União de Facto

12-11-2009
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O El País de 5ª feira passada trazia uma notícia alargada sobre o narcotráfico na Venezuela. O país de Chávez tem visto a exportação de cocaína quadruplicar desde 2004. E quais os destinos desta exportação? Bom, na América Latina, o México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Haiti e República Dominicana; em África, a Guiné Bissau e a Serra Leoa; na Europa, Portugal e Espanha. Curiosamente, ontem o DN revelava um documento oficial do MAI assinado pelo Secretário de Estado José Magalhães onde, entre outras coisas, se reconhecia que "o actual sistema de controlo da costa nacional tem falhas sucessivas e uma capacidade operacional reduzida". Além disto, o documento refere que "grande parte da nossa costa tem fácil acesso a desembarques clandestinos de pessoas e mercadorias e para outras operações ilícitas, como tráfico de droga, o que representa um elevado risco". Rui Pereira ainda não disse uma palavra sobre o relatório nem sobre a suspensão do sistema integrado de vigilância costeira. Talvez devesse, uma vez que não há muito tempo desmentiu o cenário, classificando as notícias como "apocalípticas".

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:22 | link do post

Em vez de tanta preocupação sobre quem vai ser ou não deputado era conveniente o PSD dizer o que pensa disto, disto e disto. Como se não soubéssemos... Com a devida vénia

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 20:39 | link do post

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:25 | link do post

Ter a Suécia a presidir à União Europeia é como ter o Alberto Martins a liderar a bancada do PS: uma bela de uma seca.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:19 | link do post

Chamar "milícias islamistas" a um bando de terroristas islâmicos é o mesmo que chamar "rapariga de má fama" a uma puta.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:12 | link do post

A análise ocidental anda enternecida pelas “potências emergentes”. O crescimento económico chinês, indiano, brasileiro e russo foram o mote para este olhar acrítico. Só que para se ser uma “potência emergente” é preciso bem mais do que crescimentos de 8% e 9% ao ano: é necessário agrupar números, capacidade política e militar, influência cultural e sobretudo recursos humanos. E neste campo há uma potência em declínio: a Rússia. Estatísticas recentes dizem que a Rússia perderá 11 milhões de habitantes até 2025. Para o maior país do mundo isto é dramático, sabendo-se que a maioria do território é desabitada, o que revela a prazo a sua falência económica e social. Recorrer à imigração tem duas ameaças para Moscovo: vai contra uma política de pureza russa enraizada nos últimos anos e arrisca-se a ver, como tem assistido, à invasão de naturais de países da Ásia Central, sobretudo da China. Gente que vem para comercializar e fixar-se. A isto acrescem taxas de suicídio e de alcoolismo elevadas, com incidência nas Forças Armadas. São indicadores menos centrados na economia, mas com implicações directas no redimensionamento de um Estado pós-imperial. A Rússia, em muitas matérias, não é uma potência emergente: é um colosso territorial em perfeita falência técnica. i. Sexta, no

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:21 | link do post

Ao ler isto lembrei-me dum ditado futebolístico: quem nasce para Vítor Pontes não chega a Mourinho.

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 23:46 | link do post

É pouco tocada nos concertos, mas sempre foi uma das minhas preferidas, quanto mais não seja porque era momento de stage diving, execução técnico-táctica que marcou a década de 90 mas que, infelizmente, se tem tornado numa raridade em concertos. Em honra disso e porque hoje faço 30 desgraçados anos, fica aqui este vídeo filmado a partir do palco. Enjoy!

publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:42 | link do post

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 13:12 | link do post

Se se confirmarem os zunzus que apontam José Luís Arnaut como ministro dos Negócios Estrangeiros e Aguiar Branco da Defesa, julgo estarem reunidas todas as condições para me tornar num elemento mais desta bela diáspora portuguesa espalhada pelo mundo.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 16:22 | link do post

Dizem que não existe Ministro da Cultura. É precisamente disso que a cultura precisa.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 10:17 | link do post

Os anos passam mas a qualidade mantém-se. Sá Pinto deu show no jogo de estrelas, integrado na festa de encerramento do projeto Escola, Futebol e Cidadania- promovido pelo Sindicato de Jogadores - cujo torneio foi ganho pelo agrupamento de Esolas de Proença-a-Nova. Mas também se descobriram outros jogadores talentosos, nomeadamente Francisco Trigo de Abreu, assessor de Laurentino Dias... (in Record) Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 18:47 | link do post

Há coisa de uns meses escrevi que não podia deixar de assinalar a minha indignação com a mais recente paixão de Medeiros Ferreira: "um amarelo vivo (uma combinação entre o vaticano e o jornal Sol) que invadiu o seu prédio e a minha rua sem dó nem piedade. As suas opções religiosas e editoriais não seriam graves se, indirecta e malevolamente, o Medeiros não tivesse (irremediavelmente) alterado uma ordem (natural, diria eu) estabelecida numa série de paisagens feitas pelo pintor japonês que vendeu metade da sua produção anual na nossa rua. O conflito adivinha-se tenso e a janela de negociação será sempre estreita: volta o rosa, retoca o meu quadro a pincel ou manda fazer um novo".

Passadas duas semanas, na sua elegância florentina, Medeiros Ferreira ofereceu-me um quadro novinho em folha com as cores certas nos prédios certos. Já só falta decidir onde é que vou pendurá-lo. Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:20 | link do post

Dedicado ao Bernardo Pires de Lima (atenção redobrada a partir do minuto 2,43). Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:36 | link do post

A pergunta que Diniz Machado utilizava nas situações mais difíceis da sua vida vem a propósito de uma série de coisas loucas que se passam no caso BPN. Um ex-secretário de Estado do PSD, que empregou meio partido depois de abraçar a carreira na alta finança, gere o banco de tal forma que a conta a pagar pelo contribuinte sobe aos mil milhões de euros.

mil milhões não me lixem, para não dizer outra coisa

Uma comissão parlamentar reúne durante várias semanas e o país assiste a um verdadeiro espectáculo: CDS-PP, PCP, PSD e Bloco tomam chá com o ladrão e queimam em lume brando o polícia. É tudo simpatias e afinidades ideológicas mesmo que os protagonistas do show sejam Nuno Melo e Honório Novo. Uma deputada com um ar de professora devassa faz outro relatório a dizer que o polícia não policiou muito bem e é queimada em lume brando porque os outros acham que o polícia policiou muito mal. Os partidos que aplaudiam a decisão do Governo não deixar o banco cair berram agora que o governo devia ter estado quieto. O lado mais cómico disto é que todos os colunistas consideram que a comissão prestigiou o parlamento. Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:35 | link do post

Publico por curiosidade este pequeno post que escrevi há uns anos com um pequeno erro, sublinhado, que faz hoje todo o sentido: «No livro a que roubo o título deste post, Anatomia da Errância, Bruce Chatwin escreve que o "mundo é nómada nómada". É uma fantástica história de "heróis revolucionários" que nada valem antes de terem "feito uma boa caminhada". Heróis que passaram pela "fase nómada" (Che Guevara); uma "Grande Marcha" (Mao) ou um "exôdo" (Moisés).

O palimpsesto de Chatwin explica ainda que os bébés dos caçadores do Calaári "nunca choram e são dos mais contentes do mundo". Explicação: estão sempre em movimento - as mães levam-nos atados junto aos seios "e são embalados à saciedade pelo passo dela".

Outras pérolas: somos terrestres antes de tudo - "o pobre do Ícaro despenhou-se"; "a coisa melhor é caminhar. Devíamos seguir o poeta chinês Li Po ´nas muitas fadigas da viagem e muitas bifurcações do caminho`"; "Ninguém se torna profeta antes de ser pastor" (Maomé) ou "os surfistas falavam de si próprios como ´viajantes sempre a caminho´(...) O Ideal surfista era caminhar como pedinte ou dançar até atingir um estado de êxtase permanente, ´tornar-se um morto ambulante`, ´alguém que já morreu antes do tempo´". Com Chatwin descobre-se que a palavra xadrez em sânscrito significa "alcançar a outra margem"; que uma bola de futebol pode ser vista como uma "ave migratória" ou que as drogas são "o veículo daqueles que se esqueceram como se caminha (particularmente acertada esta última observação, digo eu)".

Chatwin cita ainda um Pascal sombrio: "Notre nature est dans le mouvement... La seule chose que nous console de nos miseres est le divertissemente". Epílogo: "Não admira, pois, que uma geração protegida do frio pelo aquecimento central, do calor pelo ar condicionado, transportada em veículos assépticos de uma casa ou hotel para outros similares, sinta a necessidade de viagens do corpo ou do espírito, de excitantes ou tranquilizantes ou das viagens catárquicas do sexo, da música e da dança". O meu corpo está a pedir praias desertas e aldeias fantasma. Ou então, que embarque, como o preto do Narcisus, para morrer perto da costa» Na altura em que escrevi o post original recebi um pequeno mail do Pedro Adão e Silva (surfista e blogger gentil que há poucos dias editou em livro as suas pequenas grandes crónicas sobre surf). Chamava-me a atenção de que teria confundido, perdido na tradução, os ideais da religião sufista com os ideais dos surfistas. O erro é particularmente engraçado depois de se ler o livro do Pedro onde se verifica que a minha tradução não estava assim tão errada: afinal, ao ver as belas fotografias de o Sal na Terra e ao ler, entre outras coisas, descrições de paredes de água e praias perdidas; poemas de Sophia e Ruy Bello ou perfis de ondas surfadas por Tiago "Saca" Pires quem se atreveria a dizer que um surfista não é "um viajante sempre a caminho"? Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:31 | link do post

Francisco Trigo de Abreu substituiu os três dês pelos três ésses: socialista, socrático e sportinguista. Ex-jornalista, ex-libertino e ex-bloggeador, trabalha na Secretaria de Estado da Juventude e Desporto onde desempenha a maquiavélica função de assessor (desculpem, propangadista) de imprensa. Tem demasiados amigos de direita o que o impede de perorar contra o liberalismo e essas coisas esquisitas que andam na moda. Ouviu, recentemente, Bernardo Pires de Lima, num momento de fraqueza, confessar o inconfessável: "Eu até já acho que sou de esquerda".

publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:15 | link do post

Hoje, o BE teve uma enorme vitória. Esta associação de Helena Roseta com António Costa salvou o Luís Fazenda.

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 00:15 | link do post

Em final de 2010, ou início de 2011, Portugal recebe a cimeira da NATO de onde deverá sair um novo conceito estratégico. Qual é a perspectiva que Portugal quer ver reflectida no documento?

O importante no próximo contexto estratégico é que a Aliança se actualize. Do meu ponto de vista, há três questões que se põem. A primeira é política e tem a ver com o alargamento. Eu penso que a NATO deve manter a política de "porta aberta". A segunda questão é de natureza estratégica. Deve ser exclusivamente uma aliança de defesa colectiva do Atlântico Norte ou uma organização de segurança global? É um debate muito aceso no interior na Aliança. Na minha opinião a NATO deve recentrar-se no seu "core business", a defesa colectiva, não deixando de olhar para o ambiente estratégico internacional que a desafia à produção de segurança. Isto leva-me à última questão: a NATO precisa de parceiros estratégicos. Deve definir os seus parceiros em todo o mundo, mas deve, acima de tudo, criar uma parceria permanente e estável com a União Europeia, o parceiro natural. (Nuno Severiano Teixeira ao i)

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:21 | link do post

Speaking in Ghana on Saturday, Barack Obama lectured Africans on local repression, corruption, brutality, good governance and accountability. The startling contrast to his June speech in Cairo was revealing. Anne Bayefsky

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:42 | link do post

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 18:56 | link do post

Há um ano o Governo travou o envio de militares para o Afeganistão, alegando o esforço continuado e sem limites operacionais em vários teatros de operações simultâneos. Mas na última semana teve que alterar esta posição. Primeiro, porque as estratégias da Administração Obama na NATO sofreram alterações. Segundo, porque a decisão era inconsistente face aos apelos da Aliança Atlântica. Terceiro, porque é imperativo um esforço dos aliados em vésperas de eleições afegãs. Há uma pergunta legítima nesta altura: e se as coisas correrem ainda pior? Para quem é contra, qualquer tragédia estava de sobreaviso. Para quem defende uma política de segurança nacional incluída nas estratégias das alianças que Portugal integra, os esforços das Forças Armadas são não só necessários como vitais à manutenção e solidez dessas alianças e à segurança do país. Mas esse discurso político não foi feito. Esperemos que concluam a missão com sucesso. Caso contrário será pouco defensável no futuro. Hoje no i

publicado por Bernardo Pires de Lima às 18:17 | link do post

Agora é que eu não percebo nada. Então o Governo interfere ou não na gestão da CGD?

Se a CGD é um simples instrumento de controle político e económico do Governo - como sempre foi e será enquanto o Estado detiver 100% do capital - para quê mascarar-se de entidade independente?

Esta mentira que apenas faz parte da intrujice geral que são as empresas públicas e municipais; serve apenas para que o dinheiro proveniente dos nossos impostos não tenha qualquer tipo de controle.

Se o Tribunal de Contas controla os gastos do Estado por merecerem um cuidado especial (o dinheiro vem do contribuinte) porque não controla os das empresas públicas e municipais?

Se essas empresas pretendem seguir um qualquer interesse público porque não estão sujeitas às mesmas regras que os demais instrumentos de promoção desse interesse?

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 17:20 | link do post

Provavelmente vamos assistir nos próximos meses a um maior reforço militar Ocidental (ou apenas dos EUA? Ou de tropas fora do "Ocidente geográfico"?) no Afeganistão. Esta surge actual representa no total cerca de metade dos índices da surge no Iraque, com a diferença de o Afeganistão ser maior, mais populoso e em total construção (o Iraque é uma questão de reconstrução). Serão precisos mais esforços militares, políticos e económicos. Sobretudo económicos, por via do desmantelamento da economia de droga (por isso, também, o ataque em Helmand) e da sua substituição por outros caminhos de crescimento. E como as economias envolvidas não estão famosas, muito provavelmente veremos Obama a solicitar a outros actores um maior envolvimento. É o que já tem feito com o Irão e Rússia e é o que fará com a Índia, Síria e, porque não, com o Brasil. Tudo se vai jogar na Ásia Central nos próximos anos: pelo Afeganistão e pelos recursos energéticos.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:33 | link do post

A verdade é que há meia dúzia de anos atrás isto seria impossível. Há vinte, inimaginável.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:27 | link do post

publicado por Bernardo Pires de Lima às 10:09 | link do post

Por este andar vai ser fundamental que se legisle sobre qual é o período em que temos de facto Governo ou, pelo menos, quais são os temas em que se pode ou não propor nova legislação.

O Governo está a fazer uma tristíssima figura ao não respeitar o seu mandato. O Presidente aproveita para recordar os seus tempos de Primeiro-Ministro.

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 19:38 | link do post

A grande diferença entre os Iron Maiden e os Metallica é esta: os primeiros sempre que cá tocam vão para o Algarve jogar golfe, os segundos vão surfar para a Carrapateira e para a Praia Pequena. O bom gosto nem se discute.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:38 | link do post

Wellington Nazaré, famoso assaltante do BES, confessa ao i: "Continua a ser o meu Banco".

publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:49 | link do post

O El País de 5ª feira passada trazia uma notícia alargada sobre o narcotráfico na Venezuela. O país de Chávez tem visto a exportação de cocaína quadruplicar desde 2004. E quais os destinos desta exportação? Bom, na América Latina, o México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Haiti e República Dominicana; em África, a Guiné Bissau e a Serra Leoa; na Europa, Portugal e Espanha. Curiosamente, ontem o DN revelava um documento oficial do MAI assinado pelo Secretário de Estado José Magalhães onde, entre outras coisas, se reconhecia que "o actual sistema de controlo da costa nacional tem falhas sucessivas e uma capacidade operacional reduzida". Além disto, o documento refere que "grande parte da nossa costa tem fácil acesso a desembarques clandestinos de pessoas e mercadorias e para outras operações ilícitas, como tráfico de droga, o que representa um elevado risco". Rui Pereira ainda não disse uma palavra sobre o relatório nem sobre a suspensão do sistema integrado de vigilância costeira. Talvez devesse, uma vez que não há muito tempo desmentiu o cenário, classificando as notícias como "apocalípticas".

publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:22 | link do post

Em vez de tanta preocupação sobre quem vai ser ou não deputado era conveniente o PSD dizer o que pensa disto, disto e disto. Como se não soubéssemos... Com a devida vénia

comentar publicado por Pedro Marques Lopes às 20:39 | link do post

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:25 | link do post

Ter a Suécia a presidir à União Europeia é como ter o Alberto Martins a liderar a bancada do PS: uma bela de uma seca.

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Chamar "milícias islamistas" a um bando de terroristas islâmicos é o mesmo que chamar "rapariga de má fama" a uma puta.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:12 | link do post

A análise ocidental anda enternecida pelas “potências emergentes”. O crescimento económico chinês, indiano, brasileiro e russo foram o mote para este olhar acrítico. Só que para se ser uma “potência emergente” é preciso bem mais do que crescimentos de 8% e 9% ao ano: é necessário agrupar números, capacidade política e militar, influência cultural e sobretudo recursos humanos. E neste campo há uma potência em declínio: a Rússia. Estatísticas recentes dizem que a Rússia perderá 11 milhões de habitantes até 2025. Para o maior país do mundo isto é dramático, sabendo-se que a maioria do território é desabitada, o que revela a prazo a sua falência económica e social. Recorrer à imigração tem duas ameaças para Moscovo: vai contra uma política de pureza russa enraizada nos últimos anos e arrisca-se a ver, como tem assistido, à invasão de naturais de países da Ásia Central, sobretudo da China. Gente que vem para comercializar e fixar-se. A isto acrescem taxas de suicídio e de alcoolismo elevadas, com incidência nas Forças Armadas. São indicadores menos centrados na economia, mas com implicações directas no redimensionamento de um Estado pós-imperial. A Rússia, em muitas matérias, não é uma potência emergente: é um colosso territorial em perfeita falência técnica. i. Sexta, no

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Ao ler isto lembrei-me dum ditado futebolístico: quem nasce para Vítor Pontes não chega a Mourinho.

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É pouco tocada nos concertos, mas sempre foi uma das minhas preferidas, quanto mais não seja porque era momento de stage diving, execução técnico-táctica que marcou a década de 90 mas que, infelizmente, se tem tornado numa raridade em concertos. Em honra disso e porque hoje faço 30 desgraçados anos, fica aqui este vídeo filmado a partir do palco. Enjoy!

publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:42 | link do post

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Se se confirmarem os zunzus que apontam José Luís Arnaut como ministro dos Negócios Estrangeiros e Aguiar Branco da Defesa, julgo estarem reunidas todas as condições para me tornar num elemento mais desta bela diáspora portuguesa espalhada pelo mundo.

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Dizem que não existe Ministro da Cultura. É precisamente disso que a cultura precisa.

publicado por Bernardo Pires de Lima às 10:17 | link do post

Os anos passam mas a qualidade mantém-se. Sá Pinto deu show no jogo de estrelas, integrado na festa de encerramento do projeto Escola, Futebol e Cidadania- promovido pelo Sindicato de Jogadores - cujo torneio foi ganho pelo agrupamento de Esolas de Proença-a-Nova. Mas também se descobriram outros jogadores talentosos, nomeadamente Francisco Trigo de Abreu, assessor de Laurentino Dias... (in Record) Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 18:47 | link do post

Há coisa de uns meses escrevi que não podia deixar de assinalar a minha indignação com a mais recente paixão de Medeiros Ferreira: "um amarelo vivo (uma combinação entre o vaticano e o jornal Sol) que invadiu o seu prédio e a minha rua sem dó nem piedade. As suas opções religiosas e editoriais não seriam graves se, indirecta e malevolamente, o Medeiros não tivesse (irremediavelmente) alterado uma ordem (natural, diria eu) estabelecida numa série de paisagens feitas pelo pintor japonês que vendeu metade da sua produção anual na nossa rua. O conflito adivinha-se tenso e a janela de negociação será sempre estreita: volta o rosa, retoca o meu quadro a pincel ou manda fazer um novo".

Passadas duas semanas, na sua elegância florentina, Medeiros Ferreira ofereceu-me um quadro novinho em folha com as cores certas nos prédios certos. Já só falta decidir onde é que vou pendurá-lo. Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:20 | link do post

Dedicado ao Bernardo Pires de Lima (atenção redobrada a partir do minuto 2,43). Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:36 | link do post

A pergunta que Diniz Machado utilizava nas situações mais difíceis da sua vida vem a propósito de uma série de coisas loucas que se passam no caso BPN. Um ex-secretário de Estado do PSD, que empregou meio partido depois de abraçar a carreira na alta finança, gere o banco de tal forma que a conta a pagar pelo contribuinte sobe aos mil milhões de euros.

mil milhões não me lixem, para não dizer outra coisa

Uma comissão parlamentar reúne durante várias semanas e o país assiste a um verdadeiro espectáculo: CDS-PP, PCP, PSD e Bloco tomam chá com o ladrão e queimam em lume brando o polícia. É tudo simpatias e afinidades ideológicas mesmo que os protagonistas do show sejam Nuno Melo e Honório Novo. Uma deputada com um ar de professora devassa faz outro relatório a dizer que o polícia não policiou muito bem e é queimada em lume brando porque os outros acham que o polícia policiou muito mal. Os partidos que aplaudiam a decisão do Governo não deixar o banco cair berram agora que o governo devia ter estado quieto. O lado mais cómico disto é que todos os colunistas consideram que a comissão prestigiou o parlamento. Francisco Trigo de Abreu

publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:35 | link do post

Publico por curiosidade este pequeno post que escrevi há uns anos com um pequeno erro, sublinhado, que faz hoje todo o sentido: «No livro a que roubo o título deste post, Anatomia da Errância, Bruce Chatwin escreve que o "mundo é nómada nómada". É uma fantástica história de "heróis revolucionários" que nada valem antes de terem "feito uma boa caminhada". Heróis que passaram pela "fase nómada" (Che Guevara); uma "Grande Marcha" (Mao) ou um "exôdo" (Moisés).

O palimpsesto de Chatwin explica ainda que os bébés dos caçadores do Calaári "nunca choram e são dos mais contentes do mundo". Explicação: estão sempre em movimento - as mães levam-nos atados junto aos seios "e são embalados à saciedade pelo passo dela".

Outras pérolas: somos terrestres antes de tudo - "o pobre do Ícaro despenhou-se"; "a coisa melhor é caminhar. Devíamos seguir o poeta chinês Li Po ´nas muitas fadigas da viagem e muitas bifurcações do caminho`"; "Ninguém se torna profeta antes de ser pastor" (Maomé) ou "os surfistas falavam de si próprios como ´viajantes sempre a caminho´(...) O Ideal surfista era caminhar como pedinte ou dançar até atingir um estado de êxtase permanente, ´tornar-se um morto ambulante`, ´alguém que já morreu antes do tempo´". Com Chatwin descobre-se que a palavra xadrez em sânscrito significa "alcançar a outra margem"; que uma bola de futebol pode ser vista como uma "ave migratória" ou que as drogas são "o veículo daqueles que se esqueceram como se caminha (particularmente acertada esta última observação, digo eu)".

Chatwin cita ainda um Pascal sombrio: "Notre nature est dans le mouvement... La seule chose que nous console de nos miseres est le divertissemente". Epílogo: "Não admira, pois, que uma geração protegida do frio pelo aquecimento central, do calor pelo ar condicionado, transportada em veículos assépticos de uma casa ou hotel para outros similares, sinta a necessidade de viagens do corpo ou do espírito, de excitantes ou tranquilizantes ou das viagens catárquicas do sexo, da música e da dança". O meu corpo está a pedir praias desertas e aldeias fantasma. Ou então, que embarque, como o preto do Narcisus, para morrer perto da costa» Na altura em que escrevi o post original recebi um pequeno mail do Pedro Adão e Silva (surfista e blogger gentil que há poucos dias editou em livro as suas pequenas grandes crónicas sobre surf). Chamava-me a atenção de que teria confundido, perdido na tradução, os ideais da religião sufista com os ideais dos surfistas. O erro é particularmente engraçado depois de se ler o livro do Pedro onde se verifica que a minha tradução não estava assim tão errada: afinal, ao ver as belas fotografias de o Sal na Terra e ao ler, entre outras coisas, descrições de paredes de água e praias perdidas; poemas de Sophia e Ruy Bello ou perfis de ondas surfadas por Tiago "Saca" Pires quem se atreveria a dizer que um surfista não é "um viajante sempre a caminho"? Francisco Trigo de Abreu

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Francisco Trigo de Abreu substituiu os três dês pelos três ésses: socialista, socrático e sportinguista. Ex-jornalista, ex-libertino e ex-bloggeador, trabalha na Secretaria de Estado da Juventude e Desporto onde desempenha a maquiavélica função de assessor (desculpem, propangadista) de imprensa. Tem demasiados amigos de direita o que o impede de perorar contra o liberalismo e essas coisas esquisitas que andam na moda. Ouviu, recentemente, Bernardo Pires de Lima, num momento de fraqueza, confessar o inconfessável: "Eu até já acho que sou de esquerda".

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Hoje, o BE teve uma enorme vitória. Esta associação de Helena Roseta com António Costa salvou o Luís Fazenda.

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Em final de 2010, ou início de 2011, Portugal recebe a cimeira da NATO de onde deverá sair um novo conceito estratégico. Qual é a perspectiva que Portugal quer ver reflectida no documento?

O importante no próximo contexto estratégico é que a Aliança se actualize. Do meu ponto de vista, há três questões que se põem. A primeira é política e tem a ver com o alargamento. Eu penso que a NATO deve manter a política de "porta aberta". A segunda questão é de natureza estratégica. Deve ser exclusivamente uma aliança de defesa colectiva do Atlântico Norte ou uma organização de segurança global? É um debate muito aceso no interior na Aliança. Na minha opinião a NATO deve recentrar-se no seu "core business", a defesa colectiva, não deixando de olhar para o ambiente estratégico internacional que a desafia à produção de segurança. Isto leva-me à última questão: a NATO precisa de parceiros estratégicos. Deve definir os seus parceiros em todo o mundo, mas deve, acima de tudo, criar uma parceria permanente e estável com a União Europeia, o parceiro natural. (Nuno Severiano Teixeira ao i)

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Speaking in Ghana on Saturday, Barack Obama lectured Africans on local repression, corruption, brutality, good governance and accountability. The startling contrast to his June speech in Cairo was revealing. Anne Bayefsky

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Há um ano o Governo travou o envio de militares para o Afeganistão, alegando o esforço continuado e sem limites operacionais em vários teatros de operações simultâneos. Mas na última semana teve que alterar esta posição. Primeiro, porque as estratégias da Administração Obama na NATO sofreram alterações. Segundo, porque a decisão era inconsistente face aos apelos da Aliança Atlântica. Terceiro, porque é imperativo um esforço dos aliados em vésperas de eleições afegãs. Há uma pergunta legítima nesta altura: e se as coisas correrem ainda pior? Para quem é contra, qualquer tragédia estava de sobreaviso. Para quem defende uma política de segurança nacional incluída nas estratégias das alianças que Portugal integra, os esforços das Forças Armadas são não só necessários como vitais à manutenção e solidez dessas alianças e à segurança do país. Mas esse discurso político não foi feito. Esperemos que concluam a missão com sucesso. Caso contrário será pouco defensável no futuro. Hoje no i

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Agora é que eu não percebo nada. Então o Governo interfere ou não na gestão da CGD?

Se a CGD é um simples instrumento de controle político e económico do Governo - como sempre foi e será enquanto o Estado detiver 100% do capital - para quê mascarar-se de entidade independente?

Esta mentira que apenas faz parte da intrujice geral que são as empresas públicas e municipais; serve apenas para que o dinheiro proveniente dos nossos impostos não tenha qualquer tipo de controle.

Se o Tribunal de Contas controla os gastos do Estado por merecerem um cuidado especial (o dinheiro vem do contribuinte) porque não controla os das empresas públicas e municipais?

Se essas empresas pretendem seguir um qualquer interesse público porque não estão sujeitas às mesmas regras que os demais instrumentos de promoção desse interesse?

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Provavelmente vamos assistir nos próximos meses a um maior reforço militar Ocidental (ou apenas dos EUA? Ou de tropas fora do "Ocidente geográfico"?) no Afeganistão. Esta surge actual representa no total cerca de metade dos índices da surge no Iraque, com a diferença de o Afeganistão ser maior, mais populoso e em total construção (o Iraque é uma questão de reconstrução). Serão precisos mais esforços militares, políticos e económicos. Sobretudo económicos, por via do desmantelamento da economia de droga (por isso, também, o ataque em Helmand) e da sua substituição por outros caminhos de crescimento. E como as economias envolvidas não estão famosas, muito provavelmente veremos Obama a solicitar a outros actores um maior envolvimento. É o que já tem feito com o Irão e Rússia e é o que fará com a Índia, Síria e, porque não, com o Brasil. Tudo se vai jogar na Ásia Central nos próximos anos: pelo Afeganistão e pelos recursos energéticos.

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A verdade é que há meia dúzia de anos atrás isto seria impossível. Há vinte, inimaginável.

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Por este andar vai ser fundamental que se legisle sobre qual é o período em que temos de facto Governo ou, pelo menos, quais são os temas em que se pode ou não propor nova legislação.

O Governo está a fazer uma tristíssima figura ao não respeitar o seu mandato. O Presidente aproveita para recordar os seus tempos de Primeiro-Ministro.

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A grande diferença entre os Iron Maiden e os Metallica é esta: os primeiros sempre que cá tocam vão para o Algarve jogar golfe, os segundos vão surfar para a Carrapateira e para a Praia Pequena. O bom gosto nem se discute.

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Wellington Nazaré, famoso assaltante do BES, confessa ao i: "Continua a ser o meu Banco".

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