CANHOTICES: O VIADUTO

27-06-2009
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José Marques, retoma a conversa do viaduto.Símbolo do triunfo rodriguista e do PS, José Marques no "SUBVERSIVO" retoma o tema. Provavelmente por saudades de uma boa polémica que não é possível por via das mansas águas políticas torrejanas. Mansas ou amansadas. Mas essa é outra conversa. Vamos ao Viaduto, pois, se para tal a minha humilde opinião merecer a atenção sempre sapiente de José Marques.(Uma moeda tem sempre a outra face. Mas se repararem bem, tem ainda outra. Uma moeda tem três faces! Portanto entre o Branco e o Preto há tantas matizes...) Também o Viaduto tem vários ângulos de análise: O Rodoviário, o Planeamento Urbanístico, o Plano Cultural e o Plano Político. Parecendo todos eles independentes, todos eles se interligam e cruzam na questão do viaduto.José Marques dá de barato que:1 - "a cidade ficou mais funcional"2 - "Hoje, poucos são os que ainda afirmam ter sido um erro a sua construção. O tempo (cronológico) desmentiu os profetas da desgraça(...)"José Marques tem direito à opinião. Não tem direito ao neo-estalinismo de tomar a sua opinião como a única verdade absoluta.Mas aceitemos que são poucos que afirmam ter sido um erro...Aceitemos isso como exercício de reflexão: O facto de serem poucos, desmentirá o facto de eventualmente o viaduto ter sido o maior erro de urbanismo cometido nos últimos anos em Torres Novas? A qualidade da intervenção urbanística mede-se pelo número imediato dos que gostam ou pelo impacto futuro da obra numa cidade?O Tempo desmentiu os profetas da desgraça, diz-nos José Marques...O tempo? Três curtos anos são o quê na vida de uma cidade? Um sopro?Assentemos no viaduto. Não mudarei nunca a opinião de José Marques. Nem ele a minha. Mas há factos. O viaduto lá está, por lá passo todos os dias o que não me impede de por mais uma vez explicar a minha visão da asneira. Para que conste, para a história.1. Plano RodoviárioSalgado Simões, no seu Largo da Botica, explica graficamente a ideia que tenho para Torres Novas. a Circular Exterior era possível e resolvia o problema do Viaduto. Com a Circular exterior evitava-se a construção do viaduto. José Marques considera que as duas obras não são incompatíveis e são complementares. Mas a realidade é que a construção do Viaduto comprometeu provavelmente a construção da Circular Externa pelo menos por mais uns 20 anos. Sendo que a Circular seria sempre a solução para o trânsito e mobilidade mais adequadada no futuro. Embora mais complexa. A solução politicamente mais fácil foi a que foi tomada. Mas foi a solução que compromete o futuro. O viaduto enche o olho e dá votos. A Circular passou a um sonho.2.Plano Urbanísticoa)A Cidade "ganhou" um corte. O futuro das ligações rodoviárias nas cidades faz-se por circulares urbanas, não por eixos que atravessam o centro.b) António Rodrigues e o PS prometeram que o Viaduto traria uma requalificação urbana associada: veja-se os extremos do viaduto.Na Zona Alta o Estaleiro que se tornou o Largo Humberto Delgado deveria envergonhar qualquer autarca socialista! A megalomania do projecto inicial deu lugar a uma "coisa" que me abstenho de qualificar! Só se é esta a forma que a CMTN e seus apaniguados arranjaram de homenagear o General Sem Medo!c)No outro extremo, na Avenida João Martins Azevedo é outra bagunçada. A Casa do Guarda que seria uma memória da Casa Nery foi mais uma das ilusões que passou. O monumento ao Operário foi arrumado a um canto. A máquina da Casa Nery parece um lança misseis na rotunda. O Espaço que vai do viaduto ao Rio e, que foi prometido ser arranjado como um espaço de fruição ( mesmo pequeno) é hoje um talude de terra abadonada. Do Viaduto para a antiga Fábrica, são ruínas no centro da Cidade. Vergonhosas. À espera da gula da especulação imobiliária. E aí , quando se construir os prédios prometidos, quero ver se a Pressão Urbana não se vai reflectir na fruição da Avenida. E por culpa de quem? do Viaduto. E de quem descaradamente mentiu aos torrejanos.3. Plano CulturalA antiga Casa Nery, demolida por via do viaduto poderia ter tido outro futuro. Arquelogia Industrial diz alguma coisa? O prolongamento do jardim da avenida, criando um parque de lazer junto ao rio era óbvio. (...e mais uma vez digo, a alternativa rodoviária existia)4. Plano PolíticoParece hoje evidente que o viaduto serviu para o que serviu : Caçar Votos.Era um sonho antigo unanimemente aprovado por todos os partidos?Foi-o em tempos seguramente. Mas perante uma análise mais cuidada das alternativas, perante a evolução do pensamento humano sobre o património e a sua definição, houve posições evolutivas. Ao contrário de outros, que nunca quiseram olhar para o futuro. Foi face a isto que,entretanto um grupo largo de torrejanos abrangendo todo o espectro político pediu um debate público. Sempre recusado. Sempre negado.Aguentemo-nos hoje com este logro.


José Marques, retoma a conversa do viaduto.Símbolo do triunfo rodriguista e do PS, José Marques no "SUBVERSIVO" retoma o tema. Provavelmente por saudades de uma boa polémica que não é possível por via das mansas águas políticas torrejanas. Mansas ou amansadas. Mas essa é outra conversa. Vamos ao Viaduto, pois, se para tal a minha humilde opinião merecer a atenção sempre sapiente de José Marques.(Uma moeda tem sempre a outra face. Mas se repararem bem, tem ainda outra. Uma moeda tem três faces! Portanto entre o Branco e o Preto há tantas matizes...) Também o Viaduto tem vários ângulos de análise: O Rodoviário, o Planeamento Urbanístico, o Plano Cultural e o Plano Político. Parecendo todos eles independentes, todos eles se interligam e cruzam na questão do viaduto.José Marques dá de barato que:1 - "a cidade ficou mais funcional"2 - "Hoje, poucos são os que ainda afirmam ter sido um erro a sua construção. O tempo (cronológico) desmentiu os profetas da desgraça(...)"José Marques tem direito à opinião. Não tem direito ao neo-estalinismo de tomar a sua opinião como a única verdade absoluta.Mas aceitemos que são poucos que afirmam ter sido um erro...Aceitemos isso como exercício de reflexão: O facto de serem poucos, desmentirá o facto de eventualmente o viaduto ter sido o maior erro de urbanismo cometido nos últimos anos em Torres Novas? A qualidade da intervenção urbanística mede-se pelo número imediato dos que gostam ou pelo impacto futuro da obra numa cidade?O Tempo desmentiu os profetas da desgraça, diz-nos José Marques...O tempo? Três curtos anos são o quê na vida de uma cidade? Um sopro?Assentemos no viaduto. Não mudarei nunca a opinião de José Marques. Nem ele a minha. Mas há factos. O viaduto lá está, por lá passo todos os dias o que não me impede de por mais uma vez explicar a minha visão da asneira. Para que conste, para a história.1. Plano RodoviárioSalgado Simões, no seu Largo da Botica, explica graficamente a ideia que tenho para Torres Novas. a Circular Exterior era possível e resolvia o problema do Viaduto. Com a Circular exterior evitava-se a construção do viaduto. José Marques considera que as duas obras não são incompatíveis e são complementares. Mas a realidade é que a construção do Viaduto comprometeu provavelmente a construção da Circular Externa pelo menos por mais uns 20 anos. Sendo que a Circular seria sempre a solução para o trânsito e mobilidade mais adequadada no futuro. Embora mais complexa. A solução politicamente mais fácil foi a que foi tomada. Mas foi a solução que compromete o futuro. O viaduto enche o olho e dá votos. A Circular passou a um sonho.2.Plano Urbanísticoa)A Cidade "ganhou" um corte. O futuro das ligações rodoviárias nas cidades faz-se por circulares urbanas, não por eixos que atravessam o centro.b) António Rodrigues e o PS prometeram que o Viaduto traria uma requalificação urbana associada: veja-se os extremos do viaduto.Na Zona Alta o Estaleiro que se tornou o Largo Humberto Delgado deveria envergonhar qualquer autarca socialista! A megalomania do projecto inicial deu lugar a uma "coisa" que me abstenho de qualificar! Só se é esta a forma que a CMTN e seus apaniguados arranjaram de homenagear o General Sem Medo!c)No outro extremo, na Avenida João Martins Azevedo é outra bagunçada. A Casa do Guarda que seria uma memória da Casa Nery foi mais uma das ilusões que passou. O monumento ao Operário foi arrumado a um canto. A máquina da Casa Nery parece um lança misseis na rotunda. O Espaço que vai do viaduto ao Rio e, que foi prometido ser arranjado como um espaço de fruição ( mesmo pequeno) é hoje um talude de terra abadonada. Do Viaduto para a antiga Fábrica, são ruínas no centro da Cidade. Vergonhosas. À espera da gula da especulação imobiliária. E aí , quando se construir os prédios prometidos, quero ver se a Pressão Urbana não se vai reflectir na fruição da Avenida. E por culpa de quem? do Viaduto. E de quem descaradamente mentiu aos torrejanos.3. Plano CulturalA antiga Casa Nery, demolida por via do viaduto poderia ter tido outro futuro. Arquelogia Industrial diz alguma coisa? O prolongamento do jardim da avenida, criando um parque de lazer junto ao rio era óbvio. (...e mais uma vez digo, a alternativa rodoviária existia)4. Plano PolíticoParece hoje evidente que o viaduto serviu para o que serviu : Caçar Votos.Era um sonho antigo unanimemente aprovado por todos os partidos?Foi-o em tempos seguramente. Mas perante uma análise mais cuidada das alternativas, perante a evolução do pensamento humano sobre o património e a sua definição, houve posições evolutivas. Ao contrário de outros, que nunca quiseram olhar para o futuro. Foi face a isto que,entretanto um grupo largo de torrejanos abrangendo todo o espectro político pediu um debate público. Sempre recusado. Sempre negado.Aguentemo-nos hoje com este logro.

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