Ainda há lodo no cais: Vou, mas volto já

01-10-2009
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Volto à prosa extra-futebolística a propósito de mais um foguete do imenso foguetório em que se tornou o PSD.Sobre a demissão de Luís Filipe Menezes, apetece-me falar de duas evidências: em primeiro lugar, entendo que talvez fosse o único caminho, dada a contestação permanente que lhe vem sendo movida. Em segundo lugar, esta antecipação de eleições parece-me coisa dos velhos tempos de liceu ou das listas da JSD; até pode ser que nem dê nisso, mas esta de pedir a demissão, marcar eleições no prazo de 30 dias (não dá para quase nada), não negar a recandidatura e continuar on tour pelo partido lembra um truque para tirar coelhos da cartola (leia-se, adversários da penumbra).As perguntas que deviam ser feitas têm a ver, creio eu, com outros pontos, já que o argumento de que há contravapor soa voz de falsete. Desde que me lembro que há turbulência interna no PSD e isso sempre pôde ser visto como um estímulo a liderar mais e melhor. Mesmo nos tempos do Professor Cavaco Silva (em que o unanimismo era visto, mesmo sem encomenda, como regra), Pedro Pinto fazia uma lista alternativa ao Conselho Nacional. Por seu turno, Durão Barroso sempre viveu com contestação, Santana Lopes sofreu "pontapés na incubadora" e Marques Mendes foi espalmado... Acresce que me parece ilustrativo do estado da arte o facto de o grémio laranja ter passado dias incontáveis a debater o programa de Fernanda Câncio na RTP, em razão de uma eventual relação pessoal com o Primeiro-Ministro. Aqui chegados, detenho-me por algumas linhas para analisar uma das mais monumentais asneiras cometidas pelo PSD, nos últimos tempos e que surpreende em Agostinho Branquinho e Ribau Esteves (já no Vice-Presidente que embarcou na prosa não surpreende o mote, achando mesmo prestigiante saber que a falta de apreço é recíproca, como ainda recentemente, num jantar público e em modo vernáculo, fez questão de atestar); entendo que jamais deve fazer-se política invocando assuntos íntimos (sejam insinuações sobre "colo" ou estas), ainda para mais quando se trata de uma profissional com currículo. Jamais me ocorreria que um militante do PS questionasse algum(a) profissional de comunicação social por qualquer relação pessoal que tivesse com um destacado dirigente do PSD, por muito que aqui fosse jornalismo político e além (Fernanda Câncio), aparentemente, não. Posso estar a ser ingénuo?!... Talvez, mas insisto que havia mil e um temas que os portugueses apreciariam ver na agenda do PSD, antes deste...Dirão alguns, por outro lado, que o dr. Menezes se rodeou mal. E fui eu que fiz a equipa?! Em um ou dois casos até posso achar que faltou arrojo, mas o mais apropriado é dizermos que, a seguir ao esmagamento de Marques Mendes, havia condições para tudo e mais umas botas. E também digo - como disse no passado - que o ressurgimento de Pedro Santana Lopes, por muito que estivessem os dois carregadinhos de boas intenções, seria sempre foco de dispersão de atenções (este já foi o que Menezes queria ser, a mais de o primeiro deter a inestimável tribuna parlamentar) e assunto de partilha de espaço, já que o ex-Premier fizera as listas e tem a sua pleiâde de seguidores (uns melhores, outros piores e outros fraquinhos, como em todos os plantéis). Se pensarmos bem, entre voltas a Portugal e giros políticos, muita confusão se instalou e muitos desmentidos se produziram. No meio de tudo isto, avanço três ideias "Kodak" (ou seja, para mais tarde recordar...):É difícil que os cálculos falhem, mas pode sair o tiro pela culatra, se a ideia era antecipar para ganhar de caras.Não acho que a medida vá acalmar o partido. A contestação, mais ou menos assumida, vai continuar e a sanha saneadora "à Mendes" sempre enlameou mais do que limpou.Menezes recandidatar-se-á.


Volto à prosa extra-futebolística a propósito de mais um foguete do imenso foguetório em que se tornou o PSD.Sobre a demissão de Luís Filipe Menezes, apetece-me falar de duas evidências: em primeiro lugar, entendo que talvez fosse o único caminho, dada a contestação permanente que lhe vem sendo movida. Em segundo lugar, esta antecipação de eleições parece-me coisa dos velhos tempos de liceu ou das listas da JSD; até pode ser que nem dê nisso, mas esta de pedir a demissão, marcar eleições no prazo de 30 dias (não dá para quase nada), não negar a recandidatura e continuar on tour pelo partido lembra um truque para tirar coelhos da cartola (leia-se, adversários da penumbra).As perguntas que deviam ser feitas têm a ver, creio eu, com outros pontos, já que o argumento de que há contravapor soa voz de falsete. Desde que me lembro que há turbulência interna no PSD e isso sempre pôde ser visto como um estímulo a liderar mais e melhor. Mesmo nos tempos do Professor Cavaco Silva (em que o unanimismo era visto, mesmo sem encomenda, como regra), Pedro Pinto fazia uma lista alternativa ao Conselho Nacional. Por seu turno, Durão Barroso sempre viveu com contestação, Santana Lopes sofreu "pontapés na incubadora" e Marques Mendes foi espalmado... Acresce que me parece ilustrativo do estado da arte o facto de o grémio laranja ter passado dias incontáveis a debater o programa de Fernanda Câncio na RTP, em razão de uma eventual relação pessoal com o Primeiro-Ministro. Aqui chegados, detenho-me por algumas linhas para analisar uma das mais monumentais asneiras cometidas pelo PSD, nos últimos tempos e que surpreende em Agostinho Branquinho e Ribau Esteves (já no Vice-Presidente que embarcou na prosa não surpreende o mote, achando mesmo prestigiante saber que a falta de apreço é recíproca, como ainda recentemente, num jantar público e em modo vernáculo, fez questão de atestar); entendo que jamais deve fazer-se política invocando assuntos íntimos (sejam insinuações sobre "colo" ou estas), ainda para mais quando se trata de uma profissional com currículo. Jamais me ocorreria que um militante do PS questionasse algum(a) profissional de comunicação social por qualquer relação pessoal que tivesse com um destacado dirigente do PSD, por muito que aqui fosse jornalismo político e além (Fernanda Câncio), aparentemente, não. Posso estar a ser ingénuo?!... Talvez, mas insisto que havia mil e um temas que os portugueses apreciariam ver na agenda do PSD, antes deste...Dirão alguns, por outro lado, que o dr. Menezes se rodeou mal. E fui eu que fiz a equipa?! Em um ou dois casos até posso achar que faltou arrojo, mas o mais apropriado é dizermos que, a seguir ao esmagamento de Marques Mendes, havia condições para tudo e mais umas botas. E também digo - como disse no passado - que o ressurgimento de Pedro Santana Lopes, por muito que estivessem os dois carregadinhos de boas intenções, seria sempre foco de dispersão de atenções (este já foi o que Menezes queria ser, a mais de o primeiro deter a inestimável tribuna parlamentar) e assunto de partilha de espaço, já que o ex-Premier fizera as listas e tem a sua pleiâde de seguidores (uns melhores, outros piores e outros fraquinhos, como em todos os plantéis). Se pensarmos bem, entre voltas a Portugal e giros políticos, muita confusão se instalou e muitos desmentidos se produziram. No meio de tudo isto, avanço três ideias "Kodak" (ou seja, para mais tarde recordar...):É difícil que os cálculos falhem, mas pode sair o tiro pela culatra, se a ideia era antecipar para ganhar de caras.Não acho que a medida vá acalmar o partido. A contestação, mais ou menos assumida, vai continuar e a sanha saneadora "à Mendes" sempre enlameou mais do que limpou.Menezes recandidatar-se-á.

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