Carrazeda de Ansiães em palavras e imagens: Secretária de Estado dos Transportes exige da EDP alternativa ferroviária para a Linha do Tua

01-07-2009
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A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, mantém a posição defendida a 22 de Agosto de 2008 sobre a manutenção da Linha do Tua.Numa resposta enviada ontem ao PÚBLICO, a governante reafirma que, "se for considerado imprescindível o encerramento do troço em causa [por causa da construção da nova barragem da EDP], deverão ser garantidas, pela concessionária, condições para a criação de uma variante ferroviária". Ou seja, a alternativa rodoviária proposta pela EDP não é solução."Nem pensar", foi a resposta dada por Ana Paula Vitorino naquele mesmo dia, poucas horas depois do último acidente ferroviário na Linha do Tua, quando confrontada com a possibilidade de o comboio deixar de circular entre esta estação e Mirandela. Na altura, a secretária de Estado afirmou que o comboio "é muito importante para a mobilidade da região". O PÚBLICO tentou ontem obter uma reacção da EDP à posição da governante, mas tal não foi possível. De acordo com o estudo de impacte ambiental (EIA) do Empreendimento hidroeléctrico de Foz-Tua (EHFT), actualmente em fase de consulta pública, a centenária linha ferroviária será sempre submersa, seja qual for a cota que vier a ser aprovada. Em cima da mesa estão as cotas de 170 metros, 180 e 195. Com a cota maior, a linha será submersa em 31 quilómetros e desaparecerão nove apeadeiros. Se a barragem ficar a 180 metros, serão alagados 23 quilómetros de linha e sete apeadeiros. A cota mais baixa inundará 16 quilómetros de linha e quatro apeadeiros.Assumindo como irreversível o fim da Linha do Tua, a EDP propõe como alternativa um serviço rodoviário. Outra solução, não prevista no estudo mas assumida pela EDP, seria levar os passageiros vindos do Douro até à barragem e, daqui, transportá-los de barco até à estação não submersa. "Isso não é nenhuma solução", insurge-se José Silvano, o presidente da Câmara de Mirandela. "Não há alternativa à Linha do Tua. O fim do comboio é terrível para a região." Esta autarquia já aprovou uma deliberação contra o EIA, considerando-o "incompleto e perfeitamente desajustado da realidade", como disse ao PÚBLICO José Silvano. "É um estudo que engana as pessoas. Desde logo porque tem em atenção três cotas possíveis, mas não diz qual é a preferida da EDP", sustenta.Segundo José Silvano, a EDP já manifestou a sua preferência pela cota mais baixa, porque acredita que, feita a análise custo/benefício, é a mais vantajosa. Terá que indemnizar menos pessoas e pagará menos ao Estado. Só por ter ganho a concessão desta barragem, a EDP teve que pagar ao Estado 56 milhões de euros e este valor vai subindo de acordo com a cota, podendo atingir os 125 milhões de euros se o nível pleno de armazenamento for de 195 metros. A esta cota, a futura albufeira terá 39,5 quilómetros de comprimento e uma capacidade de armazenamento de 269,4 milhões de metros cúbicos de água, produzirá anualmente 350 gigawatts e o custo da obra ascenderá aos 320 milhões de euros. Com uma cota de 170 metros, a albufeira terá 31 quilómetros, a capacidade de armazenamento de água será de 156,2 milhões de metros cúbicos de água, a produção anual atingirá os 306 gigawatts e o custo da obra rondará os 282 milhões de euros. Público


A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, mantém a posição defendida a 22 de Agosto de 2008 sobre a manutenção da Linha do Tua.Numa resposta enviada ontem ao PÚBLICO, a governante reafirma que, "se for considerado imprescindível o encerramento do troço em causa [por causa da construção da nova barragem da EDP], deverão ser garantidas, pela concessionária, condições para a criação de uma variante ferroviária". Ou seja, a alternativa rodoviária proposta pela EDP não é solução."Nem pensar", foi a resposta dada por Ana Paula Vitorino naquele mesmo dia, poucas horas depois do último acidente ferroviário na Linha do Tua, quando confrontada com a possibilidade de o comboio deixar de circular entre esta estação e Mirandela. Na altura, a secretária de Estado afirmou que o comboio "é muito importante para a mobilidade da região". O PÚBLICO tentou ontem obter uma reacção da EDP à posição da governante, mas tal não foi possível. De acordo com o estudo de impacte ambiental (EIA) do Empreendimento hidroeléctrico de Foz-Tua (EHFT), actualmente em fase de consulta pública, a centenária linha ferroviária será sempre submersa, seja qual for a cota que vier a ser aprovada. Em cima da mesa estão as cotas de 170 metros, 180 e 195. Com a cota maior, a linha será submersa em 31 quilómetros e desaparecerão nove apeadeiros. Se a barragem ficar a 180 metros, serão alagados 23 quilómetros de linha e sete apeadeiros. A cota mais baixa inundará 16 quilómetros de linha e quatro apeadeiros.Assumindo como irreversível o fim da Linha do Tua, a EDP propõe como alternativa um serviço rodoviário. Outra solução, não prevista no estudo mas assumida pela EDP, seria levar os passageiros vindos do Douro até à barragem e, daqui, transportá-los de barco até à estação não submersa. "Isso não é nenhuma solução", insurge-se José Silvano, o presidente da Câmara de Mirandela. "Não há alternativa à Linha do Tua. O fim do comboio é terrível para a região." Esta autarquia já aprovou uma deliberação contra o EIA, considerando-o "incompleto e perfeitamente desajustado da realidade", como disse ao PÚBLICO José Silvano. "É um estudo que engana as pessoas. Desde logo porque tem em atenção três cotas possíveis, mas não diz qual é a preferida da EDP", sustenta.Segundo José Silvano, a EDP já manifestou a sua preferência pela cota mais baixa, porque acredita que, feita a análise custo/benefício, é a mais vantajosa. Terá que indemnizar menos pessoas e pagará menos ao Estado. Só por ter ganho a concessão desta barragem, a EDP teve que pagar ao Estado 56 milhões de euros e este valor vai subindo de acordo com a cota, podendo atingir os 125 milhões de euros se o nível pleno de armazenamento for de 195 metros. A esta cota, a futura albufeira terá 39,5 quilómetros de comprimento e uma capacidade de armazenamento de 269,4 milhões de metros cúbicos de água, produzirá anualmente 350 gigawatts e o custo da obra ascenderá aos 320 milhões de euros. Com uma cota de 170 metros, a albufeira terá 31 quilómetros, a capacidade de armazenamento de água será de 156,2 milhões de metros cúbicos de água, a produção anual atingirá os 306 gigawatts e o custo da obra rondará os 282 milhões de euros. Público

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