Governante prefere o Norte

29-02-2008
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Governante prefere o Norte

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O SECRETÁRIO de Estado-adjunto do ministro da Saúde, Adão Silva, tem privilegiado a região Norte - especialmente Trás-os-Montes e Alto Douro, de onde é natural - no encaminhamento das verbas para investimentos, quer nacionais quer de fundos comunitários., declarou Adão Silva ao EXPRESSO.

Segundo as informações disponíveis no «site» do Quadro Comunitário de Apoio III para a Saúde, os projectos já aprovados para a região Norte (305, no total) são mais do dobro dos de Lisboa e Vale do Tejo (149) e ultrapassam em 50% os que o Governo aprovou para o Centro (194).

A tendência para apostar mais no Norte parece, aliás, estar mesmo a crescer, uma vez que as candidaturas a fundos comunitários provenientes do Norte são quase tantas quanto as que foram apresentadas pelo resto do país. E, a serem aprovadas todas estas candidaturas, a distribuição de verbas acentuará ainda mais a discriminação positiva para o Norte, uma vez que, no seu conjunto, vai receber duas vezes mais investimentos do que a segunda região com maior volume de candidaturas.

Adão Silva, o secretário de Estado que tutela e aprova todos os investimentos com dinheiros nacionais e comunitários na área da Saúde, defende que Trás-os-Montes «também merece uma oportunidade». «Ao nível dos cuidados primários de saúde, por exemplo, a região de Bragança (de onde Adão Silva é natural) só tem três centros de saúde com menos de 60 anos. Como se vê, esta é uma região que precisa de grandes investimentos em termos de infra-estruturas», diz.

Mas as preocupações do secretário de Estado não se ficam pelos centros de saúde. Para o ano 2004, está inscrito em PIDDAC um investimento para o Hospital de Bragança de 800 mil euros, que Adão Silva explica como sendo dinheiro para «iniciar o processo de concurso da obra de remodelação do hospital». Se o projecto avançar como prevê, a partir do próximo ano o secretário de Estado já poderá canalizar para este hospital os cerca de 40 milhões de euros que, ao que tudo indica, custará esta obra. «É preciso reprogramar os investimento, de modo a entregar o dinheiro a quem mostra ter maior dinâmica», justifica ainda.

Segundo o EXPRESSO apurou, este projecto foi recebido com «surpresa» pelo ministro da Saúde, quando, há cerca de dois meses, visitou a região. Sobretudo porque, depois de conhecer por dentro o hospital, Luís Filipe Pereira considerou-o «excessivo», tendo em conta as necessidades de investimento que outros hospitais já manifestavam na altura, como era o caso da Maternidade Alfredo da Costa.

Adão Silva rejeita, de qualquer modo, as suas preferências pelo Norte, apesar de conhecer melhor a idade e o estado dos serviços de saúde daquela região do que de qualquer outra do país. E salienta ter «outros carinhos» em que está «muito empenhado»: a construção do Centro Oncológico de Vila Real (também em Trás-os-Montes), o Centro Materno-Infantil do Norte, o Hospital de Seia (na Beira Alta) e o Centro de Saúde de Alcácer do Sal (no Alentejo).

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O SECRETÁRIO de Estado-adjunto do ministro da Saúde, Adão Silva, tem privilegiado a região Norte - especialmente Trás-os-Montes e Alto Douro, de onde é natural - no encaminhamento das verbas para investimentos, quer nacionais quer de fundos comunitários., declarou Adão Silva ao EXPRESSO.

Segundo as informações disponíveis no «site» do Quadro Comunitário de Apoio III para a Saúde, os projectos já aprovados para a região Norte (305, no total) são mais do dobro dos de Lisboa e Vale do Tejo (149) e ultrapassam em 50% os que o Governo aprovou para o Centro (194).

A tendência para apostar mais no Norte parece, aliás, estar mesmo a crescer, uma vez que as candidaturas a fundos comunitários provenientes do Norte são quase tantas quanto as que foram apresentadas pelo resto do país. E, a serem aprovadas todas estas candidaturas, a distribuição de verbas acentuará ainda mais a discriminação positiva para o Norte, uma vez que, no seu conjunto, vai receber duas vezes mais investimentos do que a segunda região com maior volume de candidaturas.

Adão Silva, o secretário de Estado que tutela e aprova todos os investimentos com dinheiros nacionais e comunitários na área da Saúde, defende que Trás-os-Montes «também merece uma oportunidade». «Ao nível dos cuidados primários de saúde, por exemplo, a região de Bragança (de onde Adão Silva é natural) só tem três centros de saúde com menos de 60 anos. Como se vê, esta é uma região que precisa de grandes investimentos em termos de infra-estruturas», diz.

Mas as preocupações do secretário de Estado não se ficam pelos centros de saúde. Para o ano 2004, está inscrito em PIDDAC um investimento para o Hospital de Bragança de 800 mil euros, que Adão Silva explica como sendo dinheiro para «iniciar o processo de concurso da obra de remodelação do hospital». Se o projecto avançar como prevê, a partir do próximo ano o secretário de Estado já poderá canalizar para este hospital os cerca de 40 milhões de euros que, ao que tudo indica, custará esta obra. «É preciso reprogramar os investimento, de modo a entregar o dinheiro a quem mostra ter maior dinâmica», justifica ainda.

Segundo o EXPRESSO apurou, este projecto foi recebido com «surpresa» pelo ministro da Saúde, quando, há cerca de dois meses, visitou a região. Sobretudo porque, depois de conhecer por dentro o hospital, Luís Filipe Pereira considerou-o «excessivo», tendo em conta as necessidades de investimento que outros hospitais já manifestavam na altura, como era o caso da Maternidade Alfredo da Costa.

Adão Silva rejeita, de qualquer modo, as suas preferências pelo Norte, apesar de conhecer melhor a idade e o estado dos serviços de saúde daquela região do que de qualquer outra do país. E salienta ter «outros carinhos» em que está «muito empenhado»: a construção do Centro Oncológico de Vila Real (também em Trás-os-Montes), o Centro Materno-Infantil do Norte, o Hospital de Seia (na Beira Alta) e o Centro de Saúde de Alcácer do Sal (no Alentejo).

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