Gerotempo: 1928. Monforte: Protesto contra OGM

23-12-2009
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O ministério do Ambiente autorizou as empresas Pioneer e Syngenta a fazerem experiências com milho geneticamente modificado em terrenos pertencentes à Rede Natura no concelho de Monforte. E fê-lo apesar da oposição do município, que se declarou Zona Livre de Transgénicos em Fevereiro.Os ambientalistas juntam-se à população e agricultores da região num protesto para que "seja cancelada a autorização para fazer de Monforte uma cobaia à escala nacional". Em comunicado, a Plataforma Transgénicos Fora - que reúne 12 ONG's ligadas ao ambiente e desenvolvimento - diz que há riscos para a saúde humana e animal com esta introdução de OGM naqueles terrenos. A Zona de Protecção Especial de Monforte foi criada este ano especificamente para a protecção de aves estepárias, "que usam as culturas de cereais para se alimentarem e nidificarem. Assim o milho geneticamente modificado vai entrar na alimentação das aves que têm estatuto de protecção o que, não sendo ilegal, é ilógico e imoral", diz a Plataforma.A apicultura junto a plantações de transgénicos também é uma fonte de contaminação para os humanos. Mas "uma abelha pode atingir zonas a mais de 5 km e uma única colmeia pode abranger uma área de 113 km2", diz um estudo citado pela Plataforma. "O mel produzido a vários quilómetros de distância dos ensaios pode conter quantidades consideráveis de pólen transgénico o que, para o caso do milho 98140 que não está estudado nem autorizado para consumo humano ou animal, é totalmente ilegal", diz ainda a Plataforma.Na opinião da Plataforma, o facto de a decisão do governo contrariar a posição dos autarcas de Monforte, que se pronunciaram unanimemente pela criação duma Zona Livre de Trangénicos, "deita por terra a miragem veiculada oficialmente de que a Portaria das Zonas Livres (904/2006) tinha finalmente regulamentado o direito à escolha das autarquias locais". No que respeita ao terreno de Ferreira do Alentejo, a Plataforma diz que "não se cumpriram as regras básicas da consulta pública que precedeu esta autorização do Ministério visto que, mais do que uma vez, foi comprovado telefonicamente que a Câmara Municipal não tinha disponível a documentação prevista."Os ambientalistas acusam as duas multinacionais de terem "um longo historial de contaminação da agricultura europeia com transgénicos, que já afectou agricultores em Itália, Áustria, Alemanha, Eslovénia, Croácia, Espanha..." e questionam a oportunidade da autorização do governo português, "num momento em que os principais produtores europeus de cereais (França, Polónia e Hungria) proibiram o cultivo de milho transgénico no seu território".No parlamento, o deputado Luís Fazenda entregou dois requerimentos, aos ministros da Agricultura e do Ambiente, exigindo explicações sobre estas experiências com milho transgénico em zonas protegidas e contra a vontade expressa das populações e dos órgãos de poder autárquico.* * * * * * * * * * * * * * * Fonte: Esquerda.Net


O ministério do Ambiente autorizou as empresas Pioneer e Syngenta a fazerem experiências com milho geneticamente modificado em terrenos pertencentes à Rede Natura no concelho de Monforte. E fê-lo apesar da oposição do município, que se declarou Zona Livre de Transgénicos em Fevereiro.Os ambientalistas juntam-se à população e agricultores da região num protesto para que "seja cancelada a autorização para fazer de Monforte uma cobaia à escala nacional". Em comunicado, a Plataforma Transgénicos Fora - que reúne 12 ONG's ligadas ao ambiente e desenvolvimento - diz que há riscos para a saúde humana e animal com esta introdução de OGM naqueles terrenos. A Zona de Protecção Especial de Monforte foi criada este ano especificamente para a protecção de aves estepárias, "que usam as culturas de cereais para se alimentarem e nidificarem. Assim o milho geneticamente modificado vai entrar na alimentação das aves que têm estatuto de protecção o que, não sendo ilegal, é ilógico e imoral", diz a Plataforma.A apicultura junto a plantações de transgénicos também é uma fonte de contaminação para os humanos. Mas "uma abelha pode atingir zonas a mais de 5 km e uma única colmeia pode abranger uma área de 113 km2", diz um estudo citado pela Plataforma. "O mel produzido a vários quilómetros de distância dos ensaios pode conter quantidades consideráveis de pólen transgénico o que, para o caso do milho 98140 que não está estudado nem autorizado para consumo humano ou animal, é totalmente ilegal", diz ainda a Plataforma.Na opinião da Plataforma, o facto de a decisão do governo contrariar a posição dos autarcas de Monforte, que se pronunciaram unanimemente pela criação duma Zona Livre de Trangénicos, "deita por terra a miragem veiculada oficialmente de que a Portaria das Zonas Livres (904/2006) tinha finalmente regulamentado o direito à escolha das autarquias locais". No que respeita ao terreno de Ferreira do Alentejo, a Plataforma diz que "não se cumpriram as regras básicas da consulta pública que precedeu esta autorização do Ministério visto que, mais do que uma vez, foi comprovado telefonicamente que a Câmara Municipal não tinha disponível a documentação prevista."Os ambientalistas acusam as duas multinacionais de terem "um longo historial de contaminação da agricultura europeia com transgénicos, que já afectou agricultores em Itália, Áustria, Alemanha, Eslovénia, Croácia, Espanha..." e questionam a oportunidade da autorização do governo português, "num momento em que os principais produtores europeus de cereais (França, Polónia e Hungria) proibiram o cultivo de milho transgénico no seu território".No parlamento, o deputado Luís Fazenda entregou dois requerimentos, aos ministros da Agricultura e do Ambiente, exigindo explicações sobre estas experiências com milho transgénico em zonas protegidas e contra a vontade expressa das populações e dos órgãos de poder autárquico.* * * * * * * * * * * * * * * Fonte: Esquerda.Net

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