A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

01-10-2009
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“A Rabeca” Vermelha.ou .A Banalidade do Mal.Com outro entusiasmo, participámos (pelos 17 anos) no projecto da Rabeca “Vermelha”, indiscutivelmente o período (curto) de maior prestígio para o jornalismo portalegrense, na segunda metade do século XX. De grande influência nos meios universitários e em todo o campo progressista de ideais democráticos, ombreava na opção de leitura de quem queria alimentar consciência de resistência e amadurecimento na luta antifascista, com “o Comércio do Funchal”, o “Notícias da Amadora”, o “Jornal do Fundão”.José Manuel Basso.Todas as Revoluções cometem os seus excessos. O 5 de Outubro teve-os, também o 5 de Dezembro de 1917, idem para o 28 de Maio de 1926, tal como o 25 de Abril de 1974, só para lembrar quatro momentos da História de Portugal do século XX.Em Portalegre viveram-se no seguimento destes momentos revolucionários tempos bastante conturbados, raiando instantes de pré-guerra civil. Os vencedores queriam vingar-se dos “senhores” do anterior regime, a quem chamavam de opressores, utilizando as terminologias em voga.Em 24 de Abril de 1974 “todos” eram salazaristas e anticomunistas, e em 25 de Abril de 1974 “todos” “acordaram” democratas e antifascistas. São assim sempre as Revoluções, que além de em seguida “comerem” os seus chefes, passados os excessos, se tornam reaccionárias, tentando preservar as “conquistas” que com a mudança de paradigma obtiveram.Nos inícios de 1974 em Portalegre, como em todo o país, havia a imprensa situacionista e a imprensa oposicionista. Se «O Distrito de Portalegre», pertença da igreja diocesana cujo bispo era D. Agostinho Lopes de Moura, seria o jornal do regime, «A Rabeca» era o jornal da oposição.João Diogo Casaca era uma figura respeitada, Republicano e Democrata, que sempre exercera a oposição ao Estado Novo, mantendo simultaneamente boas relações com os seus dirigentes locais. «A Rabeca» era indiscutivelmente um jornal sério, que tinha uma linha editorial coerente. Todavia, a idade avançado do seu ‘Director, Editor e Proprietário’, fez com que desde o princípio da década de setenta «A Rabeca» viesse a perder fulgor, a ponto de ser alienada a um grupo de gente, também da oposição, ligada às estruturas, primeiro clandestinas e depois da Revolução dos Cravos legais, do Partido Comunista Português, o PCP.A partir de então, «A Rabeca» deixou de ser um jornal para ser um pasquim que não respeitava nada nem ninguém. Com a III República, «A Rabeca» transformou-se no órgão oficioso do PCP, e a sua radicalização atingiu foros de criminalidade. Ninguém escapava à sanha persecutória, fossem as Instituições que o novo regime queria implantar, fossem partidos políticos como o PS, PPD, MFP-PP, PDC, CDS, MRPP, AOC, enfim, tudo o que o PCP não conseguia controlar, não escapando a Igreja Católica.«A Rabeca», de forma ameaçadora, publicava nomes de pessoas que tiveram cargos no Estado Novo, insultava quem tomasse a menor posição pública que contrariasse os propósitos antidemocráticos do PCP, em suma, pessoas e bens não estavam seguros perante a criminosa acção de «A Rabeca».Quando em «O Distrito de Portalegre», jornal que se define de inspiração cristã, da passada quinta-feira dia 12 de Fevereiro de 2009, se lê o paragrafo escrito e que acima reproduzimos de José Manuel Basso, conhecido ex-presidente da Câmara de Nisa, um ex-autarca do PCP, toda esta Memória negativa de «A Rabeca» voltou.A visão que José Manuel Basso dá daquele tempo e do jornal que muito justamente apelida de “Rabeca “Vermelha””, é exactamente a oposta da nossa. O que para José Manuel Basso é “indiscutivelmente o período (curto) de maior prestígio para o jornalismo portalegrense, na segunda metade do século XX”, para nós é um dos períodos mais negros da História de Portalegre. E a prova que «A Rabeca» não tinha o menor prestígio é que veio a acabar ingloriamente, falida. Apenas o famigerado Verão Quente a “alimentou, e a veio a destruir.«De grande influência nos meios universitários e em todo o campo progressista de ideais democráticos», afirma José Manuel Basso. Porventura em relação ao meio da então UEC, a juventude universitária do PCP, porque «A Rabeca» não produzia textos doutrinários, mas sim panfletos de ódio. E se “ombreava na opção de leitura de quem queria alimentar consciência de resistência e amadurecimento na luta antifascista”, era porque os seus “congéneres” eram semelhantes no controlo pelo PCP e no fervor sectário.«A Rabeca» foi, com toda a verdade, um órgão impar na História da Imprensa em Portalegre, mas com João Diogo Casaca, nunca no seu estertor, a soldo e mando do PCP.Muito pouca “inspiração cristã” neste texto de José Manuel Basso, escrito no semanário de inspiração cristã «O Distrito de Portalegre».Mário Casa Nova Martins

“A Rabeca” Vermelha.ou .A Banalidade do Mal.Com outro entusiasmo, participámos (pelos 17 anos) no projecto da Rabeca “Vermelha”, indiscutivelmente o período (curto) de maior prestígio para o jornalismo portalegrense, na segunda metade do século XX. De grande influência nos meios universitários e em todo o campo progressista de ideais democráticos, ombreava na opção de leitura de quem queria alimentar consciência de resistência e amadurecimento na luta antifascista, com “o Comércio do Funchal”, o “Notícias da Amadora”, o “Jornal do Fundão”.José Manuel Basso.Todas as Revoluções cometem os seus excessos. O 5 de Outubro teve-os, também o 5 de Dezembro de 1917, idem para o 28 de Maio de 1926, tal como o 25 de Abril de 1974, só para lembrar quatro momentos da História de Portugal do século XX.Em Portalegre viveram-se no seguimento destes momentos revolucionários tempos bastante conturbados, raiando instantes de pré-guerra civil. Os vencedores queriam vingar-se dos “senhores” do anterior regime, a quem chamavam de opressores, utilizando as terminologias em voga.Em 24 de Abril de 1974 “todos” eram salazaristas e anticomunistas, e em 25 de Abril de 1974 “todos” “acordaram” democratas e antifascistas. São assim sempre as Revoluções, que além de em seguida “comerem” os seus chefes, passados os excessos, se tornam reaccionárias, tentando preservar as “conquistas” que com a mudança de paradigma obtiveram.Nos inícios de 1974 em Portalegre, como em todo o país, havia a imprensa situacionista e a imprensa oposicionista. Se «O Distrito de Portalegre», pertença da igreja diocesana cujo bispo era D. Agostinho Lopes de Moura, seria o jornal do regime, «A Rabeca» era o jornal da oposição.João Diogo Casaca era uma figura respeitada, Republicano e Democrata, que sempre exercera a oposição ao Estado Novo, mantendo simultaneamente boas relações com os seus dirigentes locais. «A Rabeca» era indiscutivelmente um jornal sério, que tinha uma linha editorial coerente. Todavia, a idade avançado do seu ‘Director, Editor e Proprietário’, fez com que desde o princípio da década de setenta «A Rabeca» viesse a perder fulgor, a ponto de ser alienada a um grupo de gente, também da oposição, ligada às estruturas, primeiro clandestinas e depois da Revolução dos Cravos legais, do Partido Comunista Português, o PCP.A partir de então, «A Rabeca» deixou de ser um jornal para ser um pasquim que não respeitava nada nem ninguém. Com a III República, «A Rabeca» transformou-se no órgão oficioso do PCP, e a sua radicalização atingiu foros de criminalidade. Ninguém escapava à sanha persecutória, fossem as Instituições que o novo regime queria implantar, fossem partidos políticos como o PS, PPD, MFP-PP, PDC, CDS, MRPP, AOC, enfim, tudo o que o PCP não conseguia controlar, não escapando a Igreja Católica.«A Rabeca», de forma ameaçadora, publicava nomes de pessoas que tiveram cargos no Estado Novo, insultava quem tomasse a menor posição pública que contrariasse os propósitos antidemocráticos do PCP, em suma, pessoas e bens não estavam seguros perante a criminosa acção de «A Rabeca».Quando em «O Distrito de Portalegre», jornal que se define de inspiração cristã, da passada quinta-feira dia 12 de Fevereiro de 2009, se lê o paragrafo escrito e que acima reproduzimos de José Manuel Basso, conhecido ex-presidente da Câmara de Nisa, um ex-autarca do PCP, toda esta Memória negativa de «A Rabeca» voltou.A visão que José Manuel Basso dá daquele tempo e do jornal que muito justamente apelida de “Rabeca “Vermelha””, é exactamente a oposta da nossa. O que para José Manuel Basso é “indiscutivelmente o período (curto) de maior prestígio para o jornalismo portalegrense, na segunda metade do século XX”, para nós é um dos períodos mais negros da História de Portalegre. E a prova que «A Rabeca» não tinha o menor prestígio é que veio a acabar ingloriamente, falida. Apenas o famigerado Verão Quente a “alimentou, e a veio a destruir.«De grande influência nos meios universitários e em todo o campo progressista de ideais democráticos», afirma José Manuel Basso. Porventura em relação ao meio da então UEC, a juventude universitária do PCP, porque «A Rabeca» não produzia textos doutrinários, mas sim panfletos de ódio. E se “ombreava na opção de leitura de quem queria alimentar consciência de resistência e amadurecimento na luta antifascista”, era porque os seus “congéneres” eram semelhantes no controlo pelo PCP e no fervor sectário.«A Rabeca» foi, com toda a verdade, um órgão impar na História da Imprensa em Portalegre, mas com João Diogo Casaca, nunca no seu estertor, a soldo e mando do PCP.Muito pouca “inspiração cristã” neste texto de José Manuel Basso, escrito no semanário de inspiração cristã «O Distrito de Portalegre».Mário Casa Nova Martins

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