A Arte da Fuga: Notas agregadas

04-06-2005
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Euronews— Caro José Pedro (Lóbi do Chá):Sou obrigado a repetir a questão que coloquei no meu post: existirá "identidade europeia" quando não existe identificação dos europeus com um universo mediático "comum"?O resto é embirração. Quem se habitua à imprensa escrita e online ganha horror às xaropadas da TVI e ao gostinho a água destilada da Euronews. Sobre os primeiros, com os seus esgares histéricos e ditos sarcásticos, ficou tudo dito, brilhantemente.Quanto ao Euronews, aponto a superficialidade, a musiquinha de elevador e visual "bébé"; a publicidade institucional misturada com "Sounds of the Sixties"; os índices económicos intermináveis (ainda não aprenderam a condensá-los como já fazem com o boletim metereológico?); a revista de imprensa europeia com cinco(!) títulos e destaque aos tablóides ingleses; essa invenção horrorosa a que chamam "no comment" cheia de imagens e sons não editados, que tanto agrega desgraças humanitárias como os fait-divers mais fúteis (Elvis Elvii a cantar "Viva Las Vegas" algures); a cedência às entrevistas de rua ("Então o que acha do Papa?") e relato do quotidiano; a falta de reportagens, de jornalismo de investigação, de contextualização, de infogramas, de estatísticas. Muito conteúdo noticioso, pouco conteúdo informativo.Já antes referi que não damos valor à qualidade e pluralidade dos nosso meios de comunicação social, quanto a mim acima da média europeia. É um pouco nessa linha que reclamo da suspensão do serviço noticioso matutino pela RTP, face à greve dos seus trabalhadores. O Euronews, em absoluto, nem é tão mau; mas em comparação, não passa de um news-feed, desconexo, automático, mecânico, impessoal...

Euronews— Caro José Pedro (Lóbi do Chá):Sou obrigado a repetir a questão que coloquei no meu post: existirá "identidade europeia" quando não existe identificação dos europeus com um universo mediático "comum"?O resto é embirração. Quem se habitua à imprensa escrita e online ganha horror às xaropadas da TVI e ao gostinho a água destilada da Euronews. Sobre os primeiros, com os seus esgares histéricos e ditos sarcásticos, ficou tudo dito, brilhantemente.Quanto ao Euronews, aponto a superficialidade, a musiquinha de elevador e visual "bébé"; a publicidade institucional misturada com "Sounds of the Sixties"; os índices económicos intermináveis (ainda não aprenderam a condensá-los como já fazem com o boletim metereológico?); a revista de imprensa europeia com cinco(!) títulos e destaque aos tablóides ingleses; essa invenção horrorosa a que chamam "no comment" cheia de imagens e sons não editados, que tanto agrega desgraças humanitárias como os fait-divers mais fúteis (Elvis Elvii a cantar "Viva Las Vegas" algures); a cedência às entrevistas de rua ("Então o que acha do Papa?") e relato do quotidiano; a falta de reportagens, de jornalismo de investigação, de contextualização, de infogramas, de estatísticas. Muito conteúdo noticioso, pouco conteúdo informativo.Já antes referi que não damos valor à qualidade e pluralidade dos nosso meios de comunicação social, quanto a mim acima da média europeia. É um pouco nessa linha que reclamo da suspensão do serviço noticioso matutino pela RTP, face à greve dos seus trabalhadores. O Euronews, em absoluto, nem é tão mau; mas em comparação, não passa de um news-feed, desconexo, automático, mecânico, impessoal...

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