XimPi

27-06-2009
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Pedra FilosofalEles não sabem que o sonhoé uma constante da vidatão concreta e definidacomo outra coisa qualquer,como esta pedra cinzentaem que me sento e descanso,como este ribeiro manso,em serenos sobressaltoscomo estes pinheiros altosque em verde e ouro se agitamcomo estas aves que gritamem bebedeiras de azul.Eles não sabem que o sonhoé vinho, é espuma. é fermento,bichinho alacre e sedento.de focinho pontiagudo,que fossa através de tudonum perpétuo movimento.Eles não sabem que o sonhoé tela, é cor, é pincel,base, fuste, capitel.arco em ogiva, vitral,pináculo de catedral,contraponto, sinfonia,máscara grega, magia,que é retorta de alquimista,mapa do mundo distante,rosa dos ventos, Infante,caravela quinhentista,que é Cabo da Boa Esperança,ouro, canela, marfim,florete de espadachim,bastidor, passo de dança.,Colombina e Arlequim,passarola voadora,para-raios, locomotiva,barco de proa festiva,alto-forno, geradora,cisão do átomo, radar,ultra som televisãodesembarque em foguetãona superfície lunar.Eles não sabem, nem sonham,que o sonho comanda a vida.Que sempre que um homem sonhao mundo pula e avançacomo bola coloridaentre a mãos de uma criança. (António Gedeão)QuadroThe Alchymist, In Search of the Philosopher’s Stone, Discovers Phosphorus, and prays for the successful Conclusion of his operation, as was the custom of the Ancient Chymical Astrologers - Derby Museum and Art Gallery - Derby (UK)"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida." Foram estas palavras que depois de apresentadas pela primeira vez em 1969 no programa de televisão "Zip-Zip", pela voz de Manuel Freire marcaram uma geração que, reprimida por uma ditadura fascista e atormentada por uma guerra colonial sem fim à vista, se encontrava ávida de liberdade em que o sonho se afirmava como o único caminho. Desde então, o poema "Pedra Filosofal" tornou-se uma bandeira de luta e de crítica, fazendo crer que o sonho comanda a vida. Toda a simbologia deste poema numa fase tão conturbada da história recente contribuiu ainda mais para adensar a aura que o transformou num grito de revolta e sofrimento mas ao mesmo tempo de afirmação e esperança.Texto retirado de http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/antonio_gedeao/geracao_filosofal.html


Pedra FilosofalEles não sabem que o sonhoé uma constante da vidatão concreta e definidacomo outra coisa qualquer,como esta pedra cinzentaem que me sento e descanso,como este ribeiro manso,em serenos sobressaltoscomo estes pinheiros altosque em verde e ouro se agitamcomo estas aves que gritamem bebedeiras de azul.Eles não sabem que o sonhoé vinho, é espuma. é fermento,bichinho alacre e sedento.de focinho pontiagudo,que fossa através de tudonum perpétuo movimento.Eles não sabem que o sonhoé tela, é cor, é pincel,base, fuste, capitel.arco em ogiva, vitral,pináculo de catedral,contraponto, sinfonia,máscara grega, magia,que é retorta de alquimista,mapa do mundo distante,rosa dos ventos, Infante,caravela quinhentista,que é Cabo da Boa Esperança,ouro, canela, marfim,florete de espadachim,bastidor, passo de dança.,Colombina e Arlequim,passarola voadora,para-raios, locomotiva,barco de proa festiva,alto-forno, geradora,cisão do átomo, radar,ultra som televisãodesembarque em foguetãona superfície lunar.Eles não sabem, nem sonham,que o sonho comanda a vida.Que sempre que um homem sonhao mundo pula e avançacomo bola coloridaentre a mãos de uma criança. (António Gedeão)QuadroThe Alchymist, In Search of the Philosopher’s Stone, Discovers Phosphorus, and prays for the successful Conclusion of his operation, as was the custom of the Ancient Chymical Astrologers - Derby Museum and Art Gallery - Derby (UK)"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida." Foram estas palavras que depois de apresentadas pela primeira vez em 1969 no programa de televisão "Zip-Zip", pela voz de Manuel Freire marcaram uma geração que, reprimida por uma ditadura fascista e atormentada por uma guerra colonial sem fim à vista, se encontrava ávida de liberdade em que o sonho se afirmava como o único caminho. Desde então, o poema "Pedra Filosofal" tornou-se uma bandeira de luta e de crítica, fazendo crer que o sonho comanda a vida. Toda a simbologia deste poema numa fase tão conturbada da história recente contribuiu ainda mais para adensar a aura que o transformou num grito de revolta e sofrimento mas ao mesmo tempo de afirmação e esperança.Texto retirado de http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/antonio_gedeao/geracao_filosofal.html

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