Da Literatura: UNIVERSIDADE OBLIGE

30-09-2009
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Um docente do Departamento de Sociologia da Educação e Administração Educacional da Universidade do Minho tinha um blogue e um canal de vídeos, por intermédio dos quais satirizava a religião, a justiça, a política e o desporto. Os órgãos da universidade entenderam que ambos eram “desprestigiantes”. O docente, após reunião do departamento a que pertence, fechou o blogue e o canal de vídeos a 21 de Dezembro de 2007. Parece que a maioria dos colegas considerou a medida insuficiente. Era preciso levar tudo “até às últimas consequências” (rescisão do contrato?). O jornal da universidade diz que não houve censura, apenas aconselhamento no sentido de «rever alguns elementos que fossem considerados incorrectos para um educador». Agora, o Dissidências reabriu. Mas, embora grande parte do conteúdo original tenha sido apagado, continua a haver vídeos em linha: «Alguém poderá ter copiado e partilhado, porque eu apaguei-os todos e não tenciono continuar com o vídeo», disse o autor ao Público. Ontem houve uma reunião em que as partes estabeleceram regras, digamos, editoriais. Nada disto teria grande importância não fosse o caso servir de pretexto para o pessoal do costume falar da coisa como se estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte. Não estamos. Qualquer trabalhador por conta de outrem, docente universitário ou jornalista, empregado de livraria ou contabilista, funcionário público ou quadro de empresa, não pode ignorar o feedback das suas irreverências face à imagem do empregador. Isto é assim de Helsínquia a Auckland, e tanto mais assim é quanto maior for o grau de desenvolvimento da sociedade em que vive. O docente de Braga acreditou que “meras manifestações artísticas” fossem contas do seu rosário. A realidade provou o contrário.Etiquetas: Blogues, Liberdades, Sociedade

Um docente do Departamento de Sociologia da Educação e Administração Educacional da Universidade do Minho tinha um blogue e um canal de vídeos, por intermédio dos quais satirizava a religião, a justiça, a política e o desporto. Os órgãos da universidade entenderam que ambos eram “desprestigiantes”. O docente, após reunião do departamento a que pertence, fechou o blogue e o canal de vídeos a 21 de Dezembro de 2007. Parece que a maioria dos colegas considerou a medida insuficiente. Era preciso levar tudo “até às últimas consequências” (rescisão do contrato?). O jornal da universidade diz que não houve censura, apenas aconselhamento no sentido de «rever alguns elementos que fossem considerados incorrectos para um educador». Agora, o Dissidências reabriu. Mas, embora grande parte do conteúdo original tenha sido apagado, continua a haver vídeos em linha: «Alguém poderá ter copiado e partilhado, porque eu apaguei-os todos e não tenciono continuar com o vídeo», disse o autor ao Público. Ontem houve uma reunião em que as partes estabeleceram regras, digamos, editoriais. Nada disto teria grande importância não fosse o caso servir de pretexto para o pessoal do costume falar da coisa como se estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte. Não estamos. Qualquer trabalhador por conta de outrem, docente universitário ou jornalista, empregado de livraria ou contabilista, funcionário público ou quadro de empresa, não pode ignorar o feedback das suas irreverências face à imagem do empregador. Isto é assim de Helsínquia a Auckland, e tanto mais assim é quanto maior for o grau de desenvolvimento da sociedade em que vive. O docente de Braga acreditou que “meras manifestações artísticas” fossem contas do seu rosário. A realidade provou o contrário.Etiquetas: Blogues, Liberdades, Sociedade

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