BANCADA DIRECTA: O caso BPN + SLN! A lógica contra Dias Loureiro.

19-12-2009
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Caros amigos leitores do Bancada DirectaMeditemos, hoje, um pouco neste caso actual.O caso Banco Português de Negócios e Sociedade Lusa de Negócios! A lógica conspira contra Dias Loureiro!Depois de uma audiência com Dias Loureiro, o Presidente da Republica declarou aos jornalistas que o seu ex ministro, apoiante, amigo e actual conselheiro de estado, lhe garantiu “solenemente” que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou “enquanto administrador da Sociedade Lusa de Negócios", detentora do Banco Português de Negócios. Mas nem isso, nem o seu extenso comunicado auto justificativo acalmaram as conversas – e as noticias –, quanto ao papel de Dias Loureiro em todo o processo. Não por qualquer devaneio conspirativo ou prazer obscuro em sujar o nome imaculado Presidente da Republica, receio bem, mas porque duas ou três gotas de perfume, não conseguem disfarçar o desagradável odor que este caso liberta. É que, para haver uma “solene inocência” de Dias Loureiro seria necessário que:1- Ele fosse “solenemente” incompetente. Apesar do próprio se gabar do seu talento para os negócios, que lhe permitiram enriquecer em meia dúzia de anos, Dias Loureiro teria de ser um miserável gestor; à frente da Sociedade Lusa de Negócios não topou nada do que se passava abaixo dele e permitiu que um banco sobre a sua tutela fosse alegremente gerido sem reuniões da administração.2- Ele fosse “solenemente” crédulo. O ex ministro da Administração Interna que mandou nas Policias com mão de ferro, teria, afinal, uma alma sensível e facilmente manipulável. Depois de patrocinar um negócio ruinoso envolvendo offshores em Porto Rico, Dias Loureiro perguntou onde estavam os prejuízos nas contas do BPN e Oliveira Costa respondeu-lhe “ você não percebe nada de contabilidade”! Justificação prontamente aceite por Dias Loureiro.3- Ele fosse “solenemente ingénuo”. Dias Loureiro foi bater à porta do Banco de Portugal pedindo - lhe especial atenção ao BPN. É certo que o seu interlocutor já o veio desmentir. Mas admitamos a boa fé de Dias Loureiro. Seria o mesmo que Luís Filipe Vieira fosse pedir à Liga de Clubes para esta vigiar com especial atenção a equipa do Benfica!4- Ele fosse “solenemente” esquecido. Convém recordar que a primeira declaração de Dias Loureiro a propósito deste caso a 3 de Novembro: nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN. Tudo o que sei é o que leio nos jornais. Difícil de se conjugar com o numero 3.5- E por fim, ao mesmo tempo que era “solenemente” crédulo, ”solenemente” ingénuo e “solenemente” esquecido, teria também de ser “solenemente” inteligente, porque, quando o caso BPN explodiu, Dias Loureiro já tinha saído e levado consigo todo o dinheiro que havia investido no banco.Como se vê, o problema de Cavaco e de Dias Loureiro não são os golpes baixos nem as conspirações politicas. O problema é mesmo a maldita lógica que Aristóteles inventou.João Miguel Tavares


Caros amigos leitores do Bancada DirectaMeditemos, hoje, um pouco neste caso actual.O caso Banco Português de Negócios e Sociedade Lusa de Negócios! A lógica conspira contra Dias Loureiro!Depois de uma audiência com Dias Loureiro, o Presidente da Republica declarou aos jornalistas que o seu ex ministro, apoiante, amigo e actual conselheiro de estado, lhe garantiu “solenemente” que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou “enquanto administrador da Sociedade Lusa de Negócios", detentora do Banco Português de Negócios. Mas nem isso, nem o seu extenso comunicado auto justificativo acalmaram as conversas – e as noticias –, quanto ao papel de Dias Loureiro em todo o processo. Não por qualquer devaneio conspirativo ou prazer obscuro em sujar o nome imaculado Presidente da Republica, receio bem, mas porque duas ou três gotas de perfume, não conseguem disfarçar o desagradável odor que este caso liberta. É que, para haver uma “solene inocência” de Dias Loureiro seria necessário que:1- Ele fosse “solenemente” incompetente. Apesar do próprio se gabar do seu talento para os negócios, que lhe permitiram enriquecer em meia dúzia de anos, Dias Loureiro teria de ser um miserável gestor; à frente da Sociedade Lusa de Negócios não topou nada do que se passava abaixo dele e permitiu que um banco sobre a sua tutela fosse alegremente gerido sem reuniões da administração.2- Ele fosse “solenemente” crédulo. O ex ministro da Administração Interna que mandou nas Policias com mão de ferro, teria, afinal, uma alma sensível e facilmente manipulável. Depois de patrocinar um negócio ruinoso envolvendo offshores em Porto Rico, Dias Loureiro perguntou onde estavam os prejuízos nas contas do BPN e Oliveira Costa respondeu-lhe “ você não percebe nada de contabilidade”! Justificação prontamente aceite por Dias Loureiro.3- Ele fosse “solenemente ingénuo”. Dias Loureiro foi bater à porta do Banco de Portugal pedindo - lhe especial atenção ao BPN. É certo que o seu interlocutor já o veio desmentir. Mas admitamos a boa fé de Dias Loureiro. Seria o mesmo que Luís Filipe Vieira fosse pedir à Liga de Clubes para esta vigiar com especial atenção a equipa do Benfica!4- Ele fosse “solenemente” esquecido. Convém recordar que a primeira declaração de Dias Loureiro a propósito deste caso a 3 de Novembro: nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN. Tudo o que sei é o que leio nos jornais. Difícil de se conjugar com o numero 3.5- E por fim, ao mesmo tempo que era “solenemente” crédulo, ”solenemente” ingénuo e “solenemente” esquecido, teria também de ser “solenemente” inteligente, porque, quando o caso BPN explodiu, Dias Loureiro já tinha saído e levado consigo todo o dinheiro que havia investido no banco.Como se vê, o problema de Cavaco e de Dias Loureiro não são os golpes baixos nem as conspirações politicas. O problema é mesmo a maldita lógica que Aristóteles inventou.João Miguel Tavares

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