PALAVROSSAVRVS REX: TÁRTARO UGA!

30-09-2009
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Violaria esse verde emergente em virgindades orvalhadas, aladas, com um sol de radiações azuis,laranjas, se uma lua se me multiplicasse nas mãos em pomares de espanto,ainda que horrorizado, irizado, calafrio luminoso de existir.Floram árvores, refolham-se imparáveis e há sonhos de carbono capturadoe de oxigénio respirado.O pensamento cala.Explode um entreolharmo-nos muito multidão.Quem trará a mordaça à minha palavra ferina?Quem ousará premir o gatilho que cale este fio d'água da esquerda à direitada linha onde cada verso se cose?Ninguém!Asfaltaria o caminho que os olhos calcam até, inquisidores,virem encontrar-me na polpa dos dedos.Entardece sobre a página.Corre um vento áspero sobre o milagre da palavra, bola de hélio balão,verticalizando-se toda em miniscênciasque ascendem a ouro rescendendo - eis a palavra.Telefonaram à palavra oito vezes.Oito vezes se exaltaram.Oito mais a cercearam, perante ela esbracejaram.Resistiu a criatura. Soltou-se leve e, espumosa, quilha de caravela, cortas as águas inscientes.Afirma-se.Meu ser, lago morto de sal,branqueja ao sol do deserto.Sulcos o sulcam.Gritam gretas esfaimadas por esta pele, de toda a luz, grutas milenares,onde muitos animais foram comidose estratos se sobrepõem a estratose um palmo é mil anos de guano e pó desabado.Ó chão cheio de dentes pequeninos e memórias de fogueiras,migalhas de ossos roedores, ruminantes, quanta carne é havida!Como és penoso, poema!Mais que a máscara positiva numa entrevista negativa, limiano, saudades do leite antigo,Maquineta tão Zero.Penoso poema!Tenho-te sono!Felner profundo, a quem interessará cortinas de fumo?Socos, punhadas no focinho da verdade há-de ser sempre Portugal,salazarenta cunha num mar de medíocres de frio mortos, de medo transidos.Ao Tártaro contigo, àquele inferno sem penas, só com nadas,à evanescência, ao esquecimento lá, onde D. Sebastião finalmente se masturbafolheando ambíguas revistas de agora - condenado a séculos de gajas boas, às vezes gajos,por cada olho enfadado delas, ou talvez deles num grande vice-versa tão talvez,havido quando ainda era o Rei dos romances de cavalaria,das fantasias, dos mimosos mimos,miséria de névoa, diáfana rede de chumbo lentaque ainda paira capilar tão capital, tão puta!


Violaria esse verde emergente em virgindades orvalhadas, aladas, com um sol de radiações azuis,laranjas, se uma lua se me multiplicasse nas mãos em pomares de espanto,ainda que horrorizado, irizado, calafrio luminoso de existir.Floram árvores, refolham-se imparáveis e há sonhos de carbono capturadoe de oxigénio respirado.O pensamento cala.Explode um entreolharmo-nos muito multidão.Quem trará a mordaça à minha palavra ferina?Quem ousará premir o gatilho que cale este fio d'água da esquerda à direitada linha onde cada verso se cose?Ninguém!Asfaltaria o caminho que os olhos calcam até, inquisidores,virem encontrar-me na polpa dos dedos.Entardece sobre a página.Corre um vento áspero sobre o milagre da palavra, bola de hélio balão,verticalizando-se toda em miniscênciasque ascendem a ouro rescendendo - eis a palavra.Telefonaram à palavra oito vezes.Oito vezes se exaltaram.Oito mais a cercearam, perante ela esbracejaram.Resistiu a criatura. Soltou-se leve e, espumosa, quilha de caravela, cortas as águas inscientes.Afirma-se.Meu ser, lago morto de sal,branqueja ao sol do deserto.Sulcos o sulcam.Gritam gretas esfaimadas por esta pele, de toda a luz, grutas milenares,onde muitos animais foram comidose estratos se sobrepõem a estratose um palmo é mil anos de guano e pó desabado.Ó chão cheio de dentes pequeninos e memórias de fogueiras,migalhas de ossos roedores, ruminantes, quanta carne é havida!Como és penoso, poema!Mais que a máscara positiva numa entrevista negativa, limiano, saudades do leite antigo,Maquineta tão Zero.Penoso poema!Tenho-te sono!Felner profundo, a quem interessará cortinas de fumo?Socos, punhadas no focinho da verdade há-de ser sempre Portugal,salazarenta cunha num mar de medíocres de frio mortos, de medo transidos.Ao Tártaro contigo, àquele inferno sem penas, só com nadas,à evanescência, ao esquecimento lá, onde D. Sebastião finalmente se masturbafolheando ambíguas revistas de agora - condenado a séculos de gajas boas, às vezes gajos,por cada olho enfadado delas, ou talvez deles num grande vice-versa tão talvez,havido quando ainda era o Rei dos romances de cavalaria,das fantasias, dos mimosos mimos,miséria de névoa, diáfana rede de chumbo lentaque ainda paira capilar tão capital, tão puta!

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