Política: Bloco de Esquerda indisponível para coligação com o PS

26-10-2008
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Nacional

Política: Bloco de Esquerda indisponível para coligação com o PS - Louçã

Lisboa, 02 Mar (Lusa) - O Bloco de Esquerda está indisponível para repetir a coligação com os socialistas nas autárquicas em Lisboa, disse o líder do partido, Francisco Louçã, numa entrevista publicada hoje pelo Diário de Notícias.

"A pergunta é concreta e a resposta é concreta: não! Não será. Nós não faremos coligação com o PS nas autárquicas em 2009", disse o fundador do Bloco de Esquerda (BE), entrevistado pelo Diário de Notícias e rádio TSF.

"Por uma razão muito evidente, é porque os nossos projectos políticos, nas legislativas, nas autárquicas e, enfim, na condução da política do país, estão em confronto", acrescentou.

O líder bloquista explicou que em 2007 o vereador do BE em Lisboa, Ricardo Sá Fernandes, fez um acordo com os socialistas sobre seis pontos concretos, incluindo sobre o já aprovado Plano Verde, porque houve "uma condição única e irrepetível, que era a da desagregação da política da câmara, em que era preciso salvar a câmara municipal com medidas de emergência imediatas".

"Uma câmara municipal não trata da política do emprego, da política da qualificação, das reformas, das grandes opções governamentais e nessas é onde se consolida toda a nossa divergência com o PS", afirmou.

"Houve vozes no PS, como a do Manuel Alegre, que criticou o curso que seguia a destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Isso significa que só enfrentando directa e corajosamente essas políticas é que elas podem ser derrotadas. Darmos-lhes a mão é coligarmo-nos com elas", acrescentou.

Na mesma entrevista, Francisco Louça considera que hoje vivemos numa sociedade mais injusta e desigual do que há dez anos e defende a necessidade de "ter uma nova lei de bases de saúde, uma nova estrutura orgânica do SNS e objectivos com princípios de controlo económico".

Considera que os privados na saúde fazem pior do que o público e que o Governo "está a caminhar para um erro político fundamental, que é subordinar a construção dos novos hospitais a um aumento enorme da despesa pública".

"Os novos hospitais vão ser feitos em parceria com o sector público e privado. Isso é irresponsável economicamente, é mais caro", considera, acrescentando que "os hospitais privados só sobrevivem porque a ADSE lhes paga um terço da conta e o Estado lhes paga por outros mecanismos de comparticipação".

"Acho que o Governo quer criar um sistema de serviços públicos de primeira e de segunda. E privatizar os de primeira", concluiu.

O líder do BE afirma que vai estar entre a manifestação de professores prevista para o próximo sábado por considerar que eles têm toda a razão no protesto e que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, começa a ter poucas condições para gerir o Ministério.

"É bom que haja um alargamento dos horários, que haja boas aulas de substituição e isso deve ser feito dando condições à escola e não atropelar os professores com um camião TIR, como a ministra parece querer fazer", afirma, realçando que o actual ministério tem tomado uma ou outra boa decisão "normalmente muito mal executada".

Na entrevista, o fundador e líder do Bloco de Esquerda afirma ainda que será o candidato do partido nas eleições legislativas de 2009 e recusa avançar com uma data para abandonar a liderança do BE.

"Essa decisão tomá-la-ei quando achar que devo tomar e será sempre uma decisão do BE no seu conjunto", afirma.

Francisco Louçã define o BE como uma força de "protesto, de resistência e de acção", que tem uma identidade de "esquerda, socialista e que contraria as políticas liberais", localizado politicamente à esquerda do partido comunista, e que incomoda quem estava habituado a "esta espécie de monopólio de dois partidos de direita e dois partidos de esquerda".

RCS.

Lusa/Fim

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Política: Bloco de Esquerda indisponível para coligação com o PS - Louçã

Lisboa, 02 Mar (Lusa) - O Bloco de Esquerda está indisponível para repetir a coligação com os socialistas nas autárquicas em Lisboa, disse o líder do partido, Francisco Louçã, numa entrevista publicada hoje pelo Diário de Notícias.

"A pergunta é concreta e a resposta é concreta: não! Não será. Nós não faremos coligação com o PS nas autárquicas em 2009", disse o fundador do Bloco de Esquerda (BE), entrevistado pelo Diário de Notícias e rádio TSF.

"Por uma razão muito evidente, é porque os nossos projectos políticos, nas legislativas, nas autárquicas e, enfim, na condução da política do país, estão em confronto", acrescentou.

O líder bloquista explicou que em 2007 o vereador do BE em Lisboa, Ricardo Sá Fernandes, fez um acordo com os socialistas sobre seis pontos concretos, incluindo sobre o já aprovado Plano Verde, porque houve "uma condição única e irrepetível, que era a da desagregação da política da câmara, em que era preciso salvar a câmara municipal com medidas de emergência imediatas".

"Uma câmara municipal não trata da política do emprego, da política da qualificação, das reformas, das grandes opções governamentais e nessas é onde se consolida toda a nossa divergência com o PS", afirmou.

"Houve vozes no PS, como a do Manuel Alegre, que criticou o curso que seguia a destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Isso significa que só enfrentando directa e corajosamente essas políticas é que elas podem ser derrotadas. Darmos-lhes a mão é coligarmo-nos com elas", acrescentou.

Na mesma entrevista, Francisco Louça considera que hoje vivemos numa sociedade mais injusta e desigual do que há dez anos e defende a necessidade de "ter uma nova lei de bases de saúde, uma nova estrutura orgânica do SNS e objectivos com princípios de controlo económico".

Considera que os privados na saúde fazem pior do que o público e que o Governo "está a caminhar para um erro político fundamental, que é subordinar a construção dos novos hospitais a um aumento enorme da despesa pública".

"Os novos hospitais vão ser feitos em parceria com o sector público e privado. Isso é irresponsável economicamente, é mais caro", considera, acrescentando que "os hospitais privados só sobrevivem porque a ADSE lhes paga um terço da conta e o Estado lhes paga por outros mecanismos de comparticipação".

"Acho que o Governo quer criar um sistema de serviços públicos de primeira e de segunda. E privatizar os de primeira", concluiu.

O líder do BE afirma que vai estar entre a manifestação de professores prevista para o próximo sábado por considerar que eles têm toda a razão no protesto e que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, começa a ter poucas condições para gerir o Ministério.

"É bom que haja um alargamento dos horários, que haja boas aulas de substituição e isso deve ser feito dando condições à escola e não atropelar os professores com um camião TIR, como a ministra parece querer fazer", afirma, realçando que o actual ministério tem tomado uma ou outra boa decisão "normalmente muito mal executada".

Na entrevista, o fundador e líder do Bloco de Esquerda afirma ainda que será o candidato do partido nas eleições legislativas de 2009 e recusa avançar com uma data para abandonar a liderança do BE.

"Essa decisão tomá-la-ei quando achar que devo tomar e será sempre uma decisão do BE no seu conjunto", afirma.

Francisco Louçã define o BE como uma força de "protesto, de resistência e de acção", que tem uma identidade de "esquerda, socialista e que contraria as políticas liberais", localizado politicamente à esquerda do partido comunista, e que incomoda quem estava habituado a "esta espécie de monopólio de dois partidos de direita e dois partidos de esquerda".

RCS.

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