Judô e Poesia: Acordo Ortográfico aberto à adesão de Timor

07-07-2009
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Acordo Ortográfico aberto à adesão de Timor O Parlamento aprovou ontem, com os votos favoráveis do PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS, o segundo protocolo do Acordo Ortográfico, mas Manuel Alegre (PS) e dois deputados do PP (Nuno Melo e António Carlos Monteiro), e Luísa Mesquita (ex-PCP) votaram contra. Paulo Portas e o deputado João Oliveira anunciaram declarações de voto.Três deputados do PSD, Henrique Freitas, Regina Bastos e Zita Seabra - que invocou «conflito de interesses» por ser editora - além de Matilde Sousa Franco, do PS, abandonaram o hemiciclo antes da votação.O segundo protocolo modificativo ao Acordo Ortográfico abre a possibilidade de adesão da República Democrática de Timor-Leste, que, à data do Acordo (1990), ainda não era um Estado soberano e somente em 2002 aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O acordo contou com a abstenção das bancadas do PCP, PEV e dos deputados Paulo Portas, José Paulo Carvalho e de Abel Baptista (CDS/PP).Segundo o que Manuel Alegre disse ao DN, em função do conteúdo da sua declaração de voto, "o acordo não é necessário e tecnicamente muito discutível." "A língua, incluindo a ortografia, faz parte da nossa pátria, da nossa identidade, tal como a terra, o mar, a história", acrescentou.Para o poeta de Um Barco para Ítaca (1971), "nenhum acordo poderá unificar uma língua cuja riqueza reside na sua diversidade". Relembrando o que Cesariny costumava dizer, ou seja, que a língua portuguesa é, na sua estrutura essencial, a língua de Luís de Camões, o também deputado do PS referiu que ela dir-se-ia também "o idioma de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Luandino Vieira, Pepetela, Mia Couto, Germano de Almeida e de todos aqueles que em português se exprimiram e que, com as suas obras, alargaram e tornaram mais rica a língua comum".Na opinião de Manuel Alegre, "a língua é feita pelos povos, pelos poetas e pelos escritores e não por via burocrática ou diplomática".Esta posição é, aliás, em termos gerais, expressa no manifesto online (ler caixa) contra o acordo que vai em 35 510 assinaturas, estranhando os signatários que "não se tenha ponderado cuidadosamente os pareceres científicos e técnicos, como, por exemplo, de Óscar Lopes" e se avance atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica.Escreve-se no manifesto: " Não há uma única instituição que possa substituir-se a toda esta comunidade, e só ampla discussão pública poderia justificar a aprovação de orientações a sugerir aos povos de língua portuguesa." Na petição são sublinhadas "as imprecisões, os erros e as ambiguidades do texto do acordo".- A.M.G.FONTE: Diário de Notícias - Lisboa - Portugalhttp://dn.sapo.pt/


Acordo Ortográfico aberto à adesão de Timor O Parlamento aprovou ontem, com os votos favoráveis do PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS, o segundo protocolo do Acordo Ortográfico, mas Manuel Alegre (PS) e dois deputados do PP (Nuno Melo e António Carlos Monteiro), e Luísa Mesquita (ex-PCP) votaram contra. Paulo Portas e o deputado João Oliveira anunciaram declarações de voto.Três deputados do PSD, Henrique Freitas, Regina Bastos e Zita Seabra - que invocou «conflito de interesses» por ser editora - além de Matilde Sousa Franco, do PS, abandonaram o hemiciclo antes da votação.O segundo protocolo modificativo ao Acordo Ortográfico abre a possibilidade de adesão da República Democrática de Timor-Leste, que, à data do Acordo (1990), ainda não era um Estado soberano e somente em 2002 aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O acordo contou com a abstenção das bancadas do PCP, PEV e dos deputados Paulo Portas, José Paulo Carvalho e de Abel Baptista (CDS/PP).Segundo o que Manuel Alegre disse ao DN, em função do conteúdo da sua declaração de voto, "o acordo não é necessário e tecnicamente muito discutível." "A língua, incluindo a ortografia, faz parte da nossa pátria, da nossa identidade, tal como a terra, o mar, a história", acrescentou.Para o poeta de Um Barco para Ítaca (1971), "nenhum acordo poderá unificar uma língua cuja riqueza reside na sua diversidade". Relembrando o que Cesariny costumava dizer, ou seja, que a língua portuguesa é, na sua estrutura essencial, a língua de Luís de Camões, o também deputado do PS referiu que ela dir-se-ia também "o idioma de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Luandino Vieira, Pepetela, Mia Couto, Germano de Almeida e de todos aqueles que em português se exprimiram e que, com as suas obras, alargaram e tornaram mais rica a língua comum".Na opinião de Manuel Alegre, "a língua é feita pelos povos, pelos poetas e pelos escritores e não por via burocrática ou diplomática".Esta posição é, aliás, em termos gerais, expressa no manifesto online (ler caixa) contra o acordo que vai em 35 510 assinaturas, estranhando os signatários que "não se tenha ponderado cuidadosamente os pareceres científicos e técnicos, como, por exemplo, de Óscar Lopes" e se avance atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica.Escreve-se no manifesto: " Não há uma única instituição que possa substituir-se a toda esta comunidade, e só ampla discussão pública poderia justificar a aprovação de orientações a sugerir aos povos de língua portuguesa." Na petição são sublinhadas "as imprecisões, os erros e as ambiguidades do texto do acordo".- A.M.G.FONTE: Diário de Notícias - Lisboa - Portugalhttp://dn.sapo.pt/

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