Afonso Candal e José Eduardo Martins, ambos deputados, envolveram-se ontem numa cena lamentável na Assembleia da República. Todos conhecemos a escola do clã Candal e todos sabemos quão truculentos e provocadores podem ser. Não gosto do estilo, não prestigia a classe, mas foi aceite e enquadrado como um sub-produto do regime. Em versão mais ou menos apurada, todos os partidos têm o seu Candal e até os governos vão ostentando uns Santos Silva na lapela...Com tudo isto, havia contudo, um patamar mínimo não ultrapassável. Com a imagem que o Parlamento tem no país, deverão ser os deputados os primeiros a assegurar que esse mínimo se mantenha, de preferência se eleve. José Eduardo Martins, com a arruaça de ontem, decretou a inviabilidade da sua carreira política. Passou de político medíocre a ex-político num minuto; a única saída menos vergonhosa, será a imediata demissão e um pedido de desculpas formal aos portugueses. Mais do que Candal, foi o país que foi ofendido pela indigna profanação da sede de uma das suas mais importantes instituições.Será um bom tempo para uma revisão de atitudes, para cada um assegurar a dignidade dos cargos que ocupa. Lembro-me também, do deputado José Paulo Carvalho, o que sequestrou um lugar que é por direito do CDS, para o qual nem foi directamente eleito, e que prometia libertar em final de Fevereiro caso se comprovasse a sua incapacidade de se tornar um deputado independente relevante e de interesse público. José Paulo Carvalho está calado, não faz o balanço porque sabe o resultado, não larga o lugar porque não tem os tais mínimos que exigem decência no cumprimento do cargo. Era uma boa altura para ir dar uma volta com José Eduardo Martins.
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Afonso Candal e José Eduardo Martins, ambos deputados, envolveram-se ontem numa cena lamentável na Assembleia da República. Todos conhecemos a escola do clã Candal e todos sabemos quão truculentos e provocadores podem ser. Não gosto do estilo, não prestigia a classe, mas foi aceite e enquadrado como um sub-produto do regime. Em versão mais ou menos apurada, todos os partidos têm o seu Candal e até os governos vão ostentando uns Santos Silva na lapela...Com tudo isto, havia contudo, um patamar mínimo não ultrapassável. Com a imagem que o Parlamento tem no país, deverão ser os deputados os primeiros a assegurar que esse mínimo se mantenha, de preferência se eleve. José Eduardo Martins, com a arruaça de ontem, decretou a inviabilidade da sua carreira política. Passou de político medíocre a ex-político num minuto; a única saída menos vergonhosa, será a imediata demissão e um pedido de desculpas formal aos portugueses. Mais do que Candal, foi o país que foi ofendido pela indigna profanação da sede de uma das suas mais importantes instituições.Será um bom tempo para uma revisão de atitudes, para cada um assegurar a dignidade dos cargos que ocupa. Lembro-me também, do deputado José Paulo Carvalho, o que sequestrou um lugar que é por direito do CDS, para o qual nem foi directamente eleito, e que prometia libertar em final de Fevereiro caso se comprovasse a sua incapacidade de se tornar um deputado independente relevante e de interesse público. José Paulo Carvalho está calado, não faz o balanço porque sabe o resultado, não larga o lugar porque não tem os tais mínimos que exigem decência no cumprimento do cargo. Era uma boa altura para ir dar uma volta com José Eduardo Martins.