Oposição sublinha recuo do Governo na localização do novo aeroporto

25-01-2011
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Numa conferência de imprensa realizada cerca de uma hora depois do anúncio pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de que o Campo de Tiro de Alcochete é, do ponto de vista técnico e financeiro, "globalmente mais favorável" do que a Ota, Menezes criticou a hesitação do Governo nesta e outras questões.

“Pela segunda vez em escassas 24 horas, o primeiro-ministro dá o dito por não dito em relação a duas questões que defendeu durante dois anos”, sustentou o líder do PSD, referindo-se às posições assumidas pelo Executivo quanto ao Tratado de Lisboa e o novo aeroporto.

Nos dois casos, defendeu Menezes, o Governo de Sócrates mostrou estar a “reboque de posições tomadas apropriadamente pelo PSD em Outubro, quanto ao referendo, e em relação à OTA, nas últimas semanas”.

Para o PSD, estes recuos mostram uma “imagem de um primeiro-ministro em queda, um primeiro-ministro que se engana, hesita, que muda frequentemente de opinião, e que mostra convicções pouco profundas”.

“Ainda bem que o primeiro-ministro mudou de opinião. Está a tomar duas decisões que têm a ver coo sentido profundo do futuro do país”, sustentou ainda Menezes, reforçando depois as críticas ao Governo. “Já sabíamos que o primeiro-ministro não cumpre compromissos eleitorais, sejam impostos, preservação dos direitos sociais ou pagamento de portagens nas auto-estradas. Hoje ficamos a saber, de forma ainda mais evidente, que o primeiro-ministro não acerta sem os estudos técnicos que suportam decisões políticas”, acrescentou.

Questionado se a decisão preliminar anunciada hoje por Sócrates não deveria culminar com a demissão do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que em posições sustentadas anteriormente afastou qualquer hipótese do novo aeroporto ser construído na Margem Sul, Menezes afirmou que o PSD “não pede demissões de ministros”. “O país inteiro ouviu as declarações do ministro das Obras Públicas, mas também ouviu as mesmas declarações, talvez menos exuberantes, do primeiro-ministro sobre esta matéria”, rematou.

Menezes considera que o um dos primeiros passos a dar neste momento pelo Governo deve ser apoios às populações da zona da Ota. “Durante mais de uma década, a população do Oeste viveu na expectativa da construção aeroporto na Ota, foram feitos investimentos. É justo que o Governo avance com um programa global para o Oeste, que seja uma discriminação positiva para a população”, defendeu.

José Sócrates já anunciou que o seu Executivo "encontrará uma forma de compensar esses custos, através de um programa que o Ministério das Obras Públicas poderá desenvolver em contacto com os autarcas da região". "Com esse trabalho, vamos por certo encontrar investimentos públicos que possam minimizar esses custos que foram suportados pela região do Oeste", assegurou.

BE diz que recuo é "uma boa lição para a arrogância" do Governo

Também o Bloco de Esquerda (BE) criticou o recuo do Governo quanto à localização do novo aeroporto, considerando que foi "uma boa lição para a arrogância e a intransigência" do Executivo.

O líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, defendeu que o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, apoiante da opção pela Ota, é um ministro a prazo: "É alguém que traz uma corda ao pescoço".

Luís Fazenda lembrou que os bloquistas sempre defenderam que se estudassem todas as alternativas, tendo em conta critérios de menores custos financeiros, ambientais ou de qualidade de acessos. "A decisão que o Governo agora toma, ao arrepio de outras decisões, encaminha-se nessa direcção", afirmou.

O Bloco anuncia, desde já, que se opõe à privatização da ANA - Aeroportos e Navegação Aérea, justificando a sua oposição com “razões de coesão nacional e da própria garantia reguladora do Estado”.

CDS quer ouvir Mário Lino na AR

O líder parlamentar dos democratas-cristãos, Diogo Feio, desafiou hoje o ministro Mário Lino a estar presente no debate sobre o novo aeroporto que o CDS-PP pediu e que deverá realizar-se amanhã. Para Diogo Feio, sSerá a forma de defender uma opção em relação à qual não tem convicção".

O líder parlamentar do CDS-PP considerou que "a mudança de ideias" do Governo quanto à localização do novo aeroporto mostra que as convicções do Executivo se transformaram "num monte de pó". "A decisão mostra a forma como o primeiro-ministro governa o país. Lembramo-nos dos insultos que foram dirigidos aos adversários da solução Ota e hoje vemos que essas convicções se transformaram num monte de pó", afirmou o democrata-cristão.

PCP diz que decisão do Governo é "a correcção de um erro"

"Esta decisão, sustentada em pareceres técnicos, é a correcção de um erro", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas na Assembleia da República.

Jerónimo de Sousa evitou a crítica directa ao ministro das Obras Públicas que antes defendia a Ota, mas disse que a decisão é já uma punição para Mário Lino. "Não é mal assumir e corrigir um erro. A autocrítica já está verificada" por parte de Mário Lino, afirmou.

Quanto ao futuro, o secretário-geral dos comunistas afirmou que, agora que está escolhida a localização do aeroporto em Alcochete, é preciso um "combate à especulação" e que a ANA deve ter "um papel estratégico". Jerónimo de Sousa advertiu ainda que "não deve haver precipitações" quanto ao aeroporto da Portela, mantendo-o "em funcionamento".

Numa conferência de imprensa realizada cerca de uma hora depois do anúncio pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de que o Campo de Tiro de Alcochete é, do ponto de vista técnico e financeiro, "globalmente mais favorável" do que a Ota, Menezes criticou a hesitação do Governo nesta e outras questões.

“Pela segunda vez em escassas 24 horas, o primeiro-ministro dá o dito por não dito em relação a duas questões que defendeu durante dois anos”, sustentou o líder do PSD, referindo-se às posições assumidas pelo Executivo quanto ao Tratado de Lisboa e o novo aeroporto.

Nos dois casos, defendeu Menezes, o Governo de Sócrates mostrou estar a “reboque de posições tomadas apropriadamente pelo PSD em Outubro, quanto ao referendo, e em relação à OTA, nas últimas semanas”.

Para o PSD, estes recuos mostram uma “imagem de um primeiro-ministro em queda, um primeiro-ministro que se engana, hesita, que muda frequentemente de opinião, e que mostra convicções pouco profundas”.

“Ainda bem que o primeiro-ministro mudou de opinião. Está a tomar duas decisões que têm a ver coo sentido profundo do futuro do país”, sustentou ainda Menezes, reforçando depois as críticas ao Governo. “Já sabíamos que o primeiro-ministro não cumpre compromissos eleitorais, sejam impostos, preservação dos direitos sociais ou pagamento de portagens nas auto-estradas. Hoje ficamos a saber, de forma ainda mais evidente, que o primeiro-ministro não acerta sem os estudos técnicos que suportam decisões políticas”, acrescentou.

Questionado se a decisão preliminar anunciada hoje por Sócrates não deveria culminar com a demissão do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que em posições sustentadas anteriormente afastou qualquer hipótese do novo aeroporto ser construído na Margem Sul, Menezes afirmou que o PSD “não pede demissões de ministros”. “O país inteiro ouviu as declarações do ministro das Obras Públicas, mas também ouviu as mesmas declarações, talvez menos exuberantes, do primeiro-ministro sobre esta matéria”, rematou.

Menezes considera que o um dos primeiros passos a dar neste momento pelo Governo deve ser apoios às populações da zona da Ota. “Durante mais de uma década, a população do Oeste viveu na expectativa da construção aeroporto na Ota, foram feitos investimentos. É justo que o Governo avance com um programa global para o Oeste, que seja uma discriminação positiva para a população”, defendeu.

José Sócrates já anunciou que o seu Executivo "encontrará uma forma de compensar esses custos, através de um programa que o Ministério das Obras Públicas poderá desenvolver em contacto com os autarcas da região". "Com esse trabalho, vamos por certo encontrar investimentos públicos que possam minimizar esses custos que foram suportados pela região do Oeste", assegurou.

BE diz que recuo é "uma boa lição para a arrogância" do Governo

Também o Bloco de Esquerda (BE) criticou o recuo do Governo quanto à localização do novo aeroporto, considerando que foi "uma boa lição para a arrogância e a intransigência" do Executivo.

O líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, defendeu que o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, apoiante da opção pela Ota, é um ministro a prazo: "É alguém que traz uma corda ao pescoço".

Luís Fazenda lembrou que os bloquistas sempre defenderam que se estudassem todas as alternativas, tendo em conta critérios de menores custos financeiros, ambientais ou de qualidade de acessos. "A decisão que o Governo agora toma, ao arrepio de outras decisões, encaminha-se nessa direcção", afirmou.

O Bloco anuncia, desde já, que se opõe à privatização da ANA - Aeroportos e Navegação Aérea, justificando a sua oposição com “razões de coesão nacional e da própria garantia reguladora do Estado”.

CDS quer ouvir Mário Lino na AR

O líder parlamentar dos democratas-cristãos, Diogo Feio, desafiou hoje o ministro Mário Lino a estar presente no debate sobre o novo aeroporto que o CDS-PP pediu e que deverá realizar-se amanhã. Para Diogo Feio, sSerá a forma de defender uma opção em relação à qual não tem convicção".

O líder parlamentar do CDS-PP considerou que "a mudança de ideias" do Governo quanto à localização do novo aeroporto mostra que as convicções do Executivo se transformaram "num monte de pó". "A decisão mostra a forma como o primeiro-ministro governa o país. Lembramo-nos dos insultos que foram dirigidos aos adversários da solução Ota e hoje vemos que essas convicções se transformaram num monte de pó", afirmou o democrata-cristão.

PCP diz que decisão do Governo é "a correcção de um erro"

"Esta decisão, sustentada em pareceres técnicos, é a correcção de um erro", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas na Assembleia da República.

Jerónimo de Sousa evitou a crítica directa ao ministro das Obras Públicas que antes defendia a Ota, mas disse que a decisão é já uma punição para Mário Lino. "Não é mal assumir e corrigir um erro. A autocrítica já está verificada" por parte de Mário Lino, afirmou.

Quanto ao futuro, o secretário-geral dos comunistas afirmou que, agora que está escolhida a localização do aeroporto em Alcochete, é preciso um "combate à especulação" e que a ANA deve ter "um papel estratégico". Jerónimo de Sousa advertiu ainda que "não deve haver precipitações" quanto ao aeroporto da Portela, mantendo-o "em funcionamento".

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