O Porta-Bandeira: Bloco 1, PCP 0

17-06-2005
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Ontem foi transmitido pela Sic Notícias um debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Apanhei a coisa a meio, mas ainda a tempo de tirar algumas conclusões. A principal é a de que o Chico Anacleto deu uma valente tareia ao líder dos comunistas.Através do frente-a-frente, deu para perceber que ali, naquela mesa, se confrontavam o velho e o novo comunismo. De um lado, Jerónimo de Sousa, operário com poucas habilitações, muito estático, com um discurso confuso e na maior parte das vezes inconclusivo. Do outro, Francisco Louçã, fresco, à vontade com as câmaras, com uma argumentação fácil e acutilante. De um lado, um partido histórico, agora envelhecido e estagnado. Do outro, um partido jovem, de minorias, projectado para o futuro.Embora os dois partidos estejam separados por um mar de diferenças (a começar pelo eleitorado), raras vezes entraram em conflito, durante o debate. Os moderadores bem tentavam encontrar pontos de desacordo, para aquecer a discussão, mas Louçã limitava-se a fugir habilmente, com um sorriso nos lábios, quase transparecendo pena pelo velho operário.No plano das propostas, enquanto que de Jerónimo não consegui apanhar mais do que a habitual cassete, do Bloco surgiram muitas ideias. É verdade que não concordo com a maioria das delas, mas sou obrigado a admitir que este é o único partido com assento parlamentar que põe, realmente, o dedo na ferida (e talvez seja essa uma das causas que lhe dá tantos votos). Lembro-me, por exemplo, do tema da Saúde, em que Louçã não hesitou em culpar a Ordem dos Médicos, devido ao numerus clausus que impõe na formação de novos médicos. Pode não ser muito significativo, mas nunca tinha visto isto vindo da boca de um político (que habitualmente pactua com estes lobbies).Resta dizer que as próximas semanas estarão recheadas de debates entre os líderes dos partidos com assento parlamentar. Nesta série organizada pela Sic Notícias, apenas Sócrates recusou participar (como já tem as eleições ganhas, excusa de expor a sua falta de ideias).Para amanhã à noite fica o confronto entre Paulo Portas e Francisco Louçã.

Ontem foi transmitido pela Sic Notícias um debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Apanhei a coisa a meio, mas ainda a tempo de tirar algumas conclusões. A principal é a de que o Chico Anacleto deu uma valente tareia ao líder dos comunistas.Através do frente-a-frente, deu para perceber que ali, naquela mesa, se confrontavam o velho e o novo comunismo. De um lado, Jerónimo de Sousa, operário com poucas habilitações, muito estático, com um discurso confuso e na maior parte das vezes inconclusivo. Do outro, Francisco Louçã, fresco, à vontade com as câmaras, com uma argumentação fácil e acutilante. De um lado, um partido histórico, agora envelhecido e estagnado. Do outro, um partido jovem, de minorias, projectado para o futuro.Embora os dois partidos estejam separados por um mar de diferenças (a começar pelo eleitorado), raras vezes entraram em conflito, durante o debate. Os moderadores bem tentavam encontrar pontos de desacordo, para aquecer a discussão, mas Louçã limitava-se a fugir habilmente, com um sorriso nos lábios, quase transparecendo pena pelo velho operário.No plano das propostas, enquanto que de Jerónimo não consegui apanhar mais do que a habitual cassete, do Bloco surgiram muitas ideias. É verdade que não concordo com a maioria das delas, mas sou obrigado a admitir que este é o único partido com assento parlamentar que põe, realmente, o dedo na ferida (e talvez seja essa uma das causas que lhe dá tantos votos). Lembro-me, por exemplo, do tema da Saúde, em que Louçã não hesitou em culpar a Ordem dos Médicos, devido ao numerus clausus que impõe na formação de novos médicos. Pode não ser muito significativo, mas nunca tinha visto isto vindo da boca de um político (que habitualmente pactua com estes lobbies).Resta dizer que as próximas semanas estarão recheadas de debates entre os líderes dos partidos com assento parlamentar. Nesta série organizada pela Sic Notícias, apenas Sócrates recusou participar (como já tem as eleições ganhas, excusa de expor a sua falta de ideias).Para amanhã à noite fica o confronto entre Paulo Portas e Francisco Louçã.

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