Funcionária aguarda nova lei

15-02-2008
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Juntas médicas

Funcionária aguarda nova lei

Ministro das Finanças admite aceitar recurso para que Ana Brandão se submeta a nova junta

De baixa há três anos, recebe o ordenado por inteiro e conta com ajuda da freguesiaFOTO LUSA

Em público, o mais provável é Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, não voltar a pronunciar-se sobre o caso de Ana Brandão, a funcionária pública da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães fisicamente limitada após uma operação cirúrgica mal sucedida. Em privado, o caso muda de figura.

Esta semana, Teixeira dos Santos arranjou espaço na sua agenda para receber Abel Baptista, deputado do CDS/PP e ex-colega de escola de Ana Maria, empenhado em encontrar uma solução “justa” para uma história que se prolonga no tempo. “É uma questão de equidade. Julgo que foi por isso que o ministro se envolveu politicamente”, diz.

Recorde-se que, a 5 de Novembro, Teixeira dos Santos admitiu que a situação teria de ser “reapreciada”, e acrescentou ter dado indicações à CGA para que a funcionária fosse “submetida a novos exames clínicos”. No dia 20, Ana Maria, 43 anos, submete-se a nova Junta Médica (a terceira) mas recebe a resposta de sempre: “não se encontra absoluta e permanentemente incapaz” para o trabalho.

A decisão, tomada por dois médicos e um funcionário da CGA, como consta na legislação em vigor, não pode ser contestada pelo ministro das Finanças - “poderia abrir um precedente grave”, como frisa o seu assessor - mas com a publicação da nova lei em ‘Diário da República’, ainda este ano, Ana Maria poderá ver aprovado o seu pedido de reforma antecipada por invalidez permanente.

Com a entrada em vigor das novas regras, o requerente terá direito a indicar um médico para integrar a equipa que procederá à análise do recurso. “O que vai beneficiar a defesa do seu caso clínico”, admite Abel Baptista. Mas para voltar a submeter-se a nova junta médica, antes do prazo, a funcionária terá de submeter um recurso gracioso ao ministro das Finanças.

O procedimento foi tema de conversa entre Abel Baptista e Teixeira dos Santos, e apesar de o ministro se ter mostrado “sensível ao tema, não revelou que decisão tomará após apreciar o recurso”.

Ana Maria já está a par da situação mas não se revelou entusiasmada com a possibilidade de enfrentar nova junta médica. “Na última, o que mais me chocou foi terem-se interessado mais pela minha vida particular do que pela minha doença”. Por agora, a decisão de accionar judicialmente a CGA está suspensa.

Juntas médicas

Funcionária aguarda nova lei

Ministro das Finanças admite aceitar recurso para que Ana Brandão se submeta a nova junta

De baixa há três anos, recebe o ordenado por inteiro e conta com ajuda da freguesiaFOTO LUSA

Em público, o mais provável é Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, não voltar a pronunciar-se sobre o caso de Ana Brandão, a funcionária pública da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães fisicamente limitada após uma operação cirúrgica mal sucedida. Em privado, o caso muda de figura.

Esta semana, Teixeira dos Santos arranjou espaço na sua agenda para receber Abel Baptista, deputado do CDS/PP e ex-colega de escola de Ana Maria, empenhado em encontrar uma solução “justa” para uma história que se prolonga no tempo. “É uma questão de equidade. Julgo que foi por isso que o ministro se envolveu politicamente”, diz.

Recorde-se que, a 5 de Novembro, Teixeira dos Santos admitiu que a situação teria de ser “reapreciada”, e acrescentou ter dado indicações à CGA para que a funcionária fosse “submetida a novos exames clínicos”. No dia 20, Ana Maria, 43 anos, submete-se a nova Junta Médica (a terceira) mas recebe a resposta de sempre: “não se encontra absoluta e permanentemente incapaz” para o trabalho.

A decisão, tomada por dois médicos e um funcionário da CGA, como consta na legislação em vigor, não pode ser contestada pelo ministro das Finanças - “poderia abrir um precedente grave”, como frisa o seu assessor - mas com a publicação da nova lei em ‘Diário da República’, ainda este ano, Ana Maria poderá ver aprovado o seu pedido de reforma antecipada por invalidez permanente.

Com a entrada em vigor das novas regras, o requerente terá direito a indicar um médico para integrar a equipa que procederá à análise do recurso. “O que vai beneficiar a defesa do seu caso clínico”, admite Abel Baptista. Mas para voltar a submeter-se a nova junta médica, antes do prazo, a funcionária terá de submeter um recurso gracioso ao ministro das Finanças.

O procedimento foi tema de conversa entre Abel Baptista e Teixeira dos Santos, e apesar de o ministro se ter mostrado “sensível ao tema, não revelou que decisão tomará após apreciar o recurso”.

Ana Maria já está a par da situação mas não se revelou entusiasmada com a possibilidade de enfrentar nova junta médica. “Na última, o que mais me chocou foi terem-se interessado mais pela minha vida particular do que pela minha doença”. Por agora, a decisão de accionar judicialmente a CGA está suspensa.

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