CIDADANIA LX: BE quer portagens em Lisboa e requisição das casas devolutas

31-05-2010
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In Público (8/5/2009)Ana Henriques«Candidato bloquista à Câmara de Lisboa é um admirador confesso de Jorge Sampaio, mas põe de lado acordo pós-eleitoral com António CostaA criação de portagens para os automobilistas que quiserem aceder ao centro da cidade, à semelhança do que já acontece em Londres, é uma das propostas do candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Luís Fazenda. Já para resolver os problemas de desertificação da cidade, os bloquistas propõem que o Estado requisite temporariamente as casas devolutas aos seus proprietários, arrendando-as em seguida.O BE promete um programa eleitoral detalhado para depois das eleições para o Parlamento Europeu. Ontem foi dia de apresentação dos candidatos - além de Fazenda, João Bau, como cabeça-de-lista para a assembleia municipal, e como mandatário da campanha, Fernando Tordo. "Os fogos devolutos em Lisboa dariam para acolher 80 mil pessoas, mas estão expectantes da valorização do mercado", disse o por enquanto deputado Luís Fazenda. "Falta castigo fiscal a sério, mas também a requisição temporária dos imóveis, numa intervenção integrada de reabilitação que não pode toda ela ficar às costas do município". Quanto às taxas de acesso ao centro da cidade, deverão, no entender dos bloquistas, ser acompanhadas da "tendencial gratuitidade dos modos ferroviários suburbanos". Para a revitalização da Baixa, o cabeça-de-lista do BE à câmara fala num "auditório popular, centros de animação e comércio", em vez de "planos megalómanos e inúteis".Luís Fazenda é um admirador confesso de Jorge Sampaio, que diz ter tido um "talento político raro" para unir as esquerdas quando estava à frente da Câmara de Lisboa. "Infelizmente não deixou seguidores", comenta. Depois de terem rompido o acordo que tinham feito com o presidente da autarquia António Costa, através do vereador Sá Fernandes, os bloquistas acusam-no de não ter feito até agora o suficiente para melhorar a vida na cidade. Não conseguiu, por exemplo, rever o Plano Director Municipal, "aumentando as preocupações sobre a opacidade do processo e sobre a natureza das pressões e interesses acerca dos solos da cidade".E depois das eleições, será possível haver um acordo entre o BE e o PS? "Neste momento está totalmente fora de hipótese. O nosso programa eleitoral não é confundível com o do PS", responde o deputado, ressalvando que na câmara os bloquistas não deixarão de votar favoravelmente tudo o que entenderem ser positivo para a cidade. Pelo menos por enquanto, o Bloco não se esqueceu das duras palavras de Costa no congresso socialista de Espinho, que chamou a este partido "parasita e oportunista". E pagam-lhe na mesma moeda, dizendo que a câmara "não pode ser o braço político dos negócios do Governo com a Liscont", concessionária do terminal de contentores de Alcântara. Foi através de Luís Fazenda que, em Novembro, o BE assumiu a ruptura com o seu vereador na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes. Os bloquistas acusaram o autarca de incumprimento dos compromissos eleitorais e queixaram-se da sua "incomunicabilidade absoluta". Nesta altura já "o Zé" - que nunca se filiou no Bloco - tinha firmado uma estreita e aparentemente indestrutível relação com o presidente da câmara, António Costa. Ao ponto de este último ter saído em sua defesa no último congresso do PS, atacando o BE sem dó nem piedade por o ter deixado cair. Se Fazenda e Sá Fernandes forem eleitos para o próximo mandato, qual será o seu relacionamento? "Tratá-lo-emos com o respeito que merece qualquer vereador", diz Fazenda.»


In Público (8/5/2009)Ana Henriques«Candidato bloquista à Câmara de Lisboa é um admirador confesso de Jorge Sampaio, mas põe de lado acordo pós-eleitoral com António CostaA criação de portagens para os automobilistas que quiserem aceder ao centro da cidade, à semelhança do que já acontece em Londres, é uma das propostas do candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Luís Fazenda. Já para resolver os problemas de desertificação da cidade, os bloquistas propõem que o Estado requisite temporariamente as casas devolutas aos seus proprietários, arrendando-as em seguida.O BE promete um programa eleitoral detalhado para depois das eleições para o Parlamento Europeu. Ontem foi dia de apresentação dos candidatos - além de Fazenda, João Bau, como cabeça-de-lista para a assembleia municipal, e como mandatário da campanha, Fernando Tordo. "Os fogos devolutos em Lisboa dariam para acolher 80 mil pessoas, mas estão expectantes da valorização do mercado", disse o por enquanto deputado Luís Fazenda. "Falta castigo fiscal a sério, mas também a requisição temporária dos imóveis, numa intervenção integrada de reabilitação que não pode toda ela ficar às costas do município". Quanto às taxas de acesso ao centro da cidade, deverão, no entender dos bloquistas, ser acompanhadas da "tendencial gratuitidade dos modos ferroviários suburbanos". Para a revitalização da Baixa, o cabeça-de-lista do BE à câmara fala num "auditório popular, centros de animação e comércio", em vez de "planos megalómanos e inúteis".Luís Fazenda é um admirador confesso de Jorge Sampaio, que diz ter tido um "talento político raro" para unir as esquerdas quando estava à frente da Câmara de Lisboa. "Infelizmente não deixou seguidores", comenta. Depois de terem rompido o acordo que tinham feito com o presidente da autarquia António Costa, através do vereador Sá Fernandes, os bloquistas acusam-no de não ter feito até agora o suficiente para melhorar a vida na cidade. Não conseguiu, por exemplo, rever o Plano Director Municipal, "aumentando as preocupações sobre a opacidade do processo e sobre a natureza das pressões e interesses acerca dos solos da cidade".E depois das eleições, será possível haver um acordo entre o BE e o PS? "Neste momento está totalmente fora de hipótese. O nosso programa eleitoral não é confundível com o do PS", responde o deputado, ressalvando que na câmara os bloquistas não deixarão de votar favoravelmente tudo o que entenderem ser positivo para a cidade. Pelo menos por enquanto, o Bloco não se esqueceu das duras palavras de Costa no congresso socialista de Espinho, que chamou a este partido "parasita e oportunista". E pagam-lhe na mesma moeda, dizendo que a câmara "não pode ser o braço político dos negócios do Governo com a Liscont", concessionária do terminal de contentores de Alcântara. Foi através de Luís Fazenda que, em Novembro, o BE assumiu a ruptura com o seu vereador na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes. Os bloquistas acusaram o autarca de incumprimento dos compromissos eleitorais e queixaram-se da sua "incomunicabilidade absoluta". Nesta altura já "o Zé" - que nunca se filiou no Bloco - tinha firmado uma estreita e aparentemente indestrutível relação com o presidente da câmara, António Costa. Ao ponto de este último ter saído em sua defesa no último congresso do PS, atacando o BE sem dó nem piedade por o ter deixado cair. Se Fazenda e Sá Fernandes forem eleitos para o próximo mandato, qual será o seu relacionamento? "Tratá-lo-emos com o respeito que merece qualquer vereador", diz Fazenda.»

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