XimPi

28-06-2009
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Fados do Tempo da Outra Senhora (1)Calçada de CarricheLuísa sobe,sobe a calçada,sobe e não podeque vai cansada.Sobe, Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Saiu de casade madrugada;regressa a casaé já noite fechada.Na mão grosseira,de pele queimada,leva a lancheiradesengonçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Luísa é nova,desenxovalhada,tem perna gorda,bem torneada.Ferve-lhe o sanguede afogueada;saltam-lhe os peitosna caminhada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Passam magalas,rapaziada,palpam-lhe as coxas,não dá por nada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Chegou a casanão disse nada.Pegou na filha,deu-lhe a mamada;bebeu da sopanuma golada;lavou a loiça,varreu a escada;deu jeito à casadesarranjada;coseu a roupajá remendada;despiu-se à pressa,desinteressada;caiu na camade uma assentada;chegou o homem,viu-a deitada;serviu-se dela,não deu por nada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Na manhã débil,sem alvorada,salta da cama,desembestada;puxa da filha,dá-lhe a mamada;veste-se à pressa,desengonçada;anda, ciranda,desaustinada;range o soalhoa cada passada;salta para a rua,corre açodada,galga o passeio,desce a calçada,chega à oficinaà hora marcada,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga;toca a sinetana hora aprazada,corre à cantina,volta à toada,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga.Regressa a casaé já noite fechada.Luísa arquejapela calçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada,sobe que sobe,sobe a calçada,sobe que sobe,sobe a calçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçadaAntónio Gedeão


Fados do Tempo da Outra Senhora (1)Calçada de CarricheLuísa sobe,sobe a calçada,sobe e não podeque vai cansada.Sobe, Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Saiu de casade madrugada;regressa a casaé já noite fechada.Na mão grosseira,de pele queimada,leva a lancheiradesengonçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Luísa é nova,desenxovalhada,tem perna gorda,bem torneada.Ferve-lhe o sanguede afogueada;saltam-lhe os peitosna caminhada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Passam magalas,rapaziada,palpam-lhe as coxas,não dá por nada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Chegou a casanão disse nada.Pegou na filha,deu-lhe a mamada;bebeu da sopanuma golada;lavou a loiça,varreu a escada;deu jeito à casadesarranjada;coseu a roupajá remendada;despiu-se à pressa,desinteressada;caiu na camade uma assentada;chegou o homem,viu-a deitada;serviu-se dela,não deu por nada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada.Na manhã débil,sem alvorada,salta da cama,desembestada;puxa da filha,dá-lhe a mamada;veste-se à pressa,desengonçada;anda, ciranda,desaustinada;range o soalhoa cada passada;salta para a rua,corre açodada,galga o passeio,desce a calçada,chega à oficinaà hora marcada,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga;toca a sinetana hora aprazada,corre à cantina,volta à toada,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga,puxa que puxa,larga que larga.Regressa a casaé já noite fechada.Luísa arquejapela calçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçada,sobe que sobe,sobe a calçada,sobe que sobe,sobe a calçada.Anda Luísa,Luísa sobe,sobe que sobe,sobe a calçadaAntónio Gedeão

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