Esquerda Republicana: Capitalismo e capitalismo selvagem

27-06-2009
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Eu não tenho (quase) nada contra o capitalismo. Aliás acredito na livre iniciativa e na social democracia como o modelo mais civilizado que se conseguiu implementar nos últimos 5000 anos. E acredito na liberdade individual e no papel do estado como defensor das minorias, promotor da educação e da cultura, da liberdade de expressão, da criatividade, do pensamento crítico e da concorrência.Acho o capitalismo selvagem que a direita defende e tem implementado continuamente desde meados dos anos 70 um sistema social injusto e disfuncional, em que o poder transitou dos políticos eleitos para as empresas. A chamada "desregulamentação" é um eufemismo para o papel activo do estado na criação de uma cleptocracia desenfreada em que as empresas estão protegidas por lei e os cidadãos não.Não acho que o capitalismo destrua a família, nem a liberdade individual, nem o ambiente, se for regulamentado e se o poder político existir e servir para controlar o poder das empresas.Sobre o papel disfuncional do capitalismo selvagem no mundo, acho que a invasão do Iraque e as consequências gravíssimas da guerra religiosa que estamos a viver, entre o Ocidente e o Islão, são um exemplo eloquente. Começada por um grupo organizado de fundamentalistas cristãos, apoiado por um grupo de milionários que elegeu um presidente fundamentalista (que declara publicamente que fala com Deus todas as tardes e teve de ser proibido de dizer a palavra “cruzada” em público), esta guerra nunca teria sido viabilizada por um parlamento que não fosse controlado por quem paga as eleições.Come escreveu recentemente Richard Dawkins, o nível de educação dos membros do Congresso e do Senado americanos torna estatisticamente impossível que dois terços dos seus membros não sejam ateus e agnósticos.E contudo, um grupo conhecido de milionários fundamentalistas cristãos controla os media, a Casa Branca, o Senado e o Congresso, e articulado com um grupo de milionários que planeava controlar os recursos petrolíferos da região e um grupo de milionários que vive de vender armas e depende das guerras para se manter, conseguiu começar uma guerra ignóbil contra um terço da população do mundo (os muçulmanos).Come escreveu Louis Lapham recentemente, a invasão do Iraque pode ser um fracasso ou um sucesso, dependendo do ponto de vista. Para os humanistas é indubitavelmente um fracasso: dividiram-se dois mundos, morreram 650.000 civis, mais de 2000 militares, estão feridas e mutiladas, física e mentalmente, milhões de pessoas. Mas para quem tem acções da Haliburton ou de qualquer companhia petrolífera esta guerra é indubitavelmente um sucesso.


Eu não tenho (quase) nada contra o capitalismo. Aliás acredito na livre iniciativa e na social democracia como o modelo mais civilizado que se conseguiu implementar nos últimos 5000 anos. E acredito na liberdade individual e no papel do estado como defensor das minorias, promotor da educação e da cultura, da liberdade de expressão, da criatividade, do pensamento crítico e da concorrência.Acho o capitalismo selvagem que a direita defende e tem implementado continuamente desde meados dos anos 70 um sistema social injusto e disfuncional, em que o poder transitou dos políticos eleitos para as empresas. A chamada "desregulamentação" é um eufemismo para o papel activo do estado na criação de uma cleptocracia desenfreada em que as empresas estão protegidas por lei e os cidadãos não.Não acho que o capitalismo destrua a família, nem a liberdade individual, nem o ambiente, se for regulamentado e se o poder político existir e servir para controlar o poder das empresas.Sobre o papel disfuncional do capitalismo selvagem no mundo, acho que a invasão do Iraque e as consequências gravíssimas da guerra religiosa que estamos a viver, entre o Ocidente e o Islão, são um exemplo eloquente. Começada por um grupo organizado de fundamentalistas cristãos, apoiado por um grupo de milionários que elegeu um presidente fundamentalista (que declara publicamente que fala com Deus todas as tardes e teve de ser proibido de dizer a palavra “cruzada” em público), esta guerra nunca teria sido viabilizada por um parlamento que não fosse controlado por quem paga as eleições.Come escreveu recentemente Richard Dawkins, o nível de educação dos membros do Congresso e do Senado americanos torna estatisticamente impossível que dois terços dos seus membros não sejam ateus e agnósticos.E contudo, um grupo conhecido de milionários fundamentalistas cristãos controla os media, a Casa Branca, o Senado e o Congresso, e articulado com um grupo de milionários que planeava controlar os recursos petrolíferos da região e um grupo de milionários que vive de vender armas e depende das guerras para se manter, conseguiu começar uma guerra ignóbil contra um terço da população do mundo (os muçulmanos).Come escreveu Louis Lapham recentemente, a invasão do Iraque pode ser um fracasso ou um sucesso, dependendo do ponto de vista. Para os humanistas é indubitavelmente um fracasso: dividiram-se dois mundos, morreram 650.000 civis, mais de 2000 militares, estão feridas e mutiladas, física e mentalmente, milhões de pessoas. Mas para quem tem acções da Haliburton ou de qualquer companhia petrolífera esta guerra é indubitavelmente um sucesso.

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