e à cultura, depois do 5º e último filho, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, tirando, com resultados brilhantes, o curso de Ciências Histórico - Filosóficas. Um dos professores convidou-a para assistente na Universidade mas, com cinco filhos pequenos, viu-se obrigada a recusar.. Dois anos depois apresentou a tese de licenciatura sobre «A Influência dos Descobrimentos na Sociedade Portuguesa», ao mesmo tempo que fundava o Colégio Fernão de Magalhães, na Rua dos Lusíadas. Directora e professora do colégio Maria Isabel foi para os alunos uma companheira mais velha e mais experiente, compreensiva e humana, ensinando e respeitando a liberdade de cada um e a colectiva.. Em 1941 aceitou o antigo convite para assistente universitária, sendo encarregada de leccionar História e Filosofia, na mesma Faculdade.. No princípio de 1942, morreu-lhe o marido. Sem meios de fortuna, com cinco filhos, directora e professora do seu colégio e dando aulas na Universidade - é fácil imaginar os esforços que teve de enfrentar. Foram anos muito duros.. E derrotado o fascismo em parte da Europa, e na esperança de que o mesmo viesse a acontecer em Portugal, aderiu ao MUD (Movimento de Unidade Popular), sendo a primeira mulher a fazer parte da sua Comissão Central.. Foi dirigente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas , depois da Associação Feminina Portugue­sa para a Paz e, quando o general Norton de Matos foi candidato à Presidência da República, percorreu o país de lés-a-lés, falando em assembleias populares realizadas em quase todas as cidades. Tanto a temiam e perseguiam que, uma vez, em campanha, quando se preparava para discursar, a polícia ameaçou-a de que se falasse prenderia o seu filho. O amor aos filhos e o respeito pela sua dignidade pessoal e cívica, nela não tinham limites. Maria Isabel falou, e o Carlos foi preso.. Tamanha força moral, tanta convicção, tão grande dignidade ao serviço da mudança do viver colectivo, fizeram irritar os governantes e as sua polícias. - O fascismo não o podia tolerar e, daí em diante, Isabel é uma mulher marcada, a derrubar.. Proibiram-lhe as aulas de História e de Filosofia na Universidade; tempos depois, afastaram-na de assistente, fecharam-lhe o colégio e impediram-na de prosseguir o curso de Sociologia que mantinha na Escola de Enfermagem. Retiraram-lhe os diplomas de professora do ensino oficial e do particular.. Antes, aos 44 anos, haviam-na prendido pela primeira vez, voltando a ser encarcerada dois anos mais tarde.. Impedida de leccionar, montou um atelier de modista, deu aulas particulares, fez traduções, etc. .Em 1953 uma Universidade brasileira convidou-a para leccionar Filosofa.. Com a natural alegria de poder voltar ao ensino, vendeu em leilão a maior parte dos haveres da sua casa - atelier, mudando-se com os filhos para uma pensão, até à chegada do seu passaporte, o qual nunca chegou, porque o fascismo lho negou!. Recomeçou, uma vez mais. Retomou as lições em casa dos alunos. Continuou a intervir politicamente e viu, uma outra vez, prenderem-lhe o filho em Junho de 1959, e ser condenado pelo fascismo a 8 anos de prisão.. E foi quando se deslocava no seu pequeno carro, de casa de uma aluna para a de outra que a morte lhe chegou. Foi na Av. Estados Unidos, em Lisboa. Serenamente, encostou o carro e fechou os olhos para sempre. Foi numa quinta-feira à tarde, 7 de Março de 1963. Fizera há pouco 61 anos. - Uma vida de dignidade e de coragem exemplares.. Nem mesmo então deixaram de a perseguir, recusando ao Carlos a oportunidade de ir dar-lhe o último beijo!. Levaram-lhe braçadas de flores. Entre elas, cravos, também. Cravos de um Abril que ela não viu. Mas para o qual deu o seu melhor esforço..Extracto de um artigo publicado no Jornal "o diário" em 1984.jf-alfornelos.pt.Sexta-feira, 30 de Março de 2007 Feminino Muito Plural -- Maria Isabel Aboim Inglês. Maria Isabel Aboim Inglês nasceu em Lisboa em 1902 e faleceu na mesma cidade em 1963.Maria Isabel Inglês foi uma lutadora anti-fascista, membro da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática M.U. D. Directora de um colégio de ensino particular, criado em 1949..Maria Isabel era professora da Faculdade de Letras de Lisboa. Leccionou História Antiga e Moderna e Psicologia Exprimental..Foi vítima de várias prisões arbitrárias, por diversas vezes barbaramente torturada pela plícia política do fascismo..Esta corajosa anti-fascista era uma presença constante nas Jornadas de Luta contra o Fascismo e nas campanhas eleitorais para a Presidencia da República do Dr. Rui Luiz Gomes, do General Humberto Delgado e do General Norton de Matos..Viúva, com cinco filhos, entregou-se sempre à luta pela liberdade, tendo levado uma vida de grande dignidade e coragem.. Publicada por H. Levy em 10:44.in orfeuenamorado.blogspot.

marcar artigo