Cabalas: Alguns comentários

20-07-2005
marcar artigo

Em vez de andar a comentar nos comentários, faço mas é este artigo em que resumo alguns dos comentários aos meus artigos anteriores e aproveito para fazer algumas considerações.No artigo A politica económica, o deficit e a destruição da Nação..., biranta escreve que:“Há uma coisa, na lógica básica do post, que eu não percebo: então a Espanha não pertence, também, à UE?”Sim, Portugal, tal como Espanha (e como o Reino Unido) pertencem à UE. Mas a UE não é equilibrada, todos somos iguais mas uns são mais iguais do que outros.A Espanha é uma economia muito fechada, defende-se muito bem, mesmo transgredindo as regras da UE. Nós não temos essa hipótese. À primeira transgressão os senhores da Comissão desatam logo a ganir...Temos principalmente muita dificuldade em nos defendermos das investidas espanholas.O "micróbio, refere que o deficit português não é de 6,83%. Este valor é o valor previsto para este ano. Tem toda a razão.E, o espantoso, é que a Comissão abriu um processo por defict excessivo a Portugal, por um deficit que ainda não se verificou nem se sabe se se vai realizar!Isto mostra bem a forma de proceder da Comissão. A Alemanha e a França ultrapassam os três por cento. Não acontece nada. Portugal declara que se calhar vai ultrapassar os 3%, leva logo com um processo!No artigo "Mais mentiras...", a "Anastasia refere que:“É mais do que óbvio que aparecem muitas desculpas para o "Não", mas como o motor que faz mover o nosso mundo se chama riqueza, há que procurar as verdadeiras causas em tudo o que possa fazer perigar a sua maior acumulação.À imagem de outros animais, ditos irracionais, os grandes problemas da humanidade surgem quando as reservas começam a escassear!”Há muita razão neste comentário. Não concordo lá muito é com o fim. É óbvio que nos estamos a aproximar da época em que certas reserves começaram a escassear. Mas, na minha opinião o problema principal não é esse.Dantes, quando existia a União Soviética, o capitalismo tinha de ser simpatico. Prejudicar as pessoas, fazer diminuir os seus rendimentos, era uma vantagem ideological dada ao inimigo (a URSS).Agora este problema acabou. Pode-se explorar à vontade…No artigo ">"Um futuro negro..." , a ">Anastasia refere que:“As negociações para a entrada de Portugal na CEE devem ter favorecido os interesses de alguns portugueses, mas não dos portugueses!A crise ainda é uma criança...”Concordo absolutamente com este comentário.Evidentemente houve muita gente que lucrou com a adesão de Portugal à então CEE, portugueses e estrangeiros. Só que isso foi só para alguns, a grande maioria da Nação está em muito má situação.Quanto à frase final, a de que a crise ainda é uma criança, acho que sim, o pior ainda está para vir.O microbio acha que nos temos de virar para Oeste. Eu, concordo, devemo-nos virar para todo o lado excepto para a Europa. Da Europa nem bom vento nem bom casamento.O Ricardo admite uma crise na UE e que Portugal tem imensas dificuldades em estar integrado numa união comercial, monetária e cambial (para não falar do resto).É claro que a UE está em crise. Quanto às dificuldades que Portugal teria, discordo. O problema não é esse. O problema é que a UE foi feita para a França e para a Alemanha e os outros países têm maiores ou menores dificuldades em se integrar.Portugal, no Far West da Europa, ainda por cima encostado a Espanha (Portugal é o único país da Europa que não é ilha e só tem fronteira com outro único país), encontra-se nos antipodas do que teria de ser para se integrar correctamente numa estrutura que lhe é totalmente estranha.Depois ataca com a estafada frase os problemas actuais da nossa economia são, em grande medida, culpa nossa!.Volto a discordar. A afirmação não tem razão de ser. O problema é muito simples, a estratégia de desenvolvimento que consistiu em apostar tudo na CEE/CE/UE mostrou ser errada.De quem é a culpa? De quem nos meteu no vespeiro, como é óbvio, isto é, Mário Soares, Cavaco Silva, Vitor Constâncio e outros.Quase no fim Ricardo escreve:”Não é saíndo da UE que vamos resolver um único problema estrutural da nossa economia e que muito menos vamos ter mais capacidade para mudar o que tem que ser alterado, porque os instrumentos estão todos à nossa disposição com a vantagem de sofrermos menos com os elementos que distorcem o crescimento (inflação, juros, instabilidade cambial).”E aqui a minha discordância é total.O problema não é sair ou não sair da UE.O problema é começar por compreendermos que a UE é parte do problema e não parte a solução.Só depois de compreendermos isto é que podemos começar a resolver o problema.Como? Não sei. Continuar na UE mas renegociar o Tratado de Adesão? Ficar na EEA (European Economic Agreement) como a Noruega? Ficar na EFTA (European Free Trade Association) como a Suiça?Há muitas hipóteses, estas e outras. Mas só podemos pensar seriamente nelas quando a União Europeia deixar de ser um tabu e quando se reconhecer publicamente que a adesão foi um falhanço.

Em vez de andar a comentar nos comentários, faço mas é este artigo em que resumo alguns dos comentários aos meus artigos anteriores e aproveito para fazer algumas considerações.No artigo A politica económica, o deficit e a destruição da Nação..., biranta escreve que:“Há uma coisa, na lógica básica do post, que eu não percebo: então a Espanha não pertence, também, à UE?”Sim, Portugal, tal como Espanha (e como o Reino Unido) pertencem à UE. Mas a UE não é equilibrada, todos somos iguais mas uns são mais iguais do que outros.A Espanha é uma economia muito fechada, defende-se muito bem, mesmo transgredindo as regras da UE. Nós não temos essa hipótese. À primeira transgressão os senhores da Comissão desatam logo a ganir...Temos principalmente muita dificuldade em nos defendermos das investidas espanholas.O "micróbio, refere que o deficit português não é de 6,83%. Este valor é o valor previsto para este ano. Tem toda a razão.E, o espantoso, é que a Comissão abriu um processo por defict excessivo a Portugal, por um deficit que ainda não se verificou nem se sabe se se vai realizar!Isto mostra bem a forma de proceder da Comissão. A Alemanha e a França ultrapassam os três por cento. Não acontece nada. Portugal declara que se calhar vai ultrapassar os 3%, leva logo com um processo!No artigo "Mais mentiras...", a "Anastasia refere que:“É mais do que óbvio que aparecem muitas desculpas para o "Não", mas como o motor que faz mover o nosso mundo se chama riqueza, há que procurar as verdadeiras causas em tudo o que possa fazer perigar a sua maior acumulação.À imagem de outros animais, ditos irracionais, os grandes problemas da humanidade surgem quando as reservas começam a escassear!”Há muita razão neste comentário. Não concordo lá muito é com o fim. É óbvio que nos estamos a aproximar da época em que certas reserves começaram a escassear. Mas, na minha opinião o problema principal não é esse.Dantes, quando existia a União Soviética, o capitalismo tinha de ser simpatico. Prejudicar as pessoas, fazer diminuir os seus rendimentos, era uma vantagem ideological dada ao inimigo (a URSS).Agora este problema acabou. Pode-se explorar à vontade…No artigo ">"Um futuro negro..." , a ">Anastasia refere que:“As negociações para a entrada de Portugal na CEE devem ter favorecido os interesses de alguns portugueses, mas não dos portugueses!A crise ainda é uma criança...”Concordo absolutamente com este comentário.Evidentemente houve muita gente que lucrou com a adesão de Portugal à então CEE, portugueses e estrangeiros. Só que isso foi só para alguns, a grande maioria da Nação está em muito má situação.Quanto à frase final, a de que a crise ainda é uma criança, acho que sim, o pior ainda está para vir.O microbio acha que nos temos de virar para Oeste. Eu, concordo, devemo-nos virar para todo o lado excepto para a Europa. Da Europa nem bom vento nem bom casamento.O Ricardo admite uma crise na UE e que Portugal tem imensas dificuldades em estar integrado numa união comercial, monetária e cambial (para não falar do resto).É claro que a UE está em crise. Quanto às dificuldades que Portugal teria, discordo. O problema não é esse. O problema é que a UE foi feita para a França e para a Alemanha e os outros países têm maiores ou menores dificuldades em se integrar.Portugal, no Far West da Europa, ainda por cima encostado a Espanha (Portugal é o único país da Europa que não é ilha e só tem fronteira com outro único país), encontra-se nos antipodas do que teria de ser para se integrar correctamente numa estrutura que lhe é totalmente estranha.Depois ataca com a estafada frase os problemas actuais da nossa economia são, em grande medida, culpa nossa!.Volto a discordar. A afirmação não tem razão de ser. O problema é muito simples, a estratégia de desenvolvimento que consistiu em apostar tudo na CEE/CE/UE mostrou ser errada.De quem é a culpa? De quem nos meteu no vespeiro, como é óbvio, isto é, Mário Soares, Cavaco Silva, Vitor Constâncio e outros.Quase no fim Ricardo escreve:”Não é saíndo da UE que vamos resolver um único problema estrutural da nossa economia e que muito menos vamos ter mais capacidade para mudar o que tem que ser alterado, porque os instrumentos estão todos à nossa disposição com a vantagem de sofrermos menos com os elementos que distorcem o crescimento (inflação, juros, instabilidade cambial).”E aqui a minha discordância é total.O problema não é sair ou não sair da UE.O problema é começar por compreendermos que a UE é parte do problema e não parte a solução.Só depois de compreendermos isto é que podemos começar a resolver o problema.Como? Não sei. Continuar na UE mas renegociar o Tratado de Adesão? Ficar na EEA (European Economic Agreement) como a Noruega? Ficar na EFTA (European Free Trade Association) como a Suiça?Há muitas hipóteses, estas e outras. Mas só podemos pensar seriamente nelas quando a União Europeia deixar de ser um tabu e quando se reconhecer publicamente que a adesão foi um falhanço.

marcar artigo