A expressão "cobaias" é seguramente significativa. Não podemos esperar outra coisa que não um fraco sucesso (ou mesmo insucesso) da aplicação do Tratado de Bolonha ao ensino superior em Portugal. Sendo-se honesto, Bolonha seria uma excelente notícia caso tivéssemos um modelo de ensino superior próximo, por exemplo, do holandês. Isto é, ter, por exemplo, turmas com vinte alunos. Aí seria possível ter o modelo de um tutor por aluno que se teoriza (não com turmas de 150 alunos). Não serão seguramente possíveis aulas de orientação de trabalgos com a regularidade ou moldes que Bolonha pretende. Caso tivessemos um programa curricular coerente, Bolonha partiria já de uma base similar e, no entanto, singular entre faculdades da mesma especialidade. Ou seja, haveria bases para realizar aquilo que Bolonha propõe. Se essas bases não existem, como pode Bolonha funcionar?Na prática, Bolonha é aplicada a um meio universitário onde não mudam programas, onde não se contratam mais professores ou se têm mais salas com menos alunos por turmas. Bolonha para funcionar exige mais dinheiro. Ora, Portugal pretende gastar menos dinheiro com Bolonha. Uma incoerência. Vivendo em Portugal (azar o meu!) oponho-me a Bolonha. A Bolonha de Portugal chama de curso a bacharelatos (o que não acontece nos outros países da UE). Na verdade, a mobilidade e uniformização não tinham que depender de Bolonha. No entanto, implatam-se tais medidas apenas com Bolonha e numa óptica que valoriza mais os novos deveres que os novos direitos que Bolonha dá. É pena. A Bolonha de Portugal não é Bolonha, é bolonhesa."Os cursos de Psicologia e Engenharia Informática da Universidade de Coimbra serão as primeiras “cobaias” da Declaração de Bolonha. A reestruturação foi aprovada em reunião de Senado." in Diário de CoimbraPedro
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A expressão "cobaias" é seguramente significativa. Não podemos esperar outra coisa que não um fraco sucesso (ou mesmo insucesso) da aplicação do Tratado de Bolonha ao ensino superior em Portugal. Sendo-se honesto, Bolonha seria uma excelente notícia caso tivéssemos um modelo de ensino superior próximo, por exemplo, do holandês. Isto é, ter, por exemplo, turmas com vinte alunos. Aí seria possível ter o modelo de um tutor por aluno que se teoriza (não com turmas de 150 alunos). Não serão seguramente possíveis aulas de orientação de trabalgos com a regularidade ou moldes que Bolonha pretende. Caso tivessemos um programa curricular coerente, Bolonha partiria já de uma base similar e, no entanto, singular entre faculdades da mesma especialidade. Ou seja, haveria bases para realizar aquilo que Bolonha propõe. Se essas bases não existem, como pode Bolonha funcionar?Na prática, Bolonha é aplicada a um meio universitário onde não mudam programas, onde não se contratam mais professores ou se têm mais salas com menos alunos por turmas. Bolonha para funcionar exige mais dinheiro. Ora, Portugal pretende gastar menos dinheiro com Bolonha. Uma incoerência. Vivendo em Portugal (azar o meu!) oponho-me a Bolonha. A Bolonha de Portugal chama de curso a bacharelatos (o que não acontece nos outros países da UE). Na verdade, a mobilidade e uniformização não tinham que depender de Bolonha. No entanto, implatam-se tais medidas apenas com Bolonha e numa óptica que valoriza mais os novos deveres que os novos direitos que Bolonha dá. É pena. A Bolonha de Portugal não é Bolonha, é bolonhesa."Os cursos de Psicologia e Engenharia Informática da Universidade de Coimbra serão as primeiras “cobaias” da Declaração de Bolonha. A reestruturação foi aprovada em reunião de Senado." in Diário de CoimbraPedro