A Arte da Fuga: A direita e a cultura (4)

22-06-2005
marcar artigo

O Pedro Picoito da Mão Invisível diz que eu ingenuamente acredito que o Estado está ausente no nascimento das referências culturais comuns. E acredito mesmo. O Estado não interfere no nascimento das referências culturais que, entretanto, se tornam comuns. O que o Estado faz, e deve fazer, é não contribuir para que essas referências, enquanto se mantiverem comuns, desapareçam. Nomeadamente, criando condições para que essas referências floresçam e tenham condições de se fortalecer. E, em casos onde se justifique, interferir na sua normalização e globalização, com respeito pelas diferenças, e enquanto forem comuns.É o caso da língua, que o Pedro refere. A língua nasceu espontaneamente e até que o Estado tivesse que desempenhar o seu papel, demoraram séculos. O que acontece hoje é que o Estado quer, à força, fazer-nos comungar de referências culturais, que autoritariamente quer classificar como comuns. E que o Estado aposta, igualmente, em criar referências culturais, apenas porque que acha que sim. E sempre que se quer demonstrar que existem outras referências mais fortes, o Estado ignora. Veja-se as polémica em torno das referências ao cristianismo no Tratado Constitucional Europeu...O resto do post do Pedro não pode ser endereçado a mim. Porque eu acho que o Estado deve ter um papel no sector da cultura. E não sou apreciador da forma como a direita lida com a cultura. E considero mesmo que a direita deve reflectir seriamente sobre o assunto, e sem preconceitos. Mas onde eu divirjo do Pedro é no fundamento da intervenção estadual. Eu considero que a cultura deve ser encarada como um direito, porque potencia a liberdade do homem, e é nesse plano que o Estado deve erigir a sua política. E o Pedro acha que o Estado deve erigir a sua política de cultura no sentido de partilha de referências culturais comuns, de um património herdado e que devemos transmitir à próxima geração, que é decisiva para a coesão nacional.O que estamos para ver se nos diferencia é a política em concreto. Avancemos pois para esse plano.

O Pedro Picoito da Mão Invisível diz que eu ingenuamente acredito que o Estado está ausente no nascimento das referências culturais comuns. E acredito mesmo. O Estado não interfere no nascimento das referências culturais que, entretanto, se tornam comuns. O que o Estado faz, e deve fazer, é não contribuir para que essas referências, enquanto se mantiverem comuns, desapareçam. Nomeadamente, criando condições para que essas referências floresçam e tenham condições de se fortalecer. E, em casos onde se justifique, interferir na sua normalização e globalização, com respeito pelas diferenças, e enquanto forem comuns.É o caso da língua, que o Pedro refere. A língua nasceu espontaneamente e até que o Estado tivesse que desempenhar o seu papel, demoraram séculos. O que acontece hoje é que o Estado quer, à força, fazer-nos comungar de referências culturais, que autoritariamente quer classificar como comuns. E que o Estado aposta, igualmente, em criar referências culturais, apenas porque que acha que sim. E sempre que se quer demonstrar que existem outras referências mais fortes, o Estado ignora. Veja-se as polémica em torno das referências ao cristianismo no Tratado Constitucional Europeu...O resto do post do Pedro não pode ser endereçado a mim. Porque eu acho que o Estado deve ter um papel no sector da cultura. E não sou apreciador da forma como a direita lida com a cultura. E considero mesmo que a direita deve reflectir seriamente sobre o assunto, e sem preconceitos. Mas onde eu divirjo do Pedro é no fundamento da intervenção estadual. Eu considero que a cultura deve ser encarada como um direito, porque potencia a liberdade do homem, e é nesse plano que o Estado deve erigir a sua política. E o Pedro acha que o Estado deve erigir a sua política de cultura no sentido de partilha de referências culturais comuns, de um património herdado e que devemos transmitir à próxima geração, que é decisiva para a coesão nacional.O que estamos para ver se nos diferencia é a política em concreto. Avancemos pois para esse plano.

marcar artigo