Sol

21-07-2010
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O deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda ironizou hoje que, comentando a proposta do líder democrata cristão para um Governo formado pelo PS, PSD e CDS

Portas descobriu que «são precisos três para dançar o tango» diz o Bloco de Esquerda

No debate sobre o ‘Estado da Nação’, o deputado bloquista apontou «aspectos picarescos» de hoje, referindo-se a «esta recente e revolucionária descoberta do deputado Paulo Portas, de que afinal para dançar o tango são precisos três».

O líder do CDS não ouviu esta declaração, por não se encontrar no plenário, mas momentos antes, Portas pedira ao primeiro-ministro, José Sócrates, que abandone o Governo e que seja formado um Executivo com os democratas cristãos, PSD e PS.

Fazenda apontou ainda os «arrufos com o PSD, próprios de uma união de facto orçamental e já moldada no Programa de Estabilidade e Crescimento».

Mas, para o BE, o debate de hoje fica marcado «pelo desconforto e mal-estar do Governo e do PS», porque «para o ano vai estar pior».

«Para o ano, teremos mais recessão, menor crescimento, menores condições para fazer face ao desemprego e para relançar a economia em Portugal», disse Luís Fazenda, concluindo que «o debate do estado da Nação do ano que vem é o debate do pessimismo inveterado».

Dirigindo-se à bancada socialista, o deputado do Bloco considerou que o foco da preocupação «parece ser apenas o da estabilidade política», mas, alertou, «em si, esta não é uma alternativa para a crise que vivemos».

Fazenda condenou o Governo por «criticar a Comissão Europeia de ser ultraliberal, mas faz as mesmas medidas internamente».

Na sua intervenção, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de «aplicar na política aquilo que critica nas intenções do PSD», referindo-se às propostas sociais-democratas para alterar a Constituição sobre sectores como a saúde e a educação.

«O que é extraordinário é que o primeiro-ministro e o PS se afirmem como opositores dessa concepção, quando na verdade a sua política aponta exactamente no mesmo sentido», sublinhou o líder comunista.

Para Jerónimo de Sousa, «o actual estado da Nação é o resultado de uma política que se deslegitima, tal como os seus executantes e apoiantes porque fazem o contrário do que se comprometeram também perante os portugueses».

Dirigindo-se ao primeiro-ministro, o secretário-geral do PCP pediu a José Sócrates que «desça do seu pedestal e desse auto contentamento» e constate o aumento da pobreza – depois de o chefe do Governo ter sublinhado ao longo do debate que a taxa de pobreza reduziu-se.

«Disse aqui algo que merece um clamor de revolta e de repúdio», afirmou Jerónimo de Sousa.

Pelo Partido Ecologista Os Verdes, Heloísa Apolónia, acusou José Sócrates de prejudicar nitidamente o país, com uma obsessão: o défice.

«Quando o Governo não governa para o país nem para os portugueses, mas para o défice, está tudo estragado», disse.

Lusa/SOL

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No debate sobre o ‘Estado da Nação’, o deputado bloquista apontou «aspectos picarescos» de hoje, referindo-se a «esta recente e revolucionária descoberta do deputado Paulo Portas, de que afinal para dançar o tango são precisos três».

O líder do CDS não ouviu esta declaração, por não se encontrar no plenário, mas momentos antes, Portas pedira ao primeiro-ministro, José Sócrates, que abandone o Governo e que seja formado um Executivo com os democratas cristãos, PSD e PS.

Fazenda apontou ainda os «arrufos com o PSD, próprios de uma união de facto orçamental e já moldada no Programa de Estabilidade e Crescimento».

Mas, para o BE, o debate de hoje fica marcado «pelo desconforto e mal-estar do Governo e do PS», porque «para o ano vai estar pior».

«Para o ano, teremos mais recessão, menor crescimento, menores condições para fazer face ao desemprego e para relançar a economia em Portugal», disse Luís Fazenda, concluindo que «o debate do estado da Nação do ano que vem é o debate do pessimismo inveterado».

Dirigindo-se à bancada socialista, o deputado do Bloco considerou que o foco da preocupação «parece ser apenas o da estabilidade política», mas, alertou, «em si, esta não é uma alternativa para a crise que vivemos».

Fazenda condenou o Governo por «criticar a Comissão Europeia de ser ultraliberal, mas faz as mesmas medidas internamente».

Na sua intervenção, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de «aplicar na política aquilo que critica nas intenções do PSD», referindo-se às propostas sociais-democratas para alterar a Constituição sobre sectores como a saúde e a educação.

«O que é extraordinário é que o primeiro-ministro e o PS se afirmem como opositores dessa concepção, quando na verdade a sua política aponta exactamente no mesmo sentido», sublinhou o líder comunista.

Para Jerónimo de Sousa, «o actual estado da Nação é o resultado de uma política que se deslegitima, tal como os seus executantes e apoiantes porque fazem o contrário do que se comprometeram também perante os portugueses».

Dirigindo-se ao primeiro-ministro, o secretário-geral do PCP pediu a José Sócrates que «desça do seu pedestal e desse auto contentamento» e constate o aumento da pobreza – depois de o chefe do Governo ter sublinhado ao longo do debate que a taxa de pobreza reduziu-se.

«Disse aqui algo que merece um clamor de revolta e de repúdio», afirmou Jerónimo de Sousa.

Pelo Partido Ecologista Os Verdes, Heloísa Apolónia, acusou José Sócrates de prejudicar nitidamente o país, com uma obsessão: o défice.

«Quando o Governo não governa para o país nem para os portugueses, mas para o défice, está tudo estragado», disse.

Lusa/SOL

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