Gente de Lisboa: VAMOS A ISSO!

19-12-2009
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A anunciada coligação da Direita em Lisboa é o maior sinal de fraqueza dos dois partidos que a compõem. Nas duas eleições para o mandato e meio que esteve na presidência da Câmara de Lisboa, o PSD nunca sentiu necessidade de se apresentar ao eleitorado em conjunto com o CDS-PP, nem precisou desses votos para obter maioria. Porém, desta vez, a junção dos dois partidos tem sido apresentada como o maior factor da possibilidade de êxito. É muito pouco, soa a falso, mas o lastro que Santana Lopes arrasta desde a sua passagem pelos Paços do Concelho não lhe deixa outra alternativa.De facto, a desastrosa gestão municipal do PSD entre 2001 e 2007 não lhe confere capital político que o impulsione para esta campanha, mas a mera soma de votos do PSD e do CDS-PP nas eleições intercalares também pouco mais dá do que 19%. Manifestamente insuficiente para tanta ambição. A fantasia que alguns pretendem criar é que os quase 17% obtidos pela lista de Carmona Rodrigues se transferirão automaticamente para Santana Lopes e lhe possibilitariam, dessa forma, a vitória. Cada um alimenta-se das ilusões que mais lhe convêm, mas essa contabilidade eleitoral é muito manhosa.Para além de não ser de todo provável, nem estar inscrito nas estrelas que essa transferência ocorra, Carmona teve realmente 32 mil votos. Com menor abstenção do que a que ocorreu em 2007, aquele número de votos, que se quer apresentar como certo num determinado sentido, teria muito menor peso relativo nas próximas eleições, cerca de 10%. Ou seja, mesmo alimentado sonhos de um mirífico “jackpot”, desengane-se a Direita se pensa que pode antecipar o que quer que seja através de um simples operação de somatório. A análise séria dos resultados não o confirma, mas sobretudo a liberdade e variedade de comportamento dos eleitores é que não o torna verosímil.O que se torna incontornável, é que a próxima campanha será um duro combate pela confiança dos lisboetas e um confronto em torno das principais ideias para a cidade. À Direita não chegará sentar-se no aparente descanso de uma coligação. À Esquerda será um erro ficar-se pela cinzenta campanha “contra o perigo da Direita”, que acabou por determinar a derrota de João Soares, em 2001.Lisboa precisa de projectos para a cidade do futuro e está farta de quem se acha dono dos votos dos eleitores. Agora que fica clarificado o quadro em que ocorrerá esse debate, com o anúncio dos vários cabeças-de-lista, vamos a isso!Pedro Soares


A anunciada coligação da Direita em Lisboa é o maior sinal de fraqueza dos dois partidos que a compõem. Nas duas eleições para o mandato e meio que esteve na presidência da Câmara de Lisboa, o PSD nunca sentiu necessidade de se apresentar ao eleitorado em conjunto com o CDS-PP, nem precisou desses votos para obter maioria. Porém, desta vez, a junção dos dois partidos tem sido apresentada como o maior factor da possibilidade de êxito. É muito pouco, soa a falso, mas o lastro que Santana Lopes arrasta desde a sua passagem pelos Paços do Concelho não lhe deixa outra alternativa.De facto, a desastrosa gestão municipal do PSD entre 2001 e 2007 não lhe confere capital político que o impulsione para esta campanha, mas a mera soma de votos do PSD e do CDS-PP nas eleições intercalares também pouco mais dá do que 19%. Manifestamente insuficiente para tanta ambição. A fantasia que alguns pretendem criar é que os quase 17% obtidos pela lista de Carmona Rodrigues se transferirão automaticamente para Santana Lopes e lhe possibilitariam, dessa forma, a vitória. Cada um alimenta-se das ilusões que mais lhe convêm, mas essa contabilidade eleitoral é muito manhosa.Para além de não ser de todo provável, nem estar inscrito nas estrelas que essa transferência ocorra, Carmona teve realmente 32 mil votos. Com menor abstenção do que a que ocorreu em 2007, aquele número de votos, que se quer apresentar como certo num determinado sentido, teria muito menor peso relativo nas próximas eleições, cerca de 10%. Ou seja, mesmo alimentado sonhos de um mirífico “jackpot”, desengane-se a Direita se pensa que pode antecipar o que quer que seja através de um simples operação de somatório. A análise séria dos resultados não o confirma, mas sobretudo a liberdade e variedade de comportamento dos eleitores é que não o torna verosímil.O que se torna incontornável, é que a próxima campanha será um duro combate pela confiança dos lisboetas e um confronto em torno das principais ideias para a cidade. À Direita não chegará sentar-se no aparente descanso de uma coligação. À Esquerda será um erro ficar-se pela cinzenta campanha “contra o perigo da Direita”, que acabou por determinar a derrota de João Soares, em 2001.Lisboa precisa de projectos para a cidade do futuro e está farta de quem se acha dono dos votos dos eleitores. Agora que fica clarificado o quadro em que ocorrerá esse debate, com o anúncio dos vários cabeças-de-lista, vamos a isso!Pedro Soares

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