JORGE NUNO PINTO DA COSTA: David Villa, o filho do mineiro que se transformou numa pepita

21-05-2011
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Espanha. Um 'hat trick' histórico do avançado (ainda) do ValênciaPonta-de-lança tem como qualidades a velocidade e o poder de concretizaçãoMarcelino García Toral, novo treinador do Saragoça, conhece bem David Villa. "É um dos melhores avançados da Europa neste momento", diz o técnico que orientou El Guaje (no dialecto das Astúrias, de onde é natural o jogador, quer dizer el niño, ou o miúdo, aportuguesando) aos 17 anos no Sporting de Gijón B. ANTÓNIO PEDRO PEREIRA "Tem golo e remata bem com os dois pés, não tem propriamente uma perna forte e outra fraca", diz Marcelino ao DN. Anteontem, frente à Rússia, só precisou do pé direito para fazer três golos - foi o sétimo jogador a conseguir um hat trick na história dos Europeus.Mas David Villa Sánchez veio de longe até chegar ao cume da Europa. Até se pode dizer que veio dos Picos da Europa (cadeia montanhosa das Astúrias) para o cume da Europa. Nascido numa pequena localidade asturiana - Langreo não terá mais de 500 habitantes, e o que devem ter festejado anteontem no bar da povoação -, Villa teve de enfrentar a interioridade e a descrença até despontar no Sporting de Gijón. Começou por procurar o outro grande clube das Astúrias, o Oviedo (por lá passaram Paulo Bento, entre 1996 e 2000, e Abel Xavier, entre 1996 e 2000), que considerou que Villa não teria grande potência como avançado e torceu o nariz à estatura (1,75 m), até ser repescado, aos 17 anos, pelo Sporting de Gijón. E foi aí que se cruzou com Marcelino García Toral, que o moldou na equipa B do clube das Astúrias. "Já na altura me dava indicações de que chegaria aonde está agora", recupera Marcelino. "Já era muito bom na altura", revela.Mas para trás não tinha ficado um mar de rosas. O pai de David Villa era mineiro (minas de carvão), a família muito humilde - que é como quem diz pobre -, a casa era pequena. E o talento de David Villa não cabia numa terra esquecida pelo progresso. Nem em Oviedo, que era ali ao lado. No Sporting de Gijón fez duas épocas na II Divisão que chamaram a atenção dos principais clubes. O Saragoça foi o mais decidido: 35 golos em 73 jogos foram a prova de aferição das capacidades goleadoras do avançado.E veio o Valência, em 2005. E a glória: um ano depois estava na selecção espanhola que foi ao Mundial 2006. E mostrou logo à chegada o que valia, marcando dois golos no jogo inaugural da equipa, frente à Ucrânia (4-0). "Não é um típico número 9", avança Marcelino. "É muito rápido e muito bom nas desmarcações nas costas da linha defensiva adversária."O resto é "carácter", como lhe chama o antigo treinador. "É humilde, solidário e valente", pontua Cayetano Rós, jornalista do El País que acompanhou de perto o atleta no Valência. "Nunca foi de se esconder nos jogos. Desde muito novo que assumiu sempre a marcação dos penáltis.Anteontem, subiu mais uma fasquia na escadaria da fama futebolística e tornou-se no sétimo jogador a fazer três golos na história dos Europeus. O que deve significar, finalmente, o salto para o topo. Fala-se no Barcelona, mas agora há um continente inteiro muito atento.http://dn.sapo.pt/

Espanha. Um 'hat trick' histórico do avançado (ainda) do ValênciaPonta-de-lança tem como qualidades a velocidade e o poder de concretizaçãoMarcelino García Toral, novo treinador do Saragoça, conhece bem David Villa. "É um dos melhores avançados da Europa neste momento", diz o técnico que orientou El Guaje (no dialecto das Astúrias, de onde é natural o jogador, quer dizer el niño, ou o miúdo, aportuguesando) aos 17 anos no Sporting de Gijón B. ANTÓNIO PEDRO PEREIRA "Tem golo e remata bem com os dois pés, não tem propriamente uma perna forte e outra fraca", diz Marcelino ao DN. Anteontem, frente à Rússia, só precisou do pé direito para fazer três golos - foi o sétimo jogador a conseguir um hat trick na história dos Europeus.Mas David Villa Sánchez veio de longe até chegar ao cume da Europa. Até se pode dizer que veio dos Picos da Europa (cadeia montanhosa das Astúrias) para o cume da Europa. Nascido numa pequena localidade asturiana - Langreo não terá mais de 500 habitantes, e o que devem ter festejado anteontem no bar da povoação -, Villa teve de enfrentar a interioridade e a descrença até despontar no Sporting de Gijón. Começou por procurar o outro grande clube das Astúrias, o Oviedo (por lá passaram Paulo Bento, entre 1996 e 2000, e Abel Xavier, entre 1996 e 2000), que considerou que Villa não teria grande potência como avançado e torceu o nariz à estatura (1,75 m), até ser repescado, aos 17 anos, pelo Sporting de Gijón. E foi aí que se cruzou com Marcelino García Toral, que o moldou na equipa B do clube das Astúrias. "Já na altura me dava indicações de que chegaria aonde está agora", recupera Marcelino. "Já era muito bom na altura", revela.Mas para trás não tinha ficado um mar de rosas. O pai de David Villa era mineiro (minas de carvão), a família muito humilde - que é como quem diz pobre -, a casa era pequena. E o talento de David Villa não cabia numa terra esquecida pelo progresso. Nem em Oviedo, que era ali ao lado. No Sporting de Gijón fez duas épocas na II Divisão que chamaram a atenção dos principais clubes. O Saragoça foi o mais decidido: 35 golos em 73 jogos foram a prova de aferição das capacidades goleadoras do avançado.E veio o Valência, em 2005. E a glória: um ano depois estava na selecção espanhola que foi ao Mundial 2006. E mostrou logo à chegada o que valia, marcando dois golos no jogo inaugural da equipa, frente à Ucrânia (4-0). "Não é um típico número 9", avança Marcelino. "É muito rápido e muito bom nas desmarcações nas costas da linha defensiva adversária."O resto é "carácter", como lhe chama o antigo treinador. "É humilde, solidário e valente", pontua Cayetano Rós, jornalista do El País que acompanhou de perto o atleta no Valência. "Nunca foi de se esconder nos jogos. Desde muito novo que assumiu sempre a marcação dos penáltis.Anteontem, subiu mais uma fasquia na escadaria da fama futebolística e tornou-se no sétimo jogador a fazer três golos na história dos Europeus. O que deve significar, finalmente, o salto para o topo. Fala-se no Barcelona, mas agora há um continente inteiro muito atento.http://dn.sapo.pt/

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